Inédito e exclusivo no Curta!, documentário ‘Portugal 1974 - A Revolução dos Cravos’ detalha dias que antecederam fim da ditadura portuguesa
Filme traz imagens de arquivo, detalhes dos planos revolucionários e depoimentos de personagens da Revolução (Crédito: Divulgação/Curta)
À meia-noite do dia 25 de abril de 1974, a música “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso, tomou as rádios portuguesas. A canção era o sinal para o início da Revolução dos Cravos e se tornou um hino da democracia e da liberdade. O documentário inédito “Portugal 1974 — A Revolução dos Cravos”, que estreia com exclusividade no Curta!, apresenta os acontecimentos que levaram ao fim da mais longa ditadura na Europa e suas consequências. A produção já está disponível no CurtaOn - Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br).
A obra, escrita e dirigida por Paul Le Grouyer e Bruno Lorvão, traz imagens de arquivo, gravações de rádio, detalhes dos planos revolucionários e resgata depoimentos dos principais personagens envolvidos para analisar o levante contra o Estado Novo. Diante de uma ditadura que já durava mais de quatro décadas, levando Portugal a um cenário de fome, analfabetismo, baixos salários e emprego infantil, a população viu, na morte do ditador António de Oliveira Salazar, quatro anos antes, uma brecha para a revolução. A repressão não arrefecia, e os protestos aumentavam.
“Fomos empurrados uns contra os outros, e me refugiei em um supermercado. Muitos moradores de Aveiro abriram suas portas para abrigar os democratas”, conta um manifestante de um dos vários protestos que marcaram a insatisfação e denunciaram a repressão policial que crescia à medida que o sistema se desgastava.
Junto ao cenário instável em casa, o regime enfrentava acusações pelas guerras de independência nas colônias africanas. O documentário mostra cenas dos conflitos em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, caros e brutais, que fizeram crescer também o descontentamento dentro do corpo militar.
Com detalhes sobre a ‘Viragem Histórica’, plano de conspiração contra os generais da ditadura, a obra mostra os desafios e as minúcias dos momentos que antecederam o dia da revolução. O sinal da Rádio Renascença ao som de “Grândola” anunciava o início do movimento, convocando os rebeldes à luta. Sob a liderança de militares revoltosos, que desempenharam papel fundamental, no início da manhã, eles já controlavam os principais prédios e instituições públicas e militares. Em 24 horas, derrubaram um regime que parecia inabalável.
“As forças armadas desencadearam, nesta madrugada, uma série de ações destinadas à libertação do país do regime que há muito tempo o domina. Cientes do que representam os verdadeiros sentimentos da nação, o Movimento das Forças Armadas prosseguirá na sua ação libertadora e pede à população que mantenha a calma e que se recolha às suas residências. Viva Portugal!”, dizia o comunicado nas rádios.
O documentário ressalta como a Revolução dos Cravos foi construída de forma peculiar e ampla. Unindo militares, intelectuais, políticos e trabalhadores, o grupo refundou a democracia no país, trazendo esperança ao povo. Com a população na rua para testemunhar e garantir o sucesso da revolução, era a hora de celebrar. Ao dar para um soldado uma flor do seu ramo de cravos, Celeste Caeiro iniciava ali um gesto que marcou uma época.
“Não tive dúvidas de que o 25 de abril foi uma vitória, que já não podiam nos deter. O percurso até a Praça do Carmo foi apoteótico, é difícil explicar. As pessoas choravam e se abraçavam”, relata o capitão Salgueiro Maia, uma das lideranças dos rebeldes.
“Portugal 1974 — A Revolução dos Cravos” é uma produção da Cinétévé. O documentário pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 25 de abril, às 22h.
Carolina Markowicz detalha processo de criação de personagens e histórias em episódio inédito de ‘Cinéticas’
A nova geração de cineastas brasileiros é marcada, além do talento, pela sua variedade de estilos e histórias. Carolina Markowicz se destaca pela minuciosa criação das personagens e direção dos atores. Seu processo criativo é detalhado em episódio inédito da série exclusiva “Cinéticas”, que estreia com exclusividade no Curta!. A produção, viabilizada pelo canal através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), apresenta, em nove episódios, o perfil, as obras e as ideias de cineastas latino-americanas.
