ÚLTIMOS

Entrevista com o eliminado do 'BBB 25': Diego Hypolito

Foto: Globo/Léo Rosario

Ele foi o quinto colocado do 'Big Brother Brasil 25' e diz com orgulho que será um eterno brother. Diego Hypolito é só alegria ao falar da própria trajetória no reality no qual sonhava de entrar. Mesmo eliminado ontem, com X% dos votos do paredão contra Renata e Vitória Strada, considera que cumpriu sua jornada como ela tinha que ser. "Foram 95 dias de reality, mais de 100 dias de confinamento, em que eu consegui encontrar o meu eu, ver vários defeitos que eu tinha e não observava. Eu comecei a aprender muitas coisas. O que o 'Big Brother' teve de mais positivo nesse período todo foi que eu aprendi. Eu saio do BBB com uma cabeça muito mais ampla de pensamento", resume o atleta.

No papo a seguir, Diego revisita os embates recorrentes com Maike, Gabriel João Gabriel, João Pedro, avalia a forma como os adversários o enxergavam e destaca momentos que guardará para sempre na memória.

Como foi participar do ‘Big Brother Brasil’? 
Para mim, foi algo realmente único. As pessoas sempre pensavam nos brasões do título mundial, do título olímpico. E, na realidade, eu sempre tive o sonho de participar do 'Big Brother Brasil'. Eu considero que a minha jornada lá dentro foi uma jornada atípica porque a gente entrou com um familiar, de uma maneira diferente. Isso me deu uma possibilidade e um sonho ainda maior. O convite veio num momento em que eu queria muito. Eu entrei de cabeça totalmente erguida, principalmente porque eu sabia que tinha a possibilidade de chamar a Dani [Daniele Hypolito] para ir comigo. Era uma oportunidade para as pessoas verem que a gente tem diferenças, que a gente tem brigas, mas que nós somos irmãos que se amam muito.

Como resumiria essa experiência? 
Aconteceram situações no confinamento de muita gente falando que eu era uma pessoa que nunca fui. Eu não grito com as pessoas, eu não falo alto, eu não brigo, eu sou uma pessoa muito brincalhona, eu gosto de estar em ambientes que me fazem sorrir, eu gosto de rodar, eu gosto de balançar; eu gosto de coisas que eu acho que na minha infância eu não tive oportunidade de ter porque eu estava dentro do esporte. Isso foi muito julgado no início do programa. As pessoas que eu achava que eram próximas a mim eram pessoas que não estavam me ajudando, que na realidade estavam apoiando um lado contrário, desacreditando de mim. Então isso fez com que eu também desacreditasse de mim em grande parte do jogo e repensasse se eu estava no caminho certo.

Mas eu fui muito acolhido pelo Gui [Guilherme], pela Dona Delma [Joselma], pelo Vini [Vinícius], pela Aline. Eu tenho bastante dificuldade de criticar as pessoas porque isso é totalmente adverso do que eu fiz a minha vida inteira. Só que o programa é um programa de posicionamento. E quando me falaram "olha, seu jogo é morno, você é assim, assado", eu comecei a acreditar. Mas ainda bem que eu consegui ficar tanto tempo! Foram 95 dias de reality, mais de 100 dias de confinamento, em que eu consegui encontrar o meu eu, ver vários defeitos que eu tinha e não observava, um deles com a Dani, outro de às vezes falar demais. Nunca vou deixar de contar a minha história, porque esse é o maior orgulho da minha vida, mas eu posso escutar mais as pessoas. Eu comecei a aprender muitas coisas. O que o 'Big Brother' teve de mais positivo nesse período todo foi que eu aprendi. Eu saio do BBB com uma cabeça muito mais ampla de pensamento.

Muitas vezes, eu me coloquei num lugar de que eu não era merecedor de estar ali, e ficava o tempo todo pedindo desculpas. Eu me arrependo muito de ter pedido tanta desculpa, de não ter acreditado que eu era merecedor daquilo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho que ser a minha prioridade, porque se eu não for a prioridade da minha vida, eu não consigo ajudar as outras pessoas. Eu enxerguei isso em um período que fui abraçado pelos integrantes do quarto Anos 50; eles serão eternos para mim. E tem uma questão muito pessoal minha que foi a Vitória Strada, que me colocou num lugar que me fez voltar a sorrir. Então, a Vitória tem um pedaço do meu coração. A Vitória não é uma amiga, para mim é uma irmã.

