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Documentário inédito ‘A Escrita Delas’ traça um panorama da literatura feita por mulheres

Documentário a presenta o percurso da literatura feminina e debate sobre sua influência (Crédito: Divulgação/Curta!)


Por muito tempo, as mulheres foram cerceadas e impedidas de expressarem seus talentos. Uma vez ultrapassadas as barreiras de gênero, os livros se tornaram uma voz para suas experiências, e a literatura feminina se consolidou. Parte dessa história é tema do documentário “A Escrita Delas”, que estreia com exclusividade no Curta!.

Escrito e dirigido por Vanessa de Araújo Souza, o filme investiga e disseca a produção literária feminina. Com imagens de apoio e entrevistas inéditas de grandes autoras brasileiras como Nélida Piñon, Marina Colasanti (morta em janeiro deste ano), Conceição Evaristo, Alice Ruiz, Ana Maria Gonçalves e Helô Teixeira, o longa debate como e em que casos elas foram influenciadas por questões de gênero.

“Eu sempre achei que, embora afirmar que minha escrita é escrita de mulher ponha uma bola de chumbo no pé da gente, sou de alma feminista, eu tenho um orgulho enorme do meu feminino. Eu acho que a escrita é feminina porque a primeira ferramenta de um escritor é o olhar, e olhar sobre o mundo tem gênero", avalia Marina Colasanti, em depoimento inédito dado à produção.

Numa história marcada pelo preconceito e por vozes abafadas, o documentário apresenta o percurso da literatura feminina. Do desejo de construir uma escrita e uma voz próprias, surgem pioneiras como a poeta Gilka Machado (1893-1980) e a romancista Maria Benedita Bormann (1853-1895), ousando, inclusive, tratar de sexualidade e erotismo.

“Quando se pensa na história da literatura brasileira e na galeria de personagens femininos, quase sempre recorremos a personagens criados por homens, como Capitu e Gabriela. Mas é interessante observar escritoras que também criaram personagens fascinantes e que talvez tenham ficado à parte da historiografia, principalmente as pioneiras do século XIX”, sugere a professora e pesquisadora Anélia Pietrani.

Em “A Escrita Delas”, o protagonismo feminino vai além das páginas e das letras. Colocando sob o holofote as artistas que criam cenários, personagens e reflexões sobre o nosso mundo, o documentário proporciona a elas o debate sobre a literatura feita por mulheres.

“Eu acredito numa escrita que seja capaz de abarcar todas as instâncias humanas. Uma escrita que só enfatiza e zela pela figura da mulher é uma escrita precária. Ela é interessante no primeiro ou segundo livro, mas não pode ficar escrevendo para metade da humanidade. Esse é o desafio”, avalia Nélida Piñon.

Sutil, delicado, potente, intenso. São muitos os adjetivos que costumam ser utilizados para definir ou classificar os estilos da literatura escrita por mulheres. A partir de suas experiências cotidianas, elas contaram e seguem contando suas histórias, numa conexão forte.

“Acho que a gente se humaniza o tempo todo na relação com o outro, nas nossas dores, no nosso silenciamento, e a literatura é quase um efeito disso. A gente tem uma maneira mais própria, mais íntima de lidar com nossas dores, nossos desejos e silêncios. E quando a mulher escreve, ela traz isso para a literatura”, afirma Conceição Evaristo.

“A Escrita Delas” é uma produção da Lascene Produções. O documentário também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Quintas do Pensamento, 27 de março, às 22h20.


Graci Guarani e seu cinema de arte e resistência indígena no episódio inédito de ‘Cinéticas’

O cinema pode ter muitas funções, entre as quais a de dar voz e contar histórias renegadas. As imagens no cinema de Graci Guarani trazem suas memórias, suas tradições e seus anseios para as telas como forma de resistência. Conhecemos esse mundo em “Graci Guarani – Identidades e Narrativas Indígenas”, o terceiro episódio da série original “Cinéticas”, que estreia com exclusividade no Curta!.

Com depoimentos inéditos e imagens de arquivo de filmes da cineasta, o episódio, dirigido por Mariana Porto, resgata as tradições indígenas de Graci. O cenário tranquilo do interior do Mato Grosso do Sul forma o pano de fundo para ela rememorar sua infância de brincadeiras e prazeres. O documentário mostra como suas memórias são fundamentais para preservar suas raízes e contar a história de seu povo.

