Samba na Gamboa, da TV Brasil, homenageia Monarco com especial neste domingo (27/4)
Portelense de coração, a cantora e compositora Teresa Cristina reverencia o legado e a obra do saudoso sambista Monarco, personalidade da Carnaval carioca e ícone da Azul e Branco, na edição inédita do programa Samba na Gamboa deste domingo (27), às 13h, na TV Brasil.
Para interpretar os sucessos do vasto repertório desse baluarte do gênero e da agremiação de Oswaldo Cruz, na Zona Norte do Rio, a apresentadora recebe o filho do bamba, o cantor e compositor Mauro Diniz. Herdeiro dessa veia musical, o entrevistado resgata lembranças do pai que marcou a cultura popular.
Anfitriã e convidado soltam a voz durante a produção para entoar clássicos autorais de Monarco. Eles cantam composições como "Coração em Desalinho" e "Vai Vadiar", sucessos na voz de Zeca Pagodinho, além de "Passado de Glória" e "O Quitandeiro", entre outras músicas do mestre. Na prosa entre uma canção e outra, eles comentam episódios marcantes da vida e da carreira de Monarco.
Atração original da emissora pública, o Samba na Gamboa pode ser acompanhado no app TV Brasil Play e também fica disponível no YouTube do canal. O programa ainda tem versão para a Rádio Nacional aos sábados, ao meio-dia, para toda a rede.
Depoimentos sobre o baluarte da Portela
Na abertura do Samba na Gamboa, Teresa Cristina destaca a importância de Monarco. "Esse programa é muito emocionante para mim. O nosso homenageado foi fundamental para a minha carreira. Era uma ligação entre a minha geração com os pioneiros do samba. Ele conviveu com todos os astros da antiga e fazia questão de contar aquelas histórias dos artistas que vieram antes. Foi um dos maiores compositores que o Brasil já teve. Monarco foi um sambista de quem a gente se orgulha muito", afirma a apresentadora.
"Se eu for falar de Monarco, hoje eu não vou terminar, parodiando aquele samba antológico dele", pontua Mauro Diniz. O artista conta de que forma enxerga o pai fora da relação familiar e recorda quando se deu conta da figura gigante do veterano. "Eu fui embalado pelos sambas que ele fazia e fui tomando gosto por esse gênero musical desde pequeno", lembra.
Com simplicidade, Mauro Diniz explica como vê o perfil de um bamba. "O sambista perfeito é aquele que deixa a coisa vir do coração. Isso eu aprendi com papai", define. Monarco, nome artístico de Hildmar Diniz, faleceu aos 88 anos, em dezembro de 2021.
Trajetória na cultura popular
Ícone do samba carioca e baluarte da Portela, o sambista Monarco já demonstrava sua vocação para a música ainda na infância. Natural da Zona Norte da capital fluminense, ele foi criado em Oswaldo Cruz, no subúrbio do Rio, onde passou a compor letras e melodias.
O talento nato fez com que o artista chegasse à Ala de Compositores da escola de samba no início da década de 1950, com menos de 18 anos. Discípulo de Paulo da Portela, Monarco bebeu na fonte de grandes personalidades da tradicional agremiação, conhecida pela Águia que marca os desfiles.
Em 1976, o bamba emplacou seu primeiro álbum solo, "Monarco". A produção contemplava temas marcantes de sua obra como a canção "Quitandeiro". A carreira deslanchou com vários discos e premiações. O músico foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode em 2018.
Representante do tradicional estilo musical carioca, o sambista era presidente de honra da Portela e personalidade da Velha Guarda da vencedora escola do carnaval do Rio. Monarco deixa um legado indiscutível para o gênero.
Com mais de 70 anos dedicados ao universo artístico, Monarco é lembrado por essa identificação com a agremiação que distingue sua trajetória. O artista também traz em suas canções a forma dos autênticos sambas de terreiro e sambas de raiz.
As composições do bamba foram gravadas por intérpretes como João Nogueira, Beth Carvalho, Clara Nunes e Zeca Pagodinho. Eles deram voz a diversos sucessos de Monarco e popularizaram músicas que fizeram história.
Monarco ainda é responsável por uma linhagem do samba. A sonoridade do astro reverbera na formação de uma verdadeira dinastia do gênero. Pai dos compositores e cantores Marcos Diniz, do Trio Calafrio, e Mauro Diniz, idealizador do Trem do Samba, ele é avô da atriz e cantora Juliana Diniz, outra herdeira de sua verve artística.
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