Cada um tem seu perfil e o BBB é feito de pessoas muito diferentes. Eu acho que eu sou bastante distinto de quase todas as pessoas que entraram lá, assim como todas são diferentes de mim. E isso não é negativo e nem positivo, é só diferente. Eu sou uma pessoa estranha e tenho orgulho de ser estranho.

Você e sua irmã [Daniele Hypolito] ficaram bastante tempo juntos na competição, até ela ser eliminada. Qual foi o impacto da saída dela no seu jogo? 
Eu tive que me manter extremamente forte. Foi um dia que eu não chorei. Eu sou uma pessoa que chora, sou bastante emotivo, mas eu falei: "Eu não vou chorar porque isso aqui é um sonho meu e dela". Ela alcançou o sonho dela. Saiu muito orgulhosa, de cabeça erguida, e teve uma trajetória muito bonita. Eu tinha uma prova logo depois e queria ir bem, então não podia ficar sofrendo sobre aquilo.

Eu não ganhei lideranças, mas eu ganhei minhas provas diárias. Eu tenho os meus méritos pessoais que eu vejo comigo, que eu tenho orgulho. Em algumas situações depois da saída dela, o meu jogo até cresceu porque eu deixei de viver só a vida da Dani, com quem eu ficava muito preocupado porque nós somos irmãos, amigos, parceiros. Mas nós somos muito diferentes. A Dani é mais reservada e eu sou maluco (risos). Eu não bebi durante mais de 50 dias de BBB e parecia que eu estava bebendo todas as festas. Isso é um pouco do que eu sou aqui fora. Depois da saída dela, eu consegui externar isso também. Mas eu tenho a sensação de que eu não conseguiria ter entrado sem a minha irmã. Eu acho que a saída da Dani foi muito triste, mas ela não me diminuiu em momento algum. Ela só me fez querer representar a minha família em todos os momentos.

Ainda na primeira semana do programa, você teve uma fala sobre supostamente “gostar de mentir” que reverberou por toda a temporada como acusações dos seus adversários contra você. Por que disse aquilo naquele momento e de que forma ela influenciou o seu jogo? 
Eu acho que, na realidade, ao se ater a isso, o Gabriel só fez um caminho ruim para ele mesmo. É tão chato quando você fica colocando uma pontuação de uma pessoa que é sempre a mesma coisa... Eu acho que, na vida, é o seguinte: quando uma das pessoas não quer brigar, não existe briga. Só que chegou um ponto em que eu já não aguentava mais porque a sensação que me dava era de que essa era uma briga de quinta série. Eu ficava olhando e falava: "Não é possível que esse menino não vá largar do meu pé". E depois eu vi que na realidade não era "o menino", eram "os meninos" que estavam no meu pé. E até teve até um momento em que eu pensei: "Cara, eu não aguento mais não me defender também dos gêmeos, do Maike". Porque o Gabriel saiu no início, mas ficou Maike, João Gabriel e João Pedro. Na minha vida eu nunca fui me defender de coisas que eu acho que não tinha que me defender. Eu acho que as minhas atitudes falam muito mais que mil palavras.

Você e Dani tiveram esses embates com a dupla Gabriel e Maike, mas, depois da eliminação do Gabriel, parece que as coisas se apaziguaram entre você e Maike, especialmente. Isso durou até a reta final, quando vocês voltaram a se estranhar. O que pode ter provocado essa mudança na relação com o Maike? 
Acalmou por uma situação muito simples: eu não vou procurar embate com alguém que eu não tenho a sensação de ter embate. Eu achava que os meus embates iriam aparecer semanalmente. No 'Big Brother' acontece muita coisa numa semana. Eu tentava observar o que estava acontecendo, mas eu tenho um pouco de dificuldade de lembrar de datas. Só que se tem uma coisa de que eu tenho certeza é do que eu não falei. E eles falavam sempre que eu tinha falado em coach, que ex-BBBs tinham me auxiliado. Ai, eu achava isso tão chato! E isso começou a me pegar. Falar da história do "mentiroso", eu entendo. Foi algo que eu falei sobre mim, só que, lógico, não no intuito de me colocar como uma pessoa mentirosa e, sim, como uma brincadeira. Em 95 dias de programa deu para o Brasil ver que eu não sou uma pessoa mentirosa. O que começou a pegar muito é que todas as vezes vinha a questão coach. Foi uma coisa muito chata, que me incomodou. Depois, eu descobri que isso foi falado para eles por um terceiro. Tomar a dor de outra pessoa sem ter conversado com o envolvido, para mim, é não ter responsabilidade afetiva. Eu acho que eles eram irresponsáveis nas atitudes que eles tinham. E não tem essa para mim de "isso daqui é um jogo, lá fora é diferente". Desculpa, eu não penso assim. Mas eu tenho um pensamento sobre eles que é de que tá tudo bem, vida que segue, vamos seguir caminhos diferentes, a gente não vai mais viver em conjunto sob o mesmo teto (risos).