Com direção de Renata Felisatti e Caroline Margoni, o episódio “Carolina Markowicz — Riscos e Reconhecimentos” provoca na diretora justamente o que ela também busca em suas obras: a sensação de algo novo, de experimentar um cenário e uma experiência diferentes dos habituais. Ao contar que não é uma pessoa que gosta de estar na frente das câmeras, ela exalta o trabalho de quem dá vida ao desconhecido.
“Quando você escreve histórias e dirige, tem muito de você naquilo, mas a sua personificação na frente da câmera é diferente. Por isso, o trabalho do ator é tão difícil e complexo”, avalia.
O episódio acompanha a rotina criativa da cineasta, que tira do cotidiano ideias e provocações. Ao sentar-se num café para escrever, ouve conversas alheias, vê a vida passar. Obras como “Pedágio” (2023), “Carvão” (2022), e o curta “O Órfão” (2018), premiado em Cannes, além de outros títulos com destaque em festivais como os de Toronto e Locarno, são exemplos de como ela constrói suas histórias e, no fim das contas, mostram como ela vê o mundo.
“Pra mim, no cinema, é quase igualmente importante o que é falado e o que não é. O silêncio conta muito, é quase uma elipse narrativa, é uma frase, uma imagem forte”, afirma ela.
Em seus filmes, a diretora convida os espectadores a se juntar a ela na resolução de conflitos. Para isso, foca nos personagens. Antes de questões técnicas, ela é uma cineasta marcada pelo desenvolvimento das histórias a partir dos seus sujeitos, que devem responder aos incômodos provocados. Nos ensaios que precedem as filmagens, dá espaço para a criação sem fim. Etapa fundamental do seu cinema, ela incentiva o improviso para entender o que será o filme e quais as possibilidades narrativas que eles criam.
“Os personagens só estão prontos para serem filmados quando tenho a sensação de que eles já são outra pessoa, não o ator. Começo pensando nos personagens, depois na estrutura. Foco na história que quero contar e na história que quero investigar”, explica.
Carolina, que queria ser astronauta quando criança, tira desse desejo pela aventura, pelo desconhecido e pela exploração o gosto por pensar em situações fora da realidade. Para ela, quanto maior a obsessão em se aprofundar num tema ou num comportamento, maior a chance de descobrir e contar novos mundos.
“Minha relação com o cinema vem de algo ou alguém que eu quero investigar, quando crio universos e personagens”, afirma.
Com nove episódios de 26 minutos, “Cinéticas” é uma produção da Alumia Filmes com direção geral e roteiro de Caroline Margoni. Além de Carolina Markowicz, a série retrata Lucía Garibaldi, Everlane Moraes, Dominga Sotomayor, Glenda Nicácio, Jorane Castro, Graci Guarani, Renata Pinheiro e Inés Barrionuevo. Os episódios podem ser vistos no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Quartas de Cena e Cinema, 23 de abril, às 21h30.
Segundas da Música - 21/04
22h15 – “Com a Palavra, Arnaldo Antunes” (Documentário)
Um documentário autobiográfico sobre o papel que a palavra, a música e a imagem ocupam na obra de Arnaldo Antunes. De sua origem como poeta ao sucesso como cantor e compositor, o artista revisita os momentos mais marcantes de sua carreira. Duração: 80 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 22 de abril, terça-feira, às 02h15 e 16h15; 23 de abril, quarta-feira, às 10h15; 26 de abril, sábado, às 15h30; 27 de abril, domingo, 22h30
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Terças das Artes - 22/04
23h – “Guignard: Mundo Sem Chão” (Documentário)
Em 2022, quando se completaram 60 anos da morte do pintor Alberto da Veiga Guignard, o diretor Marcos Guttmann reuniu especialistas, colecionadores e ex-alunos do artista no documentário “Guignard: Mundo Sem Chão”, para descreverem a importância e atualidade de sua arte e os obstáculos que ele enfrentou na vida. Direção: Marcos Guttmann. Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 23 de abril, quarta-feira, às 03h e às 17h; 24 de abril, quinta-feira, às 11h; 27 de abril, domingo, às 19h30
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Quarta de Cinema - 23/04
21h30 – “Cinéticas” (Série) - Episódio: “Carolina Markowicz — Riscos e Reconhecimentos” - INÉDITO E EXCLUSIVO
