“O policial tem a responsabilidade de proteger tanto a sociedade quanto os indivíduos presos, que são tutelados pelo Estado”, diz o diretor-geral da PRF
O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Souza Oliveira, foi o convidado da edição desta quarta-feira (15/01) do JR Entrevista. O apresentador Yuri Achcar conversou com o dirigente da corporação, entre os temas abordados estavam o uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da segurança pública.
O diretor-geral da PRF fez questão de reforçar o papel da polícia como aliada da sociedade, e ressaltou que casos como o que ocorreu no Rio de Janeiro recentemente, quando uma jovem foi baleada durante uma operação, são exceções. "A PRF realiza mais de 5 milhões de abordagens por ano, cerca de 14 mil por dia. Casos fora do padrão são extremamente raros, mas, quando ocorrem, são investigados com rigor. Enfrentamentos devem ocorrer apenas quando nossos agentes são autorizados por lei, como em situações de legítima defesa, mas a letalidade deve ser minimizada, com esforços para que seja zero. O policial tem a responsabilidade de proteger tanto a sociedade quanto os indivíduos presos, que são tutelados pelo Estado", afirmou Oliveira.
O apresentador insistiu e questionou o diretor da PRF sobre esse caso da garota baleada no Rio, já que a investigação aponta que o disparo partiu de um agente da corporação. Oliveira analisou os rumos da situação. "A investigação determinará o que aconteceu. A princípio, não se tratava de uma fuga de fiscalização, mas de um fato anterior envolvendo disparos contra outra viatura. Quero deixar claro que isso não é uma justificativa. A PRF investiga todos os casos rigorosamente, especialmente quando há indícios de desvio de conduta. É nosso compromisso com a sociedade", disse ele.
Sobre o uso de câmeras corporais, o Ministério da Justiça criou um programa para incentivar a utilização do equipamento pelas polícias estaduais. No entanto, já havia um projeto anterior a esse respeito em tramitação na PRF. "Sou um ferrenho defensor do uso de câmeras corporais. Elas não são apenas instrumentos de fiscalização, mas também de proteção à atividade e ao policial, que muitas vezes atua em locais ermos. O equipamento grava sua atuação em tempo real, protegendo-o de versões contraditórias e oferecendo segurança tanto ao agente quanto à sociedade" destacou Oliveira.
Por fim, Fernando Oliveira abordou as mudanças previstas na PEC da segurança pública e como elas impactariam a PRF, especialmente no que diz respeito à ampliação de sua atuação "Hoje, a PRF não possui equipamentos como barcos, lanchas ou jets skis para fiscalizar rios e lagos. Seria uma modalidade nova. Inicialmente, o impacto sobre o efetivo seria menor, pois já realizamos muitos trabalhos de apoio a outras instituições. Porém, precisaríamos de mais equipamentos, e o governo está preparado para atender essa demanda no contexto da PEC. Na fiscalização de trens, poderíamos atuar no controle do transporte de cargas ou em ações ostensivas, mas não se trataria de blitzes como as realizadas em rodovias", pontuou o entrevistado.
“O policial tem a responsabilidade de proteger tanto a sociedade quanto os indivíduos presos, que são tutelados pelo Estado”, diz o diretor-geral da PRF
Reviewed by Pablo
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janeiro 16, 2025
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