João Gabriel, João Pedro e Dona Vilma também fizeram apontamentos sobre você ao longo da temporada. Quem considerava seu maior oponente no programa? 
Olha, a grande realidade é que eu via que o meu maior oponente era eu mesmo. Porque o que estava me parando e o que me paralisou em muitas coisas era o meu medo. Então, o que eu digo hoje para as pessoas é que enfrentem seus medos. Na atualidade, as pessoas estão muito mais ligadas no material do que no humano. Então, porque eu gosto de todo mundo, isso é ruim? Não sei. Eu de verdade não acho.

Aqui fora, eu não tenho obrigação de lidar com as pessoas na mesma casa, no mesmo local. Só que eu me propus a isso porque era um sonho meu participar do BBB. Eu ter virado um brother, top 5 de uma edição, é um privilégio, um local que eu jamais imaginava alcançar, principalmente, pelo lugar onde eu estava sendo colocado nas falas das outras pessoas. Eu não acho que meus maiores embates foram pessoas, não. Eu acho que pode ter sido eu mesmo.

Os integrantes do quarto Anos 50 se tornaram seus aliados da metade do jogo para frente. Mas, antes, você parecia não combinar nenhuma estratégia com eles nem com o outro quarto onde também dormiu, o Nordeste. Preferia um jogo solo? O que fez com que, mais tarde, vocês se tornassem um grupo mais definido? 
O que aconteceu foi simples: no início, eu fazia parte de um grupo que não era meu grupo. No quarto Nordeste era cada um por si. As pessoas só pensavam nelas e estavam colocando as outras como peças de tabuleiro que eram escolhidas para serem retiradas ou não. Uma hora ou outra, iam sobrar poucas pessoas. Então, no início, eu ia pelo meu coração. Eu não ia votar em alguém porque elas queriam que eu votasse. Quando eu fiz isso, elas se voltaram contra mim. Só que é o que aconteceu: o acaso, a sorte, que para mim é Deus, foi que eu ganhei um anjo. E as pessoas todas mudaram comigo. Só que o pessoal achou que eu não observei. Então, o que eu fiz? Tomei minha decisão sobre o anjo como eu achava que deveria ser, em conjunto com a minha irmã, e imunizamos Vinícius e Aline, que são pessoas que eu quero ter para minha vida. Eu não fiquei bem depois que eu senti algumas coisas que estavam fazendo com a minha irmã, quando deixaram ela de lado. Também não me senti bem pelas falas ofensivas sobre mim. E, depois disso, o Gui me abraçou. Eu não preciso nem ver coisa de internet. Eu sei, pela minha essência, as pessoas que eu quero ter para o resto da minha vida.

Fale um pouco sobre a aproximação com Vitória Strada. Acha que o seu desempenho no programa teria sido outro, caso essa relação tivesse se estreitado mais cedo? 
Eu acho que não, porque eu tive que passar por tudo que passei para estar aqui. A minha jornada foi escrita dessa maneira. Não era para eu ser o campeão do 'Big Brother Brasil'. Era para ser o campeão para a vida, de chegar e mostrar numa edição que você pode estar dentro de um lugar onde você sente, às vezes, que nem é pertencente sendo você. Eu não acho que ninguém ganha um 'Big Brother' sendo uma farsa. Não acho que ninguém veste uma máscara e sobrevive assim 100 dias. Eu tenho meus altos e baixos, tenho minhas dificuldades, mas quem não tem? Então, eu acho que o encontro com a Vitória foi no momento que deveria ser. Para que quando eu saísse do programa eu não tivesse a sensação de que eu estava saindo. Agora eu me sinto um eterno brother, e eu tenho orgulho, muito orgulho disso. Eu saí feliz e ficaria feliz. Se fosse para ficar até o último dia e ser o campeão, era para ser. Mas não era, essa não era a minha história. A minha história era ser o quinto colocado, o Top 5. Eu saí depois de uma festa muito especial, vi imagens minhas girando e eu adorei aquilo, porque, gente, esse é o Diego!

