Entrevista com o eliminado do 'BBB 25': Vinícius
Foto: Globo/Léo Rosario |
A trajetória de Vinícius no 'BBB 25' foi marcada, entre provas ganhas e vetos sofridos, pela resiliência. Viu-se diante de um grande desafio quando Aline, sua dupla e principal aliada, foi eliminada. Mas, na sua visão, não tinha a opção de esmorecer, nem mesmo com as dificuldades impostas a seu jogo pelos adversários. Sobreviveu 91 dias de confinamento, mas em um paredão contra Renata e Vitória Strada, foi eliminado com 57,69% dos votos do público. "A minha estratégia no BBB era mostrar para as pessoas que gente de verdade vence na vida. Nesse momento em que eu fico assistindo a algumas coisas, vendo o tanto que tem gente que gosta de mim e se identifica comigo, eu percebo que talvez eu não tenha saído milionário da forma que eu achei que eu poderia, mas que eu tenho muitas armas aqui fora para correr atrás do que eu fui buscar lá dentro. Então, eu acho que deu certo", avalia o agora ex-BBB. Na entrevista a seguir, o baiano fala sobre como Renata e Eva passaram de amigas a embates na casa, conta sua estratégia para chegar o mais longe possível na competição e revela seus maiores sonhos para o pós-reality. Você contou ter tentado entrar no BBB por alguns anos e, em 2025, finalmente conseguiu. O que te trouxe mais realização nessa experiência? Era como imaginava? O que mais me realizou foi saber que eu insisti muito para conquistar esse meu lugar. Eu sinto que deu certo, que valeu a pena cada ano tentando, cada dia que eu fiquei de joelho pedindo isso a Deus. Valeu a pena ter passado por aquela porta no dia 13 de janeiro de 2025 para iniciar a realização de um sonho que hoje me favorece a estar no meu novo mundo. Foi incrível, cada dia, cada segundo foi mágico e só quem sabe é um brother ou uma sisterque vive isso. Supriu muito as minhas expectativas e foi além do que eu poderia sonhar. Faltando 9 dias para a final, você deixou o reality em um paredão em que sua principal concorrente foi a Renata. Acha se a configuração fosse outra, teria mais chances de vencer? Lá dentro a gente tem uma dificuldade muito grande em pensar dessa forma. Tadeu [Schmidt] veio deixando claro nos discursos como estava difícil estabelecer um campeão e como tudo pode ser mudado o tempo inteiro. Eu acho que talvez sim, se eu não fosse nesse paredão, poderia ter mais alguns dias para estar lutando pelo meu sonho, que eu deixava claro que era o que eu ia fazer até o meu último dia ali dentro. Mas, ao mesmo tempo, eu me apego ao que acontece na minha vida, ao que tinha que acontecer. Às vezes a gente não entende no momento, mas lá na frente tudo se encaixa e a gente enxerga com clareza que, de fato, as coisas acontecem quando têm que acontecer. Esta semana você ganhou o anjo e optou por imunizar a Joselma, que havia se oferecido para ir ao paredão. Acredita ter sido a decisão correta? Depois de muito feedback, de muitas perguntas de "por que você imunizou a Delma [Joselma]? Ela já queria sair", eu penso que sim, eu poderia fazer diferente, imunizar o Gui [Guilherme]. Mas de qualquer forma, vendo o cenário de lá de dentro, com a visão que eu tinha de estar questionando e buscando algumas informações, eu via que não valeria a pena. Eu pensei vários momentos em imunizar o Gui, pensei em falar com o João para ele indicar o Diego [Hypolito] ou o Guilherme ao invés da Vitória [Strada], para que eu pudesse escapar do paredão. Mas isso me colocava em um lugar de "será que valeria a pena trocar dois dias a mais na casa por uma trajetória de 90 dias?" Eu não sei se isso seria bem-visto ou se seria como se eu estivesse traindo o meu próprio grupo, que estava comigo desde o primeiro dia do programa, para conseguir escapar do paredão. "Será mesmo que ele quer viver esse sonho a qualquer custo? E as pessoas que lutaram com ele, que passaram dias bons e ruins, também não merecem viver esse sonho?" Será que eu não estaria jogando baixo demais? Então, eu não faria diferente. Muitas pessoas admiravam a sua lealdade à Aline, mesmo nos momentos mais complicados do jogo. Como foi entrar no ‘BBB 25’ tendo sua amiga pessoal como dupla e equilibrar emoção e razão ali? Eu conheço a Aline como a palma da minha mão. E a gente já sabia, eu já sabia, do que poderia acontecer e do que aconteceu. Não é uma grande novidade. Mas, ao mesmo tempo, meu maior receio era como o mundo aqui fora iria abraçar a minha Aline, iria receber a minha Aline, que era diferente do que algumas