Documentário ‘Andy Warhol: Uma Vida na Arte’ revela segredos do artista pop revolucionário e seu legado
Ainda que seja um dos artistas mais cultuados do mundo, com uma identidade visual marcante e facilmente reconhecida, Andy Warhol também é um enigma. Para tentar desvendá-lo, o documentário inédito ‘Andy Warhol: Uma Vida na Arte’ mergulha na intimidade criativa do artista americano. Produzido no Reino Unido, o filme estreia no Brasil, com exclusividade, no canal Curta!.
Com direção de Finlay Bald, a obra usa imagens de arquivo, resgata entrevistas de Warhol e outros artistas, e, claro, explora toda a criação de um dos ícones da cultura em meados do século passado. Sua história é a busca pelo sonho americano, que se concretiza a partir das artes. De infância humilde, com pais imigrantes e de classe trabalhadora, Warhol usava o talento, as mãos e a criatividade não só para fugir de sua realidade, mas também para refletir sobre a pobreza e a desigualdade.
Contrastando com a pobreza, havia o glamour de Hollywood, símbolo máximo da cultura norte-americana. Fascinado e encantado pelas estrelas do cinema da época, o jovem artista começa a desenvolver seus trabalhos como ilustrador comercial na área da moda, criando imagens de luvas, bolsas e sapatos que logo viriam a se tornar referências para seu estilo marcante.
A produção mostra como a serigrafia se torna a sua marca quando ele reorienta e redireciona suas ilustrações. Deixando a área comercial, irrompe no campo das Belas Artes e no movimento pop art, marcando uma ruptura com o expressionismo abstrato da geração anterior. De Marilyn Monroe às latas de sopa Campbell’s, seus quadros se tornam famosas investigações e interpretações sobre o consumismo, o capitalismo americano, a Guerra Fria e conflitos sociais, raciais e bélicos.
O documentário também explora a personalidade e a vida pessoal de Andy Warhol que, em atitude ousada e desafiadora para a época, exibia a sua sexualidade, também representada em quadros provocantes. O consumo de drogas, o trabalho no mundo da música, como mecenas e produtor de nomes como o Velvet Underground, e a tentativa de trabalhar com o cinema no fim da carreira revelam uma pessoa que, sobretudo, só queria fazer arte.
“É como se o artista pudesse ser um supermercado; o público vem e pede uma lata de sopa. Esse é o jeito mais simples. Porque todo mundo pinta o mesmo quadro um atrás do outro”, afirmou Warhol.
“Andy Warhol: Uma Vida na Arte” é uma produção da Parade. O filme pode ser assistido no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Terças das Artes, 14 de janeiro, às 22h.
Esquadrão da Morte: a história da Scuderie Le Cocq sob a perspectiva do jornalista que a testemunhou
Um repórter policial é a única testemunha ocular da criação do primeiro esquadrão da morte brasileiro: a Scuderie Le Cocq. A premissa, que parece ser a de um roteiro hollywoodiano, descreve acontecimentos reais. E é justamente mesclando recursos ficcionais com a narrativa de um documentário que o filme “Com As Próprias Mãos” traz à tona essa história pouco contada.
Dirigido por José Francisco Tapajós, o filme começa com a jovem jornalista Yasmin Santos, que pesquisa sobre as origens das milícias no Rio de Janeiro. Ela fica sabendo que tudo começou em meados dos anos 1960, com a Scuderie Le Cocq. Inicialmente criada para vingar a morte do detetive Milton Le Cocq, ocorrida durante confronto com Manoel Moreira, criminoso conhecido como Cara de Cavalo, a Scuderie logo se tornaria um grupo de extermínio. Yasmin descobre que Luarlindo Ernesto Silva, jornalista que acompanhou de perto os acontecimentos, está vivo e o procura para que lhe conte tudo o que viu.
Em um formato inovador, o fio narrativo se desenvolve através de diálogos que, embora narrem os acontecimentos, têm trejeitos de ficção. As participações do próprio Luarlindo e de outros entrevistados se dão em conversas casuais, mas com roteiros claramente definidos. Por trás dessa aparente informalidade, entretanto, há um conteúdo estritamente documental, que explora diversas camadas dessa história. “Minha vontade é revisitar esse espaço e esse tempo para tentar entender o Cara de Cavalo de ontem e o de hoje”, diz Yasmin sobre o criminoso que extrapolou as páginas do noticiário policial e chegou ao mundo das artes visuais, graças a uma polêmica homenagem póstuma feita por Hélio Oiticica.
