Entrevista com a eliminada do 'BBB 25': Daniele Hypolito
Foto: Globo/Léo Rosario |
Como na vida de atleta, no ‘Big Brother Brasil’ Daniele Hypolito deixou falar mais alto seu lado protetor. Com o irmão e também ginasta Diego Hypolito, o desejo de proteger foi tão grande que Dani chegou a se oferecer para a berlinda em seu lugar. A decisão custou a eliminação do reality e, a 16 dias da final da temporada, ela se despediu do sonho de vencer o ‘BBB 25’. “Eu me arrependo no sentido de que eu dei um tiro no meu pé, porque talvez se eu não tivesse falado, nem eu nem o Diego teríamos saído. Eu estaria na casa e o meu irmão, muito provavelmente, teria voltado do paredão”, avalia agora. Dani relaciona as experiências que viveu fora da casa à sua postura no jogo, entre elas a dificuldade de se posicionar de forma contundente nos Sincerões e de se voltar contra adversários. “São coisas que você relembra estando nessa tensão, os medos que voltam, traumas que por mais que estejam numa caixinha escondida, quando você está sob pressão, 24 horas, 7 dias na semana, sem ter aquele respiro, acabam voltando”, reflete. A seguir, Daniele Hypolito comenta erros e acertos em mais de 80 dias dentro da casa mais vigiada do Brasil, aponta seus maiores adversários e comenta a parceria com o irmão Diego. Na entrevista, a ex-sister também revela seus planos para o futuro no mundo esportivo. O BBB era como você imaginava antes de participar? É totalmente diferente vivenciar e assistir. Quando você assiste, imagina uma coisa, mas quando está lá, tem atitudes que você dizia para os participantes não terem, mas acaba tendo. É uma tensão a cada dia, coisas que você relembra, os medos que voltam, traumas que por mais que estejam numa caixinha escondida, quando você está sob pressão, 24 horas, 7 dias na semana, sem ter aquele respiro, acabam voltando. Eu recebi palavras duras por muitos anos na minha carreira e, quando elas vêm à tona, isso me trava. O dia do “meu bem, meu mal” foi o meu pior Sincerão, o que eu menos consegui falar, justamente por isso. Eu já estava nervosa com o paredão e tive que me defender. Na parte do “meu mal” não era só falar, tinha que atribuir adjetivos. E são palavras que geralmente não existem no meu vocabulário. Por mais que eu soubesse que era um jogo, quando vem o nervosismo do paredão misturado com o meu medo de magoar as pessoas – porque eu muitas vezes fui duramente criticada por pessoas durante a minha carreira – ter que colocar palavras duras é muito complicado. Mas eu entendi que ali eu teria que vencer esse medo. Na última dinâmica, em que eu tive que apontar “planta” e outras características, eu acho que eu fui até melhor. E realmente, como eu falo baixo, tenho um tom mais tranquilo, tento ser ouvida dessa forma e tenho cuidado ao escolher as palavras, pode parecer que eu não falava. Em alguns momentos eu poderia ter me expressado melhor. Mas às vezes a gente fica nervosa e é pega de surpresa. Quando a dinâmica te atravessa com um pensamento que você teve, é complicado; não vou dizer que é um jogo fácil, porque não é. “Ah, mas ela competia para caramba, ela é guerreira”, podem dizer. Mas na ginástica era exatamente o que eu treinava e, mesmo assim, aconteciam falhas. Você não é treinado para o BBB. Quem trabalha com o ser humano sabe o quão difícil é lidar com personalidades diferentes da sua. A gente é julgado por um público que tem pessoas que vão entender e tem outras que não vão. E a gente sabe que nesse reality as pessoas gostam mais do embate, então pode ter sido a minha forma de falar e de ter um cuidado, não por conta de magoar as pessoas, mas também por me magoar. A pior coisa é você cobrar de você mesma e eu fiz muito isso na minha vida inteira de atleta. É claro que, depois que a gente sai, que a gente vê algumas coisas e fica com a sensação de que poderia ter feito diferente. Mas sair com a sensação de que você não falou mal de ninguém, que as pessoas que te conhecem não