pessoas estavam criando, imaginando ou idealizando. Mas foi incrível demais viver isso tudo com ela. Em vários momentos, era ela que me botava no colo, que me defendia, que tomava as dores e falava: "pode fazer o que for, mas com Vini, não. Não é desse jeito, ele não merece que façam isso com ele". Então, do meu jeito, eu busquei tratá-la da forma que ela merece e abraçá-la, colocá-la no meu colo também e fazer de tudo por ela da forma que eu pude fazer. Você sempre disse que planejava sair da casa milionário e que não podia perder esse foco. Qual era sua estratégia para ganhar o BBB e o que falhou nela? A minha estratégia no BBB, e pelo que eu vi aqui fora acho que deu certo, era mostrar para as pessoas que gente de verdade vence na vida. Gente de verdade, autêntica, que tem brilho no olho, que vai atrás do que acredita, que não esmorece, que não cai. Quer dizer, que pode cair no primeiro tropeço, mas que não vai ficar no chão, vai se levantar e vai continuar a vida. Nesse momento em que eu fico assistindo a algumas coisas, vendo o tanto que tem gente que gosta de mim e se identifica comigo, eu percebo que talvez eu não tenha saído milionário da forma que eu achei que eu poderia, mas que eu tenho muitas armas aqui fora para correr atrás do que eu fui buscar lá dentro. Então, eu acho que deu certo. No início do jogo, você tinha uma boa relação com a Renata e com a Eva. O que provocou essa ruptura entre vocês nas últimas semanas? O jogo acontece de forma que você precisa ficar atento a tudo. Em algumas atitudes das meninas, eu já percebia que, por mais que a gente se priorizasse em alguns momentos, esses acordos que elas tinham com outras pessoas não incluíam nem a mim nem a Aline. Nisso já coube uma reflexão sobre "poxa, eu estou fazendo por elas desse jeito, mas eu não estou sendo retribuído". O 'Big Brother Brasil' é um jogo de ação e reação em que as suas ações precisam ter um retorno. E aí, um momento crucial foi a volta de Renata da Vitrine do Seu Fifi, porque eu perdi a visão da Renata que eu tinha até esse momento. As pessoas ficaram atribuindo isso ao fato do embate que ela e Eva tiveram com a Aline. Isso foi delas. Mas a forma que eu reagi foi com o que eu vi da Renata e da Eva após a Vitrine. Ela [Renata] voltou de uma forma diferente. Não era mais a mesma Renata que eu tinha. O olhar era diferente, eu achava que o comportamento dela era diferente. Então, eu fui percebendo e reagindo do meu jeito. Não por uma questão de alívio, até porque se fosse assim, dentre várias outras situações, eu deixaria de falar com metade da casa, talvez. Considera terem sido elas suas maiores adversárias no programa? Não. Acho que, modéstia à parte, eu fui um bom jogador, mas os embates foram mudando, eu não precisei ficar com um único oponente desde o começo do jogo e mirar apenas nele. Eu acredito que jogar bem o 'Big Brother' é quando você tem embates e consegue resolver esses embates ao longo do jogo. Isso foi acontecendo da minha parte, principalmente. O que eu pontuava às vezes o paredão retornava, às vezes eu tinha uma análise que eu não precisava externar porque eu não sabia se aquilo era, se cabia de fato aquilo ser externado. Então, da minha forma, eu fui jogando, pensando e me articulando. Só que nem sempre eu explanava isso porque o meu jeito de jogar também era esse, era ter uma análise, guardar para mim e saber se aquele era o ponto. Mas eu não considero as meninas como minhas maiores oponentes. Justamente em função dos embates, nessa reta final, você acabou sendo vetado e ficou de fora de algumas provas. Como foi lidar com a impossibilidade de disputar alguns dos principais benefícios do jogo? Foi horrível. Eu sou extremamente competitivo, e teve um sequencial de fatores ruins desde aquele Sincerão, que era o mais temido da edição [o de destruir cartas, áudios e objetos]. É muito ruim ser criticado por algumas ações que são inevitáveis de acontecer ali, naquele momento. Na terça a Aline sai, eu fico arrasado; na quarta eu sou 'Barrado no Baile'; na quinta tem uma prova do líder em que eu sou vetado; e depois já vai deslizando para outras coisas que vão acontecendo, eu vou sendo apontado de uma forma muito grosseira e muito ofensiva. As pessoas queriam me transformar em alguém que eu não era, então alinhar tudo isso na minha cabeça e falar "Não, você não é esse Vinícius que essas pessoas estão dizendo, você não vai se abater, você não vai esmorecer, você não vai se frustrar" foi difícil. Porque