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Marcelo Tas conversa com a atriz Zahy Tentehar no Provoca

Foto Ana Paula Santos


Nesta terça-feira (10/12), Marcelo Tas conversa, no Provoca, com a atriz, cantora, artista visual e escritora Zahy Tentehar. Ela fala na edição sobre ser a primeira indĂ­gena a receber o PrĂŞmio Shell de Melhor Atriz e a demora em indĂ­genas fazerem personagens importantes; explica o que Ă© ‘alienĂ­gena’ e as noções mais erradas que os ‘alienĂ­genas’ tĂŞm dos indĂ­genas, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, Ă s 22h.

Zahy comenta sobre o significado de ter sido a primeira mulher indĂ­gena a ganhar o PrĂŞmio Shell de Melhor Atriz. “Eu demorei bastante para entender o significado desse prĂŞmio (...) bastante no sentido do que Ă© comum, porque eu acho que talvez a maioria das outras atrizes que já estĂŁo acostumadas, já iam saber desse significado”.

“Eu acho que demorou muito para que indĂ­genas pudessem fazer personagens importantes, nĂŁo ser sĂł figuração ou ser tratado como essa imagem do indĂ­gena exĂłtico, do indĂ­gena estereotipado, como se ainda estivĂ©ssemos presos lá no inĂ­cio da colonização, desse aculturamento (...) nĂłs evoluĂ­mos, embora achem que nĂŁo (...) tanto que a gente dominou a tecnologia de vocĂŞs e a gente ainda manteve a nossa viva”, destaca Zahy.

“VocĂŞ tambĂ©m gosta de chamar de ‘alienĂ­genas’?”, pergunta Tas. “AlienĂ­gena Ă© o oposto de indĂ­gena. IndĂ­gena, se olhar no dicionário, significa originário desta terra (...) e alienĂ­gena Ă© quem Ă© de fora. EntĂŁo, eu chamo os colonizadores de alienĂ­genas por conta disso”, explica.

“Quais sĂŁo as noções mais erradas que os ‘alienĂ­genas’, nĂłs, temos dos indĂ­genas?, pergunta Tas. “De que estamos estagnados há 1.500 anos atrás, que nĂŁo evoluĂ­mos, que andamos pelados, que indĂ­gena tem que estar no meio do mato, que indĂ­gena nĂŁo pode vestir roupa e estar introduzido dentro dessa sociedade, que indĂ­gena nĂŁo pode falar bem, que indĂ­gena nĂŁo pode (...) a nossa sociedade está muito ignorante”.

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