viram nada diferente daquilo que você é e sair com a tranquilidade no coração de que eu fui eu mesma, não tem preço. Do que mais gostou nessa experiência? Tudo, tudo, tudo! É a casa dos sonhos, é mágico. Você aprende, vive uma coisa única. Os shows, o quanto era rápido a montagem e a desmontagem das coisas, as dinâmicas que você vivenciava e ficava tensa e que, quando está aqui fora, simplesmente deixa pra lá – e lá você não pode deixar pra lá. Mas era tudo mágico. Falar com o Tadeu pelo telão que a gente vê pela TV e, depois, poder estar com ele ao vivo. Mesmo com toda dificuldade e com todo medo que a gente fica depois que sai, digo a quem tem esse sonho: não deixe de fazer a inscrição e tentar essa oportunidade, porque é única. Como foi competir em dupla com o seu irmão, Diego Hypolito, no ‘BBB 25’? Vocês tiveram algumas desavenças ao longo desse tempo no jogo, mas sempre permaneceram muito juntos. Acha que a separação das duplas facilitou ou dificultou o game de vocês? Por quê? Poder competir com o meu irmão no reality mais visto e mais amado do Brasil foi incrível. Eu acho que a gente mostrou que não tem irmãos que não tenham uma desavença ou outra, mas que acima de tudo se amam, se ajudam, se apoiam e estão ali para o que der e vier. Quando separou a dupla, eu acho que todo mundo viu que um pensava diferente do outro e, apesar disso, respeitava o que o outro pensava. Foi diferente já o fato de ter entrado em duplas, porque as pessoas puderam ver que é possível, sim, ter um amor único entre irmãos, essa cumplicidade, esse carinho. Foi maravilhoso também poder viver um pouco do que a gente viveu a nossa vida toda, que era um torcendo pelo outro. Quando voltou da Vitrine do Seu Fifi, Renata te alertou sobre o comportamento da Gracyanne Barbosa com você e Diego Hypolito. Mesmo assim, você se manteve do lado dela até que ela fosse eliminada. Por que fez essa escolha? Como ser humano, eu acho muito ruim estar num jogo no qual você perde seus aliados e se vê sozinha, porque ela até conversava com algumas pessoas mas não tinha ninguém para estar ao lado dela. Para mim, era mais que o jogo, era uma questão de empatia. Mas eu não deixei de falar para ela que fiquei, sim, chateada. Porque não tem como você saber [que isso aconteceu] com uma pessoa por quem você tem carinho, que você abriu o seu coração e vice e versa, e não ficar triste com a situação. Eu deixei claro também que, como jogadora, eu estava com o pé atrás com ela. Mas como ser humano eu não conseguiria ver uma pessoa sozinha, então isso pegou muito para mim. Apesar de eu ter tido uma informação com a qual todo mundo teria a reação de deixá-la sozinha, eu não consigo, porque muitas vezes na minha vida e na minha carreira eu fui deixava de escanteio. Fala mais alto em mim porque eu passei por isso. Isso pega muito no meu coração. Se não tivesse se oferecido para ser o voto de Delma e Maike, acha que a formação de paredão seria outra? Diego estava mesmo na reta? Se arrepende de ter se oferecido? O Diego estava, sim, na reta, porque o Maike desde o início votava em mim e no Diego. O Vinícius estava fora de questão e eu tinha certeza de que o nome que ele colocaria seria o do meu irmão. Muitas vezes, observando o jogo, eu falava: “Acho que sou eu ou o Diego, mas como eu fui na última semana, ele vai nessa e vice e versa”. É lógico que pelo jeito que se formou a votação eles iriam votar em mim, mas eu não iria para o paredão por conta do voto. Mas o nome do meu irmão seria falado e dentre as possibilidades da Del [Joselma], o Diego estava depois de mim ainda, então com certeza seria ele. É claro que eu me arrependo, porque eu não queria estar fora da casa. Eu me arrependo no sentido de que eu dei um tiro no meu pé, porque talvez se eu não tivesse falado, nem eu nem o Diego teríamos saído. Eu estaria na casa e o meu irmão, muito provavelmente, teria voltado do paredão. Mas a gente não tem certeza de nada daqui de fora, e eu estava com medo