o jogo caminha para isso se você se coloca em uma posição em que vai só apanhar, cair e não levantar. Eu não tinha essa opção porque na minha vida inteira eu não pude cair, eu sempre tive que me manter de pé. Então, se fosse para me “bater”, ia me “bater” de pé, se fosse para me “chutar”, ia me “chutar” de pé; no chão ninguém ia me encontrar. Ainda que estivesse em um grupo bem definido, você transitava bem pela casa e conseguia manter proximidade com integrantes do grupo oposto, como por exemplo com o João Pedro e com o João Gabriel. Acredita que essa postura te ajudou ou te prejudicou no game? Me ajudou porque me muniu sobre várias pessoas na casa. Não poderiam dizer "ah, eu não conversei com o Vinícius, eu não o conheço" porque eu dei a possibilidade de ter um momento com todo mundo. Eu sou essa pessoa que fala com todo mundo, sou extrovertido, "boca aberta", como a gente fala na Bahia, que chega e brinca. Nesse primeiro momento eu até me incomodei, pensei "mas será que eu sou a pessoa que está rodando pela casa?". Só que não tinha como eu fugir da minha personalidade de ser bem sociável, de estar em cada lugar para conhecer um pouquinho de cada um que eu queria e, também, para saber com quem eu estava lidando, quais pessoas seriam meus possíveis embates; eu já sabia pela forma de falar, pelo jeito. Eu já sabia como o jogo ia se desenhar, em inúmeras situações eu já tinha feito uma premonição. Durante a sua trajetória, você passou por diversos desafios, entre eles, o 'Barrado no Baile' por duas vezes, o Quarto do Desafio, a consequência de dormir fora da casa. Nas provas, conquistou a primeira liderança da edição com a Aline e foi anjo duas vezes. O que te ajudava a manter o foco na competição para superar essas dinâmicas e adversidades do reality? E qual foi o mais difícil? O que mais me motivava era o meu sonho de estar ali. Eu almejei muito e não podia perder a oportunidade que eu tanto busquei minha vida inteira, que eu demorei quatro anos consecutivos para conseguir. Era isso aliado ao meu retorno para casa: eu não podia voltar para casa de mãos vazias. O mais desafiador para mim foi o 'Barrado no Baile' dado por Maike, porque aquilo me esgotou de uma forma... Eu terminei a prova sem conseguir me mexer, eu não sei de onde foi que saiu força. Além desse dia, dormir lá fora também foi horrível. Eu estava com muita dor na costela por dormir de bruços, dor nos quadris por dormir de lado; eu sou muito grande, sou pesado e o colchonete era fino. Aquilo pesou muito porque eu já ficava imaginando que eu não ganharia a prova do líder, que era de resistência, que eu não teria condições para competir de igual para igual com o Maike e Renata, que foi algo que eu já sabia que aconteceria. Você já realizou o sonho de entrar no BBB. Que outros deseja concretizar após a sua passagem pelo programa? Primeiro, é claro que eu quero muito voltar para minha casa, ver meu pai, minha mãe, minha avó. Mas meu objetivo é conquistar o meu primeiro milhão. Eu quero trabalhar muito, estou disposto. Eu ouvi de muitas pessoas que esse primeiro momento foi só a abertura de uma porta para eu iniciar, agora sim, o meu sonho. Vocês já viram que eu sou muito focado, né? Então eu vou trabalhar muito. Eu tenho uma vida inteira para resolver a casa nova da minha mãe, para trabalhar, para dar de presente para ela até agosto, que é o mês do aniversário dela e é o que eu quero. É o meu sonho. Que amizades pretende manter na sua vida aqui fora? Sem dúvidas, Guilherme, Delminha [Joselma] e Vitória [Strada] são pessoas que eu não abro mão de ter na minha vida. A gente vai ficar agarrado, não quero saber (risos). A gente é muito unido. Gui é um ser humano incrível, Vitória é uma menina que não existe, Delminha é pura fé e resiliência. Eu pude aprender um pouquinho com cada um. Quem quer ver campeã(o) do ‘BBB 25’? Eu torço muito pelo Gui. É um menino que merece muito! Ele teve uma trajetória brilhante no BBB e a gente se parece em muitas coisas. Ele, assim como eu, sonhou muito em estar lá e ao sonhar em estar lá, ele defende muito aquilo, tem muita garra e muita vontade. E tem Vitória também, que é incrível, maravilhosa, que do jeito dela conquistou a gente e a casa inteira. O ‘BBB 25’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de 'Vale Tudo', e domingos após o 'Fantástico'. Pode ser visto ainda 24h por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site. |
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