Por que acha que foi o escolhido para ir a 6 paredões? E o que acha que te eliminou desta vez, depois de resistir a outras 5 berlindas? 
Pelo meu entendimento, eu saí nesse paredão porque tinha a Renata, que é uma pessoa forte no jogo. Acho que ela passou por muitos paredões seguidos e isso vai fortificando a pessoa. E acho que eu fui escolhido para ir a seis paredões porque as pessoas, desde o início, me colocaram num lugar depreciativo. Infelizmente a gente é de uma geração em que ser campeão do mundo no nosso país tem pouca valorização. Eu não tenho aposentadoria, eu não construí uma vida para ter segurança. Eu era julgado no BBB porque eu caminhava mal, mesmo todos sabendo que tenho várias cirurgias. Ao invés de enxergarem como "caramba, o cara conseguiu vencer isso, eu posso também", eu fui colocado totalmente ao contrário: "O que esse cara tá fazendo aqui? Campeão do mundo. Ele não merece estar aqui". A sensação que me dá é que as pessoas que me colocaram no paredão e falaram isso não aceitavam o meu mérito. Todos que estavam no BBB mereciam estar. Não importa se a minha condição financeira hoje não fosse ruim como ela já foi um dia. Tudo que eu e minha irmã construímos foi para nossa família.

E quais momentos do BBB ficarão para sempre na sua memória? 
Com certeza um dos momentos em que eu falei pra Vitória que eu a amava. Aquilo ficou muito marcado para mim. Eu não falo para as pessoas que eu as amo se eu não amá-las de verdade. E eu já tinha falado para o Guilherme que eu o amava. São os dois momentos mais importantes para mim: quando abri meu coração e falei que eu os amava. Hoje as pessoas estão num tempo tão depressa, com tudo tão rápido, que esqueceram do que é o amor de verdade. Lembrar que a gente estava ali, numa competição, mas que temos valores e podemos expressar aquilo que a gente sente foi especial. Na da Vitória, especialmente, ela estava num momento muito ruim. Então eu acho que isso foi muito bom para mim, mas também foi muito bom para ela.

Quem você quer que vença o ‘BBB 25’?
Eu vou colocar juntos o Guilherme e a Vitória. Se qualquer um dos dois vencer, eu vou ficar muito feliz. A Vitória tem uma situação muito específica: às vezes ela desacredita dela mesma. Mas ela é muito maior do que imagina. E o Gui é tão grande como pessoa, é um cara tão incrível, que mostra para os tempos atuais que fidelidade existe. Eles dois têm um peso muito especial. Acho que tem muitas chances de a Renata ganhar, pelo que eu tenho acompanhado. Mas a minha torcida é por esses dois.

Já tem planos para o pós-programa? 
Eu quero agora viver um pouco do Instagram; por favor me sigam! Tenho que bater dois, três milhões. Quero ser blogueiro! (risos) Mas, falando sério, eu quero aumentar o meu fluxo de palestras e quero focar muito para que meu instituto chegue a lugares inalcançáveis. São crianças como eu, que não tinham absolutamente nada, que treinavam em pneu e tatame de palha. Então eu quero que essas crianças tenham o que eu não tive, e que isso chegue ao Brasil inteiro. Que isso motive as pessoas a tempos melhores. Que não seja só pra si: que a gente pense que um bolo é dividido em uma fatia por muitas pessoas. A minha medalha olímpica, quando veio com junto com a do Arthur Nory, foi muito mais especial. Dividir é muito melhor do que ter tudo sozinho.

O ‘BBB 25’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de 'Vale Tudo', e domingos após o 'Fantástico'. Pode ser visto ainda 24h por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site.

Nenhum comentário