Em um encontro de gerações, Yasmin e Luarlindo vão a Búzios, onde Cara de Cavalo foi assassinado pelos policiais que compunham a Scuderie. Lá, conversam com pessoas que viram o corpo de Cara de Cavalo e que, de alguma forma, testemunharam a emboscada. A dupla também visita a antiga sede da Scuderie Le Cocq — e, a essa altura, o espectador fica sabendo mais sobre a fundação e a composição do grupo, e ainda reflete sobre os esquadrões da morte do passado e os do presente.
“Com As Próprias Mãos” é uma produção da Pacto Audiovisual viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário pode ser visto também no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Sextas da História e Sociedade, 17 de janeiro, às 22h30.
Segundas da Música – 13/01
22h - “Uakiti” (Documentário)
A experimentação sonora sempre foi o foco do grupo mineiro Uakti, fundado no final dos anos 1970 pelo músico Marco Antônio Guimarães. Para contar a sua história e as inovações que implementou, este documentário traz imagens de arquivo e atuais, além de entrevistas com seu fundador, ex-integrantes e músicos parceiros. Os instrumentos inusitados usados pelo Uakti eram sua marca registrada. Dezenas de aparatos musicais foram desenvolvidos e confeccionados por Marco Antônio, utilizando materiais como PVC, metais, madeira e vidro. “Como compositor, eu sou autodidata e, como luthier, também. Eu busquei influências que me trouxeram certa liberdade de usar qualquer material para criar instrumentos”, explica ele, criador e principal compositor. Em mais de quatro décadas de existência — o grupo se dissolveu em 2015 —, o Uakti colaborou com músicos importantes nos cenários nacional e internacional, além de assinar diversas composições. Ainda nos primeiros anos, o contato com o Clube da Esquina fez com que colaborassem com Milton Nascimento no disco “Sentinela”. Ao longo dos anos, o Uakti ainda trabalhou com músicos estrangeiros como Paul Simon e Philip Glass, e nacionais como Ney Matogrosso, Maria Bethânia e Zélia Duncan. Direção: Eder Santos Duração: 97 min Classificação: Livre Horários alternativos: 14 de janeiro, terça-feira, às 2h e às 16h; 15 de janeiro, quarta-feira, às 10h; 18 de janeiro, sábado, às 22h; 19 de janeiro, domingo, às 16h
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Terças das Artes – 14/01
22h - “Andy Warhol: Uma Vida na Arte” (Documentário) - INÉDITO E EXCLUSIVO
Andy Warhol encontrou o sublime no cotidiano e elevou a cultura popular ao status de arte, tornando-se como um dos maiores ícones da história da arte mundial. Cercado pela elite nova-iorquina, sua obra criticava e celebrava a sociedade americana. Warhol não se limitou a registrar a modernidade, ele a transformou, rompendo barreiras sobre quem pode criar e quem deve consumir arte. Direção: Finlay Bald Duração: 46 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 15 de janeiro, quarta-feira, às 2h e às 16h; 16 de janeiro, quinta-feira, às 10h; 18 de janeiro, sábado, às 17h; 19 de janeiro, domingo, às 22h; 20 de janeiro, segunda-feira, às 2h
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Quartas de Cena e Cinema – 15/01
18h30 - “Martin Luther King: Um Homem Marcado” (Documentário)
Símbolo mundial da luta por direitos civis e pelo combate à desigualdade racial, Martin Luther King Jr. tem sua trajetória narrada neste documentário, que mostra como o então diretor do FBI, J. Edgar Hoover, empreendeu grandes esforços para frear o líder negro, incluindo escutas em hotéis e cartas ameaçadoras. O pastor batista pregava a não-violência e o amor ao próximo, valores eternizados no discurso “Eu tenho um sonho”, proferido durante a Marcha sobre Washington, em 1963. Sua filosofia, no entanto, não era confundida com passividade, já que Luther King liderou manifestações e boicotes, além de ter organizado grupos e conferências que discutiam, sobretudo, as questões raciais. O ativista, vencedor do prêmio Nobel da Paz em 1964, foi duramente perseguido pelo FBI até o fim da vida, em 4 de abril de 1968, quando foi assassinado. A produção, dirigida por Edward Cotterill, conta com depoimentos de historiadores, jornalistas e ativistas envolvidos com o movimento negro, além de imagens de arquivo da época. Direção: Edward Cotterill Duração: 52 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 16 de janeiro, quinta-feira, às 4h30 e às 12h30; 17 de janeiro, sexta-feira, às 6h30; 18 de janeiro, segunda-feira, às 10h; 19 de janeiro, terça-feira, às 0h e às 13h
