Canal Brasil homenageia a escritora e imortal da ABL Heloisa Teixeira
O diretor Lula Buarque de Hollanda e sua mãe, Heloisa Teixeira. Foto: Divulgação |
O Canal Brasil abre espaço em sua grade para uma homenagem à Heloisa Teixeira, que morreu aos 85 anos, nesta sexta-feira (28), no Rio de Janeiro. Neste sábado (29), às 19h20, será exibido o documentário “Helô”, de Lula Buarque de Hollanda, seu primeiro filho. O filme conta a história de vida da escritora, professora, pesquisadora e crítica literária paulista Heloisa Buarque de Hollanda, conhecida como Helô Teixeira. A obra exibe momentos familiares e íntimos que foram captados ao longos dos últimos anos da vida de Helô, eleita uma das cinco mulheres imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL) e precursora do pensamento feminista no país. Considerada uma voz ativa em relação ao pensamento feminino no Brasil e às questões culturais e comportamentais, Heloisa Teixeira, sobrenome recentemente adotado em homenagem à mãe, vivenciou o contexto da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Durante seus estudos no pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, em Nova York, nos anos 1960, teve contato com os movimentos de contracultura norte-americanos, como o feminista e os Panteras Negras. Essas experiências a levaram ao desenvolvimento de um pensamento e um olhar mais atento sobre os direitos humanos e culturas emergentes, como visto no livro “26 poetas hoje”, uma antologia de poesia brasileira marginal da década de 1970. Heloisa era diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordenava o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum Mulher (ou Fórum M), um espaço que debate e promove o pensamento femininista em universidades. Aos 85 anos, Heloisa Teixeira colecionou uma série de obras de literatura sobre a cultura da vanguarda, teatral e feminista nacional, como os livros “Macunaíma, da literatura ao cinema”, “Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde: 1960/70”, “Asdrúbal trouxe o trombone: memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70” e “Explosão Feminista”. Ela também atuou no cinema, sendo diretora de filmes como “Xarabovalha”, “Dr. Alceu”, “Joaquim Cardozo” e montadora de “Estratégia do Abrigo”, produções sobre grandes nomes da poesia e arquitetura brasileira, outra área que era de grande interesse de Heloisa. Helô (2024) (88') Horário: Sábado, dia 29/03, às 19h20 Direção: Lula Buarque de Hollanda Classificação: 14 anos Sinopse: Considerada uma das principais intelectuais brasileiras contemporâneas, Heloisa Buarque de Hollanda, que acaba de se rebatizar como Helô Teixeira, tem papel catalisador na cultura nacional desde a década de 1960 e aos 84 anos continua sendo ao mesmo tempo uma referência e uma voz ativa. Com imagens captadas ao longo dos últimos sete anos, o documentário joga luz sobre a trajetória desse ícone que sempre esteve na vanguarda, servindo de antena e farol para movimentos culturais e sociais que estão por vir, enquanto mergulha na intimidade de Heloisa pela lente de seu filho mais velho, o diretor Lula Buarque de Hollanda. |
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