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No documentário inédito ‘Watoriki’, Davi Kopenawa defende os povos originários como protetores da natureza

Davi Kopenawa repassa sua vida no documentário ‘Watoriki’ (Crédito: Divulgação/Curta!)


A paixão de Davi Kopenawa pela floresta e pelo seu povo, os Yanomami, move sua vida. Ao entender sua riqueza e sua ligação com a terra, ele também descobriu as ameaças que os cercam. No documentário inédito “Watoriki — Conversa com Davi Kopenawa”, o líder indígena repassa sua vida de lutas e questionamentos para mostrar a importância e o porquê de proteger a natureza. A produção estreia com exclusividade no Curta!.

Viabilizado pelo canal através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e produzido pela Aruac Filmes, o documentário de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha traz depoimentos inéditos de Kopenawa. Watoriki, sua aldeia, é o cenário para o longa-metragem, que destaca a exuberante natureza e o cotidiano de atividades e ritos do povo Yanomami, atualmente a maior população indígena de um país sobrevivente a massacres, e ainda ameaçada.

“Nós, povo da floresta, vivíamos bem e nossa floresta tinha saúde. Nós, os Yanomami, e outros povos da floresta, vivíamos sozinhos. Os brancos ainda não se misturavam conosco. Os aviões não passavam pela nossa floresta. Era silencioso”, relembra ele.

Com os pais e com os líderes de sua aldeia, Davi Kopenawa aprendeu a defender a floresta. Deste pensamento, vieram outros, trazidos por mazelas e doenças. Ao ter contato com os homens da cidade, fica espantado com o descaso deles pelas riquezas sagradas da terra. Para marcar sua indignação com as atividades predatórias, Kopenawa usa, pela primeira vez no documentário, a língua portuguesa para se expressar.

“Chegando a Boa Vista, vi fazendeiros destruindo a floresta. O desmatamento, a poluição e o lixo eram as marcas sujas e os rastros do napë (brancos)”, conta.

Ao se questionar o porquê de o homem branco não ter amizade com a natureza, recorda os tempos de destruição da Ditadura Militar, fala sobre demarcação de terras dos povos originários e denuncia as consequências da crise climática. Mas ressalta o cheiro perfumado e os bons ventos de sua floresta.

“Moramos todos em uma única terra. Não há outra sobrando. O sopro vital é um, e nós respiramos juntos”, diz.

No documentário, o líder relembra o primeiro medo que teve quando iria deixar a mata pela primeira vez, ainda criança: “e se eu sentir saudades?”. O sentimento traduz a ligação que os povos originários têm com a natureza, uma entidade indissociável do seu estilo de vida.

“Eu me ofereci à natureza, me entreguei. Eu e a natureza temos amizade um pelo outro. A natureza pede para que os Yanomami a protejam e que ensinem os brancos”, alega Kopenawa.

“Watoriki — Conversa com Davi Kopenawa” é uma produção da Aruac Filmes, viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 18 de abril, às 22h10.


Kamikia Kisêdjê mostra a foto que vai inspirar sua imagem (Crédito: Divulgação/Curta!)


Território, memória e imagem: Kamikia Kisêdjê encerra temporada de ‘Instantes Cruzados’ com releitura de Claudia Andujar

No último episódio da segunda temporada da série “Instantes Cruzados”, exibida no Curta!, o fotógrafo e videasta indígena Kamikia Pentotxi Trumai Kisêdjê é convidado a reinterpretar uma imagem emblemática da história da fotografia brasileira. Formado pelo programa Vídeo nas Aldeias, Kamikia é hoje um dos mais atuantes e representativos documentaristas indígenas do país, com uma trajetória marcada por registros potentes da luta e da vivência dos povos originários, especialmente os Kisêdjê e Trumai, da Terra Indígena do Xingu.

A cada episódio, um convidado é desafiado pelo fotógrafo e antropólogo Milton Guran a reimaginar uma imagem que marca a cultura brasileira. A série apresenta os trabalhos dos seguintes fotógrafos: Maurício Hora, Leo Lima, Paula Trope, Mariana Mayara, Betina Polaroid, Rogério Reis, Pedro Vasquez e Kamikia Pentotxi Trumai Kisêdjê.

O episódio inédito “Marcados — Claudia Andujar e Kamikia Kisêdjê” presta homenagem à renomada fotógrafa Claudia Andujar, cuja obra desempenhou papel fundamental na visibilidade da luta dos Yanomami e na defesa dos direitos indígenas no Brasil. Em diálogo com a imagem proposta por Guran, Kamikia constrói uma nova leitura visual, profundamente conectada com o território, a ancestralidade e a força das lideranças indígenas.

“Essa imagem... a gente está conectado diretamente com os povos Yanomami, porque a gente vê que a imagem está olhando diretamente para nós”, comenta o fotógrafo durante o processo criativo. Ao invés de reproduzir a imagem original, Kamikia propõe uma obra que ecoa o olhar de Andujar, a partir de sua própria vivência e tempo.

Ao longo do episódio, acompanhamos a construção de uma imagem inédita, fruto do encontro entre arte, território e memória coletiva. Em vez de apenas revisitar uma fotografia histórica, Kamikia sugere uma que marca e é marcada, tal como os corpos e os territórios indígenas no Brasil. O corpo indígena, o território ameaçado e a força da memória coletiva atravessam seu trabalho com sensibilidade e potência.