por conta de ele ter passado uma semana dificílima, de ter ido para o paredão, de a gente não ter ido bem na prova do anjo e de ele ter ido para o monstro... foi uma soma de coisas. Mas eu tenho certeza absoluta de que ele iria ao paredão. Nos últimos Sincerões você teve embates diretos com o João Gabriel. Ele também foi quem inaugurou o “Barrado no baile”, indicando você para ficar de fora da festa do líder. Ele foi seu maior adversário? Se não ele, quem foi? Eu acho que foram os três: tanto o João Gabriel, quanto o João Pedro e o Maike. O João Pedro e o João Gabriel votaram em mim e no Diego desde o início. Eles não fizeram questão nenhuma de dar abertura para conhecer a gente. Muitas vezes eles pegavam informações que outras pessoas passavam e jogavam em questão sem nem procurar saber o que era. Por mais que a gente fosse adversário, quando você fica na dúvida de alguma coisa, você tem que perguntar. E o Maike e o Gabriel, que era dupla dele, desde o primeiro Sincerão chamavam eu e o meu irmão para os apontamentos. Por mais que falassem que não era muito por mim, era sim, porque quando colocavam era a dupla. Os três, com certeza, foram os meus adversários desde o início. Do que você já assistiu ou teve acesso aqui fora sobre a edição, o que mais te surpreendeu? Com certeza as questões da Gracyanne, da Camilla e do pessoal do quarto Nordeste. Depois daquele momento em que eu me senti excluída, eles vieram conversar comigo de um outro jeito, e eu, com esse coração manteiga que tenho, acabei desculpando. Mas aqui fora eu vi que se eu tivesse seguido a minha intuição, talvez pudesse ter sido diferente em relação a não ter ajudado em momentos em que eu ajudei, mesmo jogando com o Quarto Anos 50 – o que eu sempre deixei muito claro. Não posso dizer que me arrependo de ter ajudado, porque eu joguei dessa forma, então foi o meu coração falando ali. Mas eu certamente teria feito diferente se tivesse seguido a minha intuição no dia em que eu senti que fui excluída. Fiquei sabendo até que eu era opção de voto deles ali naquele momento. Você saiu a 15 dias da grande decisão. O que faltou para chegar à final, na sua opinião? Ser mais firme e enfática nas coisas que eu falei. E com certeza o fato de ter me colocado no paredão atrapalhou. O que foi mais difícil no confinamento? E o que foi mais especial? O mais difícil é lidar com os medos de não estar agindo certo, de como as pessoas estariam me vendo, de não estar sendo exemplo para a criançada. Isso pesa muito. E o mais especial com certeza foi poder viver esses 83 dias na casa dos sonhos, a mais vigiada do Brasil. Você já falou que sua torcida é pelo seu irmão Diego, claro. Mas quem acha que pode atrapalhar o desempenho dele nessa reta final ou dificultar a sua vitória? O Maike e os gêmeos, até porque, nos últimos Sincerões, ele percebeu e chegou a comentar comigo que o Maike fica um pouco debochado quando o Diego está falando. Isso tira um pouco a concentração dele. Então, com certeza eles três podem atrapalhar bastante o jogo do meu irmão. Se pudesse escolher uma final ideal para esta edição, quem gostaria de ver no último dia da temporada disputando o prêmio ao lado do Diego Hypolito? Eu gostaria de ver a Delma [Joselma] e o Guilherme ou o Vinícius. Já imaginou o que gostaria de fazer após o BBB? Pretende permanecer no mundo da ginástica, como comentarista? Eu tenho o sonho de virar uma apresentadora esportiva. Eu amo esporte, então além de continuar no mundo da ginástica fazendo esse trabalho de comentarista, eu adoraria ter a oportunidade de participar de uma mesa do André Rizek, que fala sobre uma coisa que eu também amo, o futebol, e poder caminhar para ser uma apresentadora esportiva. O ‘BBB 25’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de 'Mania de Você', e domingos após o 'Fantástico'. Pode ser visto ainda 24h por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site. |
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