“Construí minhas referências a partir da minha perspectiva e da minha subjetividade, e pra mim isso é muito importante, enquanto kaiowá e enquanto mulher. Comecei a trabalhar a partir da minha vivência e fui moldando minha característica de fazer cinema”, explica.

Para a cineasta, o poder da imagem é se fazer presente, é dar pertencimento. Ao criar produções que alcancem e valorizem seu povo, não só exalta suas riquezas e belezas, mas perpetua suas tradições.

“Para mim, a importância de ver histórias contadas desse meu lugar que eu parto para o mundo é que a gente não seja mais o selvagem. Na concepção da minha cultura, o bem e o mal não existem, nem sentimento de culpa, e são questões muito difíceis de a sociedade entender”, avalia.

De acordo com Graci, porém, o processo não é simples. Projetos autorais podem ser dificultados por preconceito e limitações orçamentárias. Como a história do seu próprio povo reforça, é preciso perseverança, sobretudo para contar as histórias de maneira adequada.

O episódio mostra como seu cinema é pautado pelo cuidado. Para preservar ritos e rituais que exigem discrição, Graci usa de toda sua sensibilidade e, com criatividade e afeto, mostra ao mundo novas perspectivas e histórias.

“A questão indígena é tratada como um segmento exótico. A gente trabalha também esse aspecto político em outros lugares e discutimos como as questões universais que permeiam o cinema são só da branquitude, e não de pretos, de indígenas e de outras identidades”, critica.

Com nove episódios de 26 minutos, “Cinéticas” é uma produção da Alumia Filmes. Inédita, a série foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Com direção geral de Caroline Margoni, a produção apresenta o perfil e as obras de nove cineastas latino-americanas. Além de Graci, são retratadas Everlane Moraes, Dominga Sotomayor, Lucía Garibaldi, Carolina Markowicz, Glenda Nicácio, Jorane Castro, Renata Pinheiro e Inés Barrionuevo. Cada episódio pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Quartas de Cena e Cinema, 26 de março, às 21h30.


Segundas da Música - 24/03

21h40 - “Os Ímpares” (Série) - Episódio: “Marku Ribas - Teresa Cristina e BNegão”

No episódio, a cantora Teresa Cristina relê “Tira Teima”, do álbum “Underground”, de Marku Ribas. Bnegão reinterpreta “Zamba Ben”. Cesare Benvenuti, diretor artístico do disco, vai ao estúdio e conta sobre Marku e todo o processo de gravação do álbum. Diretor: Henrique Alqualo e Isis Mello Duração: 27 min Classificação: Livre Horários alternativos: 25 de março, terça-feira, às 1h40 e às 15h40; 26 de março, quarta-feira, às 9h40; 29 de março, sábado, às 12h

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Terças das Artes - 25/03

22h - "Instantes Cruzados” (Série) - Episódio: “Corpos desinvididualizados - Fotógrafo desconhecido e Betina Polaroid” - INÉDITO E EXCLUSIVO

A drag queen e fotógrafa Betina Polaroid explora as fronteiras entre corpo, identidade e fotografia, retratando artistas queer e suas transformações. Unindo o analógico e o digital, ela questiona normas de gênero e a percepção da nudez no Brasil. Suas imagens desafiam convenções, celebrando a liberdade de expressão e a resistência contra os padrões de sexualidade e identidade. Diretor: Sergio Bloch Duração: 27 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 26 de março, quarta-feira, às 2h e às 16h; 27 de março, quinta-feira, às 10h; 29 de março, sábado, às 18h; 30 de março, domingo, às 10h10

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Quarta de Cinema - 26/03

21h30 - “Cinéticas” (Série) - Episódio: “Graci Guarani - Identidades e Narrativas indígenas” - INÉDITO E EXCLUSIVO

