Programas de apoio às vítimas de feminicídio no ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira
Foto: Globo/Divulgação |
Em 2024, 1.450 mulheres foram mortas por conta de violência doméstica no Brasil. Desde a criação da Lei contra o feminicídio, que em 2025 completa uma década, este número nunca foi tão alto. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 1º de abril, vai às ruas para mostrar alguns programas que oferecem proteção e auxílio para estas mulheres que buscam por socorro e justiça. A repórter Danielle Zampollo esteve por quatro dias na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, local que mais registra ocorrências no estado de São Paulo. Os relatos das vítimas, que não param de chegar, impressionam. Há dois anos, na mesma delegacia, o ‘Profissão Repórter’ conheceu Micheli Lopes e acompanhou suas tentativas de fugir do marido. Mesmos depois de os repórteres flagrarem ofensas e ameaças feitas pelo marido, pouco tempo depois os dois voltaram a morar juntos, situação recorrente em casos de violência doméstica. Desde então, Micheli precisou fugir de casa por três vezes. Na última, procurou novamente a equipe do programa. “Eu estou vivendo escondida, não posso sair porque tenho medo de sair na rua. Nesses dois anos fui abusada, torturada, agredida, humilhada e não melhorou”. Nesta semana, o programa conta como foram as novas tentativas de Micheli e de outras vítimas para romper o ciclo da violência e se livrar das agressões. Um dos caminhos foi procurar a ONG Bem Querer Mulher, que oferece atendimento humanizado e integral a mulheres que sofrem violência. Já as repórteres Mayara Teixeira e Talita Marchiori foram até o município de Flores, no sertão de Pernambuco, onde Samara Cruz, de 29 anos, acabou assassinada pelo marido após seguidas ameaças. Três anos depois, o assassino foi condenado à prisão. A juíza do caso, Ana Carolina Santana, decidiu proferir a sentença como se escrevesse uma carta para Samara, uma resposta ao pedido de socorro que nunca chegou a ser dito. Casos de violência doméstica não são raros na cidade. Segundo a juíza, esse é o crime mais recorrente na região. Para minimizar os números, a magistrada propôs ao Tribunal de Justiça de Pernambuco uma experiência piloto: um programa para atender dez crianças e adolescentes que testemunharam agressões dentro de casa. A iniciativa surge como resposta a um dado alarmante: segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 91,8% dos casos de violência contra mulheres ocorrem na presença de terceiros – e, em 27% das vezes, os próprios filhos são testemunhas. Estudos também indicam que crianças que crescem nesse ambiente têm mais chances de repetir esse padrão na vida adulta, seja como vítimas ou agressores. Outro projeto que visa a proteção das mulheres que sofrem violência doméstica é o ‘Refletir Para Transformar’. Idealizado pela promotora Ana Maria Cunha, promove grupos reflexivos a presos condenados por crimes relacionados à Lei Maria da Penha. A repórter Nathalia Tavolieri e o repórter cinematográfico João Lucas Martins acompanharam rodas de conversa realizadas na maior unidade prisional de Goiás, a Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia. À equipe de reportagem, os detentos relataram episódios violentos na infância e refletiram sobre as motivações para agredir mulheres. Segundo Lucas Martins, um dos responsáveis pela condução do projeto, é preciso desenvolver atendimentos psicossociais para os agressores que já foram condenados e estão cumprindo pena. “Nós sabemos quando eles vão sair, mas não sabemos como. Por isso, senão trabalharmos aqui dentro, eles podem voltar a agredir mulheres lá fora", alerta. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 1º de abril, vai ao ar logo depois do ‘Big Brother Brasil’. |
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