‘É precipitado falar de anistia ao 8 de Janeiro’, diz Maria Elizabeth Rocha, nova presidente do Superior Tribunal Militar, no CNN Entrevistas
“É o poder civil que deve comandar o militar, e não o contrário”, afirmou Rocha (à dir.) em conversa com Cury e Martins (à esq. e no centro) a CNN Brasil gravada em seu gabinete, em Brasília (DF) (Foto: Divulgação/CNN Brasil)
Para a primeira presidente mulher do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth Rocha, é “precipitado falar em anistia pelo 8 de Janeiro”. A declaração foi feita em entrevista aos jornalistas Luísa Martins e Teo Cury, no CNN Entrevistas desta semana, que será veiculado neste sábado (1), às 21h, na CNN Brasil (cnnbrasil.com.br).
“Acho que algumas penas foram muito elevadas e era importante fazer a distinção das condutas dos agentes. Mas falar em anistia quando nem todos os denunciados ainda foram julgados me parece algo estranho”, afirmou a magistrada, eleita para a presidência do STM em 2024. “E o Congresso pode tudo, o presidente pode inclusive indultar se quiser”.
A juíza também disse que as Forças Armadas foram “usadas” por Bolsonaro, que optou por nomes de confiança egressos da caserna por não ter uma base de apoio sólida na classe política ao chegar no cargo, em 2019.
“Para além daquele velho pensamento que permeia nossa historiografia, de que os militares são sempre garantidores, a lógica deveria ser inversa. O poder civil é que deve comandar o militar”, enfatizou. A chefe do Supremo dos militares também avaliou que a credibilidade das Forças acabou “solapada por causa de um chefe de Estado que acabou se perdendo na condução do governo”.
Rocha disse desaprovar a atuação de militares da ativa na política, pois, “quando a política entra nos quartéis, a hierarquia e a disciplina saem”.
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