Renata Felisatti investiga o cinema de Carolina Markowicz, roteirista e diretora paulista que transforma temas densos em narrativas inovadoras. Com filmes como “Carvão” e “Pedágio”, pré-selecionado ao Oscar 2024, Carolina se destaca no cinema brasileiro, explorando questões socioculturais com originalidade. Renata revela a ousadia estética e a marca de Carolina como uma realizadora destemida. Duração: 85 min Classificação: Livre Horários alternativos: 24 de abril, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 25 de abril, sexta-feira, às 9h30; 26 de abril, sábado, às 20h45; 27 de abril, domingo, às 13h
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Quinta do Pensamento - 24/04
23h – “Cannabis: A História Através dos Tempos” (Documentário)
A cannabis tem sido vital para o progresso da humanidade ao longo de milênios. Somente neste último século, a humanidade passou a proibir uma das plantas mais úteis do nosso planeta, dando início à chamada “guerra às drogas”. Mas na medida em que as percepções em relação às drogas ilícitas mudam e a sua legalização se expande, voltamos a olhar para a cannabis. Direção: Piers Garland. Duração: 58 min. Classificação: 18 anos. Horários alternativos: 25 de abril, sexta-feira, às 3h e às 17h; 26 de abril, sábado; 26 de abril, domingo, às 13h30; 27 de abril, segunda-feira, às 20h30; 28 de abril, segunda-feira, às 11h
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Sextas de História e Sociedade - 25/04
22h – “Portugal 1974 — A Revolução dos Cravos” (Documentário) - ESTREIA
A Revolução dos Cravos derrubou a ditadura do Estado Novo em Portugal, que durou 41 anos, culminando na implantação de um regime democrático no país. A luta foi liderada por um vasto grupo, composto por civis, exilados, políticos, artistas, intelectuais, funcionários do próprio Estado ditatorial e, diferentemente da maioria das revoluções, militares. Direção: Paul Le Grouyer, Bruno Lorvão Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 26 de abril, sábado, às 2h e às 14h30; 27 de abril, domingo, às 21h30; 28 de abril, segunda-feira, às 16h; 29 de abril, terça-feira, 10h
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Sábado - 26/04
7h e 21h20 – “Toni Morrison — Os Fantasmas da América” (Documentário)
Escritora, editora, professora universitária e primeira mulher negra a receber o Nobel de Literatura, Toni Morrison tem seu legado analisado neste documentário. Descrita como um “tesouro nacional” pelo ex-presidente Barack Obama, Toni — falecida em 2019 — produziu uma obra composta por 11 livros, traduzidos em diversos idiomas, profundamente impactada por questões raciais e com uma narrativa influenciada pela forma como seus antepassados contavam histórias. “Toni Morrison te leva para dentro de um ser humano, de maneira que nenhum de nós está preparado para imaginar”, afirma o diretor de teatro Peter Sellars. Além de Peter, outros entrevistados relembram a potência da escritora, entre historiadores, ativistas e outros escritores. Entrevistas com a própria Toni também compõem o fio narrativo do documentário. O filme não se preocupa tanto com minúcias de sua vida pessoal quanto com acontecimentos que impactaram diretamente sua visão de mundo e, consequentemente, sua escrita. A maioria deles está relacionada ao preconceito racial, às terríveis histórias de seus antepassados escravizados e à luta pelos direitos civis. Parte da mesma geração de Martin Luther King, Toni esteve ao lado de grandes ativistas, entre eles Angela Davis, de quem se tornou amiga e editora. Duração: 52 min Classificação: Livre
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Domingo - 27/04
18h30 – “Festa de Iemanjá” (Documentário)
O documentário narra o surgimento, há quase um século, da manifestação religiosa e cultural dedicada a Iemanjá, em Salvador, capital da Bahia. A festa que celebra a divindade das águas é organizada e protagonizada por pescadores, pelo povo de santo do Candomblé, da Umbanda e outras religiões e, inclusive, ateus, no bairro do Rio Vermelho, no dia 2 de fevereiro. O filme traz as transformações e as tradições da louvação à divindade de matriz africana. Em 2020, obteve registro especial como patrimônio imaterial de Salvador. Direção: Fabíola Aquino. Duração: 42 min. Classificação: Livre
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