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Quintas do Pensamento – 16/01
22h - “Jacques Derrida - O Filósofo da Desconstrução” (Documentário)
Durante muitos anos, detalhes da vida do filósofo franco-magrebino Jacques Derrida (1930-2004) pareceram permanecer ocultos. Autor de dezenas de livros, ele foi o responsável pela criação do conceito de “desconstrução” na filosofia. Este documentário explora acontecimentos que marcaram a trajetória do escritor com imagens de arquivo e do seu acervo pessoal, além de entrevistas com amigos, familiares e pesquisadores. Argelino e judeu, Jackie Derrida — ele mudou seu nome para Jacques no lançamento de seu primeiro livro — foi excluído durante boa parte da sua juventude devido às suas origens, motivo que o fez ser expulso da escola aos 12 anos de idade. No meio do século XX, o mundo enfrentava a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, a Argélia lutou bravamente pela sua liberdade da França. Ambos os acontecimentos impactaram a vida do jovem, que viu o seu sonho de ser professor se tornar inviável. “A transição para a filosofia aconteceu no momento em que, no primeiro ano, em Argel (capital da Argélia), eu entendi que não tendo estudado grego à época, eu não poderia passar no concurso para professor”, diz o próprio filósofo em imagem de arquivo recuperada para o documentário. Ele inicia os estudos na área da filosofia influenciado pelos trabalhos de Rousseau e Nietzsche. Em 1962, Derrida publica o seu primeiro livro, “A Origem da Geometria”. É nesse momento que ele começa a chamar atenção de pesquisadores, estudiosos e acadêmicos pela sua originalidade, uma de suas características mais marcantes. Direção: Virginie Linhart Duração: 52 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 17 de janeiro, sexta-feira, às 2h e às 16h; 19 de janeiro, sábado, às 23h; 20 de janeiro, domingo, às 10h
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Sextas de História e Sociedade – 17/01
22H30 - “Com as Próprias Mãos” (Documentário)
O repórter policial Luarlindo Ernesto é a única testemunha ocular da criação do esquadrão da morte Scuderie Le Cocq, o primeiro grupo de extermínio brasileiro. Sessenta anos depois, a jovem jornalista Yasmin Santos pesquisa sobre as origens da milícia no Rio de Janeiro e, ao descobrir que Luarlindo está vivo, decide ir atrás dele para tentar convencê-lo a contar tudo o que viu. Direção: José Francisco Tapajós Duração: 72 min Classificação: 16 anos
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Sábado – 18/01
21h - “O Gráfico Amador” (Documentário)
Uma editora no Recife que atraía grandes nomes da literatura e revolucionou a tipografia até então existente. Entre suas publicações, obras de Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto. Assim era O Gráfico Amador, fundado em 1954 por artistas e intelectuais pernambucanos, tendo como premissa uma produção artesanal e com baixa tiragem, utilizando prensa manual. No filme, artistas, designers e demais especialistas — como Guilherme Cunha Lima, designer e professor que escreveu um livro sobre O Gráfico Amador — contam a história da editora que se tornou um verdadeiro movimento literário e editorial. Eles também relembram os principais nomes que compuseram O Gráfico Amador: Aloisio Magalhães, Gastão de Holanda, José Laurênio e Orlando da Costa Ferreira. Aloísio, primo de João Cabral de Melo Neto — que teve influência direta na criação do grupo —, é considerado um dos precursores do design no Brasil. O Gráfico Amador unia literatura e design em suas publicações, e todos os detalhes dos livros eram pensados de forma que se tornassem peças de arte, da tipologia às ilustrações, na capa ou entre as páginas. Hoje, são itens de colecionador, mas exerceram grande influência sobre o moderno design gráfico brasileiro e novas gerações de artistas. Direção: Aquiles Lopes e Lula Queiroga. Duração: 54min. Classificação: Livre
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Domingo – 19/01
18h30 - “Caminho dos Orixás” (Série) - Episódio: “Oxalá - O Alá da Paz”
Criador do homem, senhor absoluto do princípio da vida, da respiração, da sabedoria, da paz, da harmonia, da perfeição moral e do ar, Oxalá é chamado de “o grande orixá”. Divindade muito generosa e sempre disposta a ajudar, ele se apresenta de duas formas: Oxaguiã, jovem guerreiro, e Oxalufã, velho apoiado num bastão de prata chamado opachorô. Direção: Betse de Paula Duração: 26min Classificação: Livre
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