“Instantes Cruzados” é uma produção da Ocean Films, viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser vista no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). Os episódios ficam disponibilizados um dia após a estreia na televisão. A estreia é no dia temático Terças das Artes, 15 de abril, às 22h.


Segundas da Música - 14/04

22h – “Candeia” (Documentário)

A vida e a obra de Antônio Candeia Filho, músico profundamente ligado à defesa da cultura afro-brasileira. Compositor da Portela, ele evocou em suas criações as sonoridades dos batuques dos terreiros e das cantigas de capoeira. Em 1975, criou a GRANES Quilombo para preservar as tradições negras das escolas de samba, que naquele momento se tornavam cada vez mais mercadológicas. Direção: Luiz Antonio Pilar Duração: 97 min Classificação: Livre Horários alternativos: 15 de abril, terça-feira, às 2h e às 16h; 16 de abril, quarta-feira, às 10h; 19 de abril, sábado, às 13h30; 20 de abril, domingo, às 19h25

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Terças das Artes - 15/04

22h – "Instantes Cruzados” (Série) - Episódio: “Marcados - Claudia Andujar e Kamikia Kisêdjê” - INÉDITO E EXCLUSIVO

A fotógrafa e ativista Claudia Andujar dedicou sua obra ao povo Yanomami. Na série “Marcados”, ela retratou indígenas durante um atendimento médico, onde eram identificados por números em vez de nomes. Convidado a reinterpretar o trabalho de Andujar nos dias atuais, o fotógrafo Kamikia Kisêdjê traça paralelos entre os Yanomami, os Kisêdjê e a população do Rio de Janeiro. Diretor: Sergio Bloch Duração: 27 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 16 de abril, quarta-feira, às 2h e às 16h; 17 de abril, quinta-feira, às 10h; 19 de abril, sábado, às 18h; 20 de abril, domingo, às 10h10

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Quarta de Cinema - 16/04

21h30 – “Cinéticas” (Série) - Episódio: “Dominga Sotomayor - Imagens que transformam o cotidiano” - INÉDITO E EXCLUSIVO

Tuca Siqueira investiga a cinematografia de Dominga Sotomayor, cineasta chilena que explora relações humanas com imagens poéticas. Com “De Jueves a Domingo” e “Tarde Para Morir Joven”, Dominga cria narrativas intimistas e celebra o tempo e o espaço. Tuca analisa sua influência no cinema latino-americano e sua contribuição como cofundadora de importantes iniciativas culturais. Duração: 85 min Classificação: Livre Horários alternativos: 17 de abril, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 18 de abril, sexta-feira, às 9h30; 20 de abril, domingo, às 13h

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Quinta do Pensamento - 17/04

23h – “Recife/Sevilha - João Cabral de Melo Neto” (Documentário)

João Cabral de Melo Neto guarda em livros e versos a experiência do homem apaixonado por duas cidades. Através de sua poesia, entra-se em Recife e em Sevilha, que seriam lugares inconciliáveis por suas diferenças, se nelas o poeta não tivesse vivido. O Recife do menino de engenho e do rapaz mundano e a Sevilha do homem feito andarilho por força de sua carreira de diplomata. Direção: Bebeto Abranches Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 18 de abril, sexta-feira, às 3h e às 17h; 19 de abril, sábado, às 9h; 20 de abril, domingo, às 23h; 21 de abril, segunda-feira, às 11h

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Sextas de História e Sociedade - 18/04

22h10 – Watoriki: - Conversa com Davi Kopenawa” (Documentário) – INÉDITO E EXCLUSIVO

“Watoriki” é um testemunho do pensamento e da biografia de um dos mais importantes líderes indígenas do Brasil, o xamã Davi Kopenawa Yanomami. A partir de entrevistas, ele relata detalhes de sua vida, fatos históricos do povo Yanomami e como sua experiência como intérprete e tradutor do mundo dos brancos (napë) o levou a lutar pela floresta. Direção: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha Duração: 90 min Horários alternativos: 19 de abril, sábado, às 2h10 e às 16h15; 20 de abril, domingo, às 21h20; 21 de abril, segunda-feira, às 16h10; 22 de abril, terça-feira, às 10h10

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Sábado - 19/04 - Maratona Dia dos Povos Originários

15h15 – "Arqueologias, em Busca dos Primeiros Brasileiros: Amazônia 10 milhões"

16h15 – "Watoriki - Conversa com Davi Kopenawa"

18h00 – "Incas: Uma Nova História"

19h00 – "O Povo Brasileiro: A Matriz Tupi"

19h35 – "Histórias da Gente Brasileira: Colônia – Selvagem, quem?"

20h10 – "Inconveniências Históricas: Catequese ou Redução?"

20h40 – "Instantes Cruzados” (Série) - Episódio: Kamikia Pentotxi Trumai Kisêdjê - Marcados"

21h15 – "O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels"

22h20 – "A Mãe de Todas as Lutas"


Domingo - 20/04

19h – “Grandes Cenas - 2ª Temporada” (Série) - Episódio: “Um Céu de Estrelas”

A diretora Tata Amaral debate “Um Céu de Estrelas” (1996), um filme que trouxe à tona as complicações de um relacionamento abusivo. Na cena final, a personagem Dalva vive um instante de calma diante de seu sequestrador, pouco antes de a polícia invadir a casa. Direção: Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno Duração: 20min Classificação: 10 anos

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