A trajetória e o legado de Gloria Maria em nova série documental
Foto: Globo/Lucas Seixas |
Pioneira, corajosa, desbravadora. Com imagens inéditas, revelações e depoimentos de amigos, parentes e personalidades, a nova série documental ‘Gloria’ reafirma o espaço que Gloria Maria conquistou no jornalismo e no coração do público. Os quatro episódios semanais vão ao ar nas noites de domingo, a partir do dia 27 de abril, após o ‘Fantástico’, e mostram a profissional por trás das câmeras. A série faz parte da programação especial dos 60 anos da TV Globo. ‘Gloria’ faz um passeio pelo tempo e pela história da jornalista que chegou à Globo no início dos anos 1970 para ser radioescuta da Editoria Rio, conciliando os estudos com o emprego até se tornar repórter, em plena ditadura militar. Carioca, nascida em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio, Gloria Maria conta que frequentou escola pública, não tinha livros em casa e aprendeu a contar histórias com a matriarca da família, replicando o estilo direto e ancestral em suas reportagens. “A série é um mergulho na história de Gloria Maria, resgata a sua ancestralidade, revisita lugares importantíssimos como a Nigéria e a casa onde ela chegou ao mundo, a árvore de jenipapo da casa da sua avó que permanece viva e enraizada com muitos frutos. Revisita os 52 anos de carreira da Gloria Maria na televisão e fala de pioneirismo, de talento, de amor, de despedidas, de fé, de espiritualidade. Essa série é um retrato fiel do que é ser uma mulher e do que uma mulher negra é capaz, de onde ela pode chegar, e mostra que ela não vai sozinha e ainda deixa um grande legado. Gloria atravessou barreiras e vai ser para sempre um grande marco na história da televisão brasileira, do jornalismo e da cultura do nosso país”, afirma a diretora da série Danielle França. A série explora arquivos pessoais de Gloria Maria desconhecidos do grande público, como os bloquinhos em que a jornalista documentava todas as experiências que vivia. E foram muitas. Ao longo de seus 52 anos de carreira na TV Globo, Gloria Maria percorreu os cinco continentes, participou de coberturas de Olimpíadas, Copas do Mundo, posses de presidentes e tantos outros acontecimentos da história do Brasil e do mundo. “Gloria é um elo entre o passado e futuro da TV. Nestes 60 anos celebrados agora, ela esteve com o microfone em mãos durante 52 deles, ajudou a formar a ideia que os brasileiros têm do que é um repórter de TV e o legado dela ainda guia e desperta o olhar dos novos jornalistas. Como roteiristas, eu e Antônia buscamos deixar que a própria Gloria contasse a sua história. É o que o telespectador verá nos quatro episódios. Gloria é uma brasileira apaixonada e apaixonante que nos presenteia alimentando os nossos desejos, e despertando nossas capacidades”, conta Paulo Sampaio, diretor e roteirista da série, que trabalhou com Gloria por 20 anos. A série relembra reportagens que marcaram época, como o primeiro voo duplo exibido na TV brasileira e revela outros personagens da famosa cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Para contar os primeiros passos da carreira de Gloria Maria, a série reconstitui a ‘Veraneio’, um veículo utilitário produzido no Brasil nas décadas de 1970 e 1980, que era utilizado pelas equipes do jornalismo da TV Globo quando Gloria Maria começou a fazer reportagens de rua. A bordo da veraneio e junto com Paulo Sampaio, quatro repórteres cinematográficos que trabalharam com Gloria ao longo de sua trajetória visitam pontos da cidade para relembrar reportagens e coberturas marcantes da jornalista. Orlando Moreira, que começou na Globo em 1965 e atualmente é correspondente internacional da TV Globo nos Estados Unidos; Daniel Andrade, que foi motorista, auxiliar técnico, repórter cinematográfico da Globo e trabalhou mais de 10 anos com Gloria Maria; Julio Cesar Moraes, repórter cinematográfico da Globo, que trabalhou durante 15 anos com Gloria Maria; e Marco Aurelio Souza, que acompanhou Gloria durante 50 anos e relembra as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas durante a ditadura militar. A série mostra os bastidores das entrevistas com celebridades como Michael Jackson e Madonna. A produção ouviu colegas e diretores que acompanharam a trajetória de Gloria Maria como Pedro Bial, William Bonner, Fátima Bernardes, Leilane Neubarth, Zileide Silva e Dulcinéia Novaes, entre outros. Os amores, um lado de Gloria a que poucos tiveram acesso, também estão no documentário. Outras paixões, como a música, já que ela tinha o sonho de ser cantora, e as filhas, Maria e Laura. Amigos e artistas como Maria Bethânia, Djavan, Mano Brown e Emicida também participam da série com depoimentos exclusivos. Para falar sobre o legado que Gloria Maria deixa para gerações de mulheres negras brasileiras, especialmente para aquelas que sonharam um dia ser jornalistas, a série promove um encontro inédito entre 18 comunicadoras como Maju Coutinho, Aline Midlej, Cynthia Martins, Flavia Oliveira, Valeria Almeida, Cris Guterrez e outras, que apontam onde, quando e como a trajetória de Gloria abriu caminhos para que elas conquistassem espaços na imprensa. “É uma série muito especial e muito rica porque ela passa pela Gloria profissional que a gente conhece bem, a mulher destemida e corajosa das matérias de aventura, mas também mostra as suas fragilidades, a infância, a sua raiz, tanto aqui no Brasil como no continente africano, onde ela se encontrou. E tem a Gloria leoa, mãe, mulher romântica, às vezes briguenta. É um projeto que vai além dessa Gloria que a gente já admira, que a humaniza e deixa ela ainda mais gloriosa. É um tributo que ela merece. Eu fico muito feliz de fazer parte dessa história e de poder reverenciar essa mulher que abriu uma avenida para mim e para outras jornalistas que se inspiravam naquela figura conhecedora do mundo. Eu sou porque ela é. Se estou aqui hoje é porque tem muito de Gloria Maria nesse caminho, tem muito de Zileide Silva, tem muito de Dulcineia Novaes e de outras mulheres que pavimentaram essa estrada”,afirma a apresentadora Maju Coutinho. O projeto aborda a viagem definida pela própria personagem como a mais transformadora de sua vida, refazendo o caminho de Gloria na Nigéria – o país mais negro do mundo. Em 2025, serão exatos 20 anos desde a viagem ao continente africano. Para a série, a equipe retorna ao país e revisita lugares e pessoas que Gloria conheceu. ‘Gloria’ vai ao ar na TV Globo em quatro episódios, logo após o ‘Fantástico’, a partir do dia 27 de abril. A série documental tem direção de Danielle França e Paulo Sampaio; roteiro de Paulo Sampaio, roteiro e produção de Antonia Martinho; produção executiva de Fátima Baptista; produção de Débora Monserrat e Luiz Costa Júnior; e direção de fotografia de Eulym Ferreira, Lucas Louis, Emílio Mansur e Lúcio Rodrigues. |
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