A cineasta Mariana Porto mergulha no universo de Graci Guarani, pioneira indígena no audiovisual. Nascida na aldeia Jaguapiru (MS) e residente na Terra Indígena Pankararu (PE), Graci aborda ancestralidade e resistência em filmes como “Meu Sangue é Vermelho” e “Opará”. Mariana explora sua trajetória, influências culturais e o impacto de suas produções na visibilidade dos povos originários. Duração: 85 min Classificação: Livre Horários alternativos: 27 de março, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 28 de março, sexta-feira, às 9h30; 29 de março, sábado, às 20h45; 30 de março, domingo, às 13h

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22h30 - “Clarice Niskier: Teatro dos Pés à Cabeça” (Documentário)

Uma homenagem ao teatro a partir da trajetória da atriz Clarice Niskier, que fez de seu ofício o seu próprio estilo de vida. Como eixo central, entrevistas com os três diretores com quem Clarice desenvolveu longas parcerias: Domingos Oliveira, Eduardo Wotzik e Amir Haddad. Direção: Renata Paschoal Duração: 70 min Classificação: 12 anos

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Quartas do Pensamento - 27/03

22h20 - “A Escrita Delas” (Documentário) INÉDITO NA TV

O documentário investiga a autoria feminina na literatura, questionando se a escrita pode ser definida pelo gênero do autor. Através de entrevistas com escritoras renomadas, o filme explora diferentes perspectivas sobre o tema, oferecendo uma reflexão profunda sobre a influência do gênero na literatura e celebrando o legado das mulheres na arte da escrita. Direção: Vanessa de Araújo Souza Duração: 70 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 28 de março, sexta-feira, às 2h20 e às 16h20; 29 de março, sábado, às 15h30; 30 de março; domingo, às 22h30; 31 de março, segunda-feira, às 10h20

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Sextas de História e Sociedade - 28/03

20h40 - “Mistérios do arquivo” (Série) - Episódio: “1954: Marilyn Monroe na Coreia”

Em 15 de fevereiro de 1954, Marilyn Monroe interrompe abruptamente sua lua de mel no Japão com o famoso jogador de beisebol Joe DiMaggio para ir cantar na Coreia, diante de soldados americanos. O que nos dizem as imagens feitas pelos cinegrafistas do exército americano durante os quatro dias da turnê da estrela de Hollywood nas montanhas, na fronteira entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte? Joe DiMaggio e Marilyn Monroe realmente foram ao Japão em lua de mel? Direção: Serge Viallet. Duração: 30 min Classificação: Livre Horários alternativos: 29 de março, sábado, às 0h40; 30 de março, domingo, às 17h15; 31 de março, segunda-feira, às 14h40; 1º de abril, terça-feira, às 8h40

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Sábado - 29/03

22h15 - “O Barato de Iacanga” (Documentário)

Numa fazenda no estado de Nova York, em 1969, aconteceu o evento mais icônico do movimento hippie, o Festival de Woodstock, inspirando jovens por todo o mundo. No Brasil, ocorreu algo nos mesmos moldes numa fazenda no interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Iacanga. Essa versão brasileira foi chamada de Festival de Águas Claras, que teve edições em 1975, 1981, 1983 e 1984, retratadas neste documentário. O filme é dirigido por Thiago Mattar e tem produção da BigBonsai — viabilizada pelo canal Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual. Vencedor do festival Inedit 2019, o longa é composto por imagens do festival — como a apresentação de João Gilberto cantando “Wave”, de Tom Jobim, em 1983 —, que conduzem o roteiro junto com depoimentos de produtores e artistas que participaram do evento. Diretor: Thiago Mattar. Duração: 94min. Classificação: 10 anos.

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Domingo - 30/03

23h - “Dinheiro Sujo: Por Dentro da Economia Nazista” (Série) - Episódio: “Uma Guerra Mundial a Crédito”

A guerra era fundamental para a ideologia nazista. Mas, para isso, era preciso ter armas e um exército — e a Alemanha não tinha nenhum dos dois. Os nazistas, então, lançaram-se numa operação de manipulação financeira e reanimaram a economia através da produção de enormes quantidades de armas. Esse foi o milagre econômico nazi de 1935-1936: uma economia que, para se manter, precisava de uma guerra em andamento. Direção: Gil Rabier. Duração: 45 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 11 de novembro, sábado, à 01h e às 15h30; 12 de novembro, sábado, às 22h; 13 de novembro, domingo às 15h.

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