Produtor musical Rick Bonadio é o convidado da semana em No Lucro, de Phelipe Siani, na CNN Brasil

"Meu catálogo é meu maior patrimônio. Ele não é só uma coleção de músicas, é a história da minha vida. Já recebi propostas milionárias, mas nunca vendi, porque não se trata apenas de dinheiro. São as minhas obras, as músicas que fiz com artistas como Charlie Brown e Mamonas. Para mim, isso vale muito mais do que qualquer valor", contou Bonadio (Foto: Divulgação/CNN Brasil)

O produtor musical Rick Bonadio, responsável por sucessos da música brasileira como Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr. e Fresno, conversou com Phelipe Siani sobre seu trabalho. O programa será transmitido nesta terça (10), ao meio dia no canal da CNN Pop no YouTube, e à meia noite na tela da CNN Brasil, disponível na TV paga e no streaming. Leia abaixo algumas frases de Bonadio durante o bate-papo:

  • “Minha vida é 100% música. O tempo passou tão rápido que nem percebi as porradas que tomei no caminho, mas cheguei aqui. Acumulei gerações que me conhecem e respeitam o que fiz. Isso é um privilégio imenso e, acima de tudo, fruto de trabalho e dedicação. A música me deu tudo o que tenho hoje”;
  • “A música no Brasil é um verdadeiro cassino. Você não consegue viver de quase acertos. Ou dá certo e você ganha muito, ou não dá e você perde tudo. Já perdi US$ 1 milhão em um único projeto, mas nunca quebrei porque aprendi a equilibrar meu lado artístico com decisões empresariais. No fim, o jogo sempre é arriscado, mas também é apaixonante”;
  • “Comecei na época dos discos de vinil e das fitas cassete, passei pelo boom dos CDs, enfrentei a pirataria do MP3 e vi o streaming transformar tudo. Agora, estamos vendo uma saturação do mercado digital. O modelo de negócio muda constantemente, mas o que não muda é a necessidade de adaptação. A música é uma jornada em constante transformação”;
  • “O produtor é como o técnico de um time de futebol. É o cara que organiza, que orienta o artista, desde os arranjos até o conceito visual. No estúdio, o artista fica vulnerável, e é ali que o produtor precisa ser o mentor, ajudando a extrair o melhor daquela música. É um trabalho de confiança e parceria que vai muito além de apertar botões”;
  • “Meu sonho sempre foi viver de música, mas ouvir meu pai dizer que ‘música era só hobby’ me marcou. Ele dizia que eu nunca ganharia dinheiro com ‘musiquinha’, mas hoje construí um patrimônio sólido e vivo bem fazendo o que amo. Isso só aconteceu porque entendi que a música também precisa ser um negócio”;
  • “Os Mamonas foram muito rápidos e muito fortes. Fazíamos oito, nove shows por semana. O cachê deles, na época, era o dobro do cachê mais alto que um artista brasileiro tem hoje. Atualizando, seria no mínimo R$ 1 milhão por show. Foi o maior sucesso da minha carreira, tanto em impacto quanto financeiramente. Eles me deram mais dinheiro do que qualquer outro artista”;
  • “Hoje, o mercado da música está muito voltado para viralização. Mas viralizar não é o mesmo que construir uma carreira. A música boa é aquela que cria conexão, que faz o público esperar o próximo lançamento e lotar os shows. Essa é a diferença entre um artista de verdade e um produto de marketing que só faz sucesso momentâneo”;
  • “Estamos vivendo uma bolha dos artistas. Hoje, qualquer um grava e lança música, mas isso não significa que é bom. O mercado está saturado com músicas que viralizam, mas a qualidade foi ofuscada. No final, a música de verdade é aquela que sobrevive e emociona as pessoas, não a que está na playlist por acaso”.
Produtor musical Rick Bonadio é o convidado da semana em No Lucro, de Phelipe Siani, na CNN Brasil Produtor musical Rick Bonadio é o convidado da semana em No Lucro, de Phelipe Siani, na CNN Brasil Reviewed by Pablo on dezembro 10, 2024 Rating: 5
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