Com resgate da biografia de mulheres que tiveram feitos históricos, ‘Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil’, estreia no Curta!
Palmares se tornou o mais notório dos quilombos, entre outros motivos, pela força e pelo simbolismo de suas figuras centrais, como a guerreira Dandara. Sua história é revisitada no primeiro episódio da série inédita e exclusiva ‘Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil’, que estreia no Canal Curta!.
Viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), a série resgata e valoriza a biografia dessas mulheres, mostra como elas foram ignoradas e ressalta seu papel em movimentos sociais do passado para mostrar como suas histórias influenciam e se refletem no presente.
“A invisibilidade da Dandara e a não documentação diz respeito a muitas experiências na história do Brasil de mulheres negras que foram apagadas, invisibilizadas ou pouco conhecidas. Então, a Dandara representa essa reivindicação em torno da visibilidade das experiências negras de forma geral”, avalia a psicanalista e historiadora da Universidade de Brasília, Mariléa de Almeida.
A partir de depoimentos exclusivos, leituras dramatizadas e encenações das mulheres retratadas nos episódios, ‘Libertárias’, dirigida por Rodrigo Grota, que assina o roteiro ao lado de Roberta Takamatsu, destaca a presença imprescindível das mulheres em momentos importantes da história do Brasil, embora a historiografia oficial tenha ignorado sua participação em detrimento de personagens masculinos.
Do século XVI ao XIX, cerca de 5 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil como pessoas escravizadas, um terço de todo o comércio negreiro. Os quilombos, além de um território de resistência à escravidão, tornaram-se um espaço de resistência cultural, alternativo à sociedade vigente, e é nesse cenário que desponta a liderança de Dandara.
“Se a gente puder definir a Dandara em uma palavra, essa palavra é liberdade. Ela tinha esse desejo grande por liberdade, e ela lutava pela liberdade plena de todo mundo”, afirma Amanda Crispim, pesquisadora e professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Embora não haja provas materiais e documentos históricos que comprovem a existência da guerreira, mulher de Zumbi dos Palmares, sua influência se tornou indelével e inegável, um exemplo para as mulheres brasileiras.
“Por que Dandara emerge? Por que ela está na cena? Para as mulheres, o que significa uma mulher poderosa, soberana? Dandara diz pra gente sobre Marielle, e essa imagem de uma mulher negra autônoma, independente, está em conflito com a condição da maioria das mulheres negras atualmente”, explica o historiador e músico Salloma Salomão.
Em celebração ao Mês da Consciência Negra, os três primeiros episódios são sobre mulheres negras. Depois de Dandara, Maria Felipa de Oliveira, guerreira da luta pela Independência do Brasil, e Tia Ciata, ícone do samba carioca, terão suas histórias apresentadas. Além delas, a série também tem episódios sobre Filipa de Sousa, Clara Camarão, Maria Quitéria, Narcisa Amália e Leolinda Daltro.
Com oito episódios de 52 minutos, ‘Libertárias Mulheres Inspiradoras na História do Brasil’ é uma produção da Kinopus. Os episódios estarão no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 15 de novembro, às 23h.
Antígona 442 a.C.: filme a partir da peça de Andrea Beltrão remonta tragédia de Sófocles
Vista por mais de 40 mil pessoas, a peça “Antígona”, protagonizada por Andrea Beltrão, ganhou uma inovadora adaptação cinematográfica: essa é a premissa de “Antígona 442 a.C.”, um dos destaques da semana no Curta!. Dirigido por Maurício Farias, o filme não se contenta em ser uma câmera virada para o palco e vai muito além, fazendo uso de recursos cinematográficos para expandir a origem teatral do texto.
A peça “Antígona” remonta a tragédia homônima escrita por Sófocles há 2500 anos e trata do confronto entre o Estado e o cidadão. No espetáculo, Andrea Beltrão é a personagem-título, uma jovem princesa filha de Édipo e Jocasta. Desejando honrar a morte de seu irmão Polinices, morto em guerra, ela enfrenta o rei Creonte, cuja ordem era a de deixá-lo sem sepultamento. Ao desobedecer a determinação real, Antígona paga com a própria vida.
Ao contrário do autor original, que adapta um mito já conhecido para o teatro, Beltrão e Amir Haddad — que assina a dramaturgia a seu lado — partem do teatro para o mito. Outra inovação é que a tragédia de Sófocles conta com 15 personagens, porém é representada apenas por Andrea.
O filme se inicia com um prólogo de Millôr Fernandes: “e assim a história avança, em luta fratricida, ódio mortal, violência coletiva, tudo pago por fim, naturalmente, com a escravidão do povo, na derrota final.”, e segue encenando o texto da peça. Com intensidade e a mais profunda entrega, Beltrão ora aparece maquiada em cima do palco, ora aparece de rosto limpo como se estivesse ensaiando. Nos trechos em que aparece em seu estúdio, constrói mapas mentais pelas paredes, replicando um recurso utilizado em cena. Assim, ela mostra que um espetáculo é composto também pelo que está além do palco, exibindo o que é invisível para a plateia.
