Dr. Roberto Kalil recebeu no programa desta semana as pesquisadoras Patrícia Jaime, coordenadora científica do Nupens-USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo) e Renata Levy, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (Foto: Divulgação/CNN Brasil)
Para uma alimentação saudável, é fundamental priorizar “comida de verdade”. “Isso significa itens in natura, minimamente processados, além de cozinhar e evitar ultraprocessados”, explica Patrícia Jaime, que é coordenadora científica do Nupens-USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo), que debateu o tema com o Dr. Roberto Kalil no Sinais Vitais deste sábado (1º) na CNN Brasil (cnnbrasil.com.br).
Para a pesquisadora, a “a alimentação adequada é aquela que passa pelas nossas cozinhas”, diz. Patrícia esmiuçou o assunto ao lado de Renata Levy, pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. “A alimentação saudável teria quatro atributos. É adequada a todas as pessoas em diferentes fases da vida – o que é adequado para um idoso é diferente do que é para uma criança. Tem que ser equilibrada em termos de quantidade de nutrientes que o corpo precisa. Precisa também ser moderada e, por fim, ser diversificada”, diz.
A cultura alimentar no Brasil ajuda frear o avanço no consumo dos ultraprocessados, avaliam as especialistas. Ainda assim, ele vem crescendo. “Na realidade brasileira, por exemplo, a média de consumo hoje em dia é em torno de 20% do total da alimentação da nossa população. Quando você pega países como Reino Unido ou Estados Unidos, esse percentual chega a 60%”, diz Renata. “A gente tem que ficar alerta. A gente tinha em 2003 um consumo de 10%. Mas o Brasil ainda está numa situação que pode tentar brecar essa evolução”.
O principal problema da alimentação desregrada está no impacto à saúde, com o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, condições cardiovasculares e de saúde mental, como ansiedade ou depressão. “Na última revisão sistemática, havia 32 doenças associadas ao consumo de ultraprocessados. Uma situação clássica é a obesidade. Acho que alimentos ultraprocessados podem, inclusive, ser considerados causa de sobrepeso”, explica Renata.
Patrícia defende a necessidade de valorizarmos itens comuns na mesa dos brasileiros, como arroz e feijão. “Essa alimentação saudável é simples, do dia a dia. O problema é quando a gente começa a substituir esse nosso padrão alimentar tradicional por produtos alimentícios que foram apresentados como conveniência”, diz, “Dedique à alimentação o tempo que ela merece”.
Serviço
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