“Antígona 442 a.C.” também está disponível no CurtaOn - Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels — da Amazon —, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma. A produção é da Boa Vida Produções e da Taba Filmes. A exibição é no dia temático Quartas de Cena e do Cinema, 13 de novembro, às 21h30.
Segundas da Música – 11/11
21h30 – “Tropicália” (Documentário)
“Tropicália” é um retrato de um dos movimentos mais marcantes na cultura brasileira, o Tropicalismo. Feito com imagens de arquivo dos anos 1960, o documentário traz material fotográfico, sequências de filmes e programas de TV recuperados e deliciosamente embalados pela música de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé. Um momento de descoberta e confronto no início dos anos de chumbo. Direção: Marcelo Machado Duração: 87 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 12 de novembro, terça-feira, às 1h30 e às 15h30; 13 de novembro, quarta-feira, às 9h30; 16 de novembro, sábado, às 22h20; 17 de novembro, domingo, às 16h e 18 de novembro, segunda-feira, às 0h45
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Terças das Artes – 12/11
22h30 – “Filme Paisagem, um Olhar Sobre Roberto Burle Marx” (Documentário)
Burle Marx foi um dos maiores paisagistas do século XX. Ele era um mestre na construção de espaços públicos, locais de convívio e harmonia com a natureza. O documentário é um passeio pela arte e personalidade do paisagista, pintor e escultor, que apresenta suas ideias numa sucessão de paisagens sensoriais. Direção: João Vargas Penna Duração: 72 min Classificação: Livre Horários alternativos: 13 de novembro, quarta-feira, às 2h30 e às 16h30; 14 de novembro, quinta-feira, às 10h30; 16 de novembro, sábado, às 15h; 17 de novembro, domingo, às 21h
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Quartas de Cena e Cinema – 13/11
21h30 – “Antígona 442 a.C.” (Documentário)
O filme “Antígona 442 a.C.” traz Andrea Beltrão como a personagem-título da trama: uma jovem princesa que enfrenta a ordem do rei proibindo que um de seus irmãos, morto na guerra, fique sem sepultamento. Antígona enterra o seu irmão e, por isso, paga com a própria vida. Dramaturgia de Andrea Beltrão e Amir Haddad. Direção: Maurício Farias Duração: 70 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 14 de novembro, terça-feira, às 1h30 e às 15h30; 15 de novembro, quinta-feira, às 9h30; 16 de novembro, sexta-feira, às 16h30; 17 de novembro, sábado, às 22h30
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Quintas do Pensamento – 14/11
21h30 – “Bruta Aventura em Versos” (Documentário)
Ícone da poesia marginal dos anos 1970 no Rio, Ana Cristina Cesar criou versos, traduziu poemas e contos, pesquisou sobre cinema e literatura, escreveu artigos, deu aulas e redigiu cartas. A partir da apropriação de sua obra por outros artistas, o documentário procura captar a beleza e a originalidade de sua escrita. Direção: Letícia Simões Duração: 74 min Classificação: Livre Horários alternativos: 15 de novembro, sexta-feira, às 1h30 e às 15h30; 16 de novembro, sábado, às 13h30; 17 de novembro, domingo, às 19h30 e 18 de novembro, segunda-feira, às 2h30 e às 9h30
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Sextas de História e Sociedade – 15/11
23h – “Libertárias: Mulheres Inspiradoras” (Série) - Episódio: “Dandara” INÉDITO E EXCLUSIVO
A história de Dandara, guerreira que lutou pela liberdade do seu povo no Quilombo dos Palmares no século XVII. O episódio mescla cenas ficcionais, entrevistas e material de arquivo. Com Thainara Pereira como Dandara, o episódio também inclui entrevistas com Amanda Crispim, Mariléa de Almeida, Salloma Salomão e Stella Franco. Direção: Rodrigo Grota Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 16 de novembro, sábado, às 3h e às 18h; 17 de novembro, domingo, 10h; 18 de novembro, segunda-feira, às 17h e 19 de novembro, terça-feira, às 11h
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Sábado– 16/11
19h – “Na Trilha do Som” (Série) - Episódio: “Chico Buarque”
Chico Buarque nos recebe em sua casa para falar de suas influências cinematográficas e de como as canções que fez para os filmes ultrapassaram o limite das telas e se tornaram grandes sucessos populares em filmes como "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Bye Bye Brasil". Direção: Marcelo Janot Duração: 24 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 17 de novembro, domingo, às 11h
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Domingo– 17/11
18h – “Inconveniências Históricas” (Série) - Episódio: “A República Invisível das Mulheres”
Durante todo o período da Primeira República (1889-1930), as mulheres foram politicamente invisíveis no Brasil. Sem direito a voto ou representação política, elas desapareceram da maioria dos relatos históricos. Mas isso não significa que elas não agissem: neste episódio, veremos como as mulheres conduziram uma verdadeira revolução silenciosa nos bastidores da República. Direção: Belisario Franca, Pedro Nóbrega Duração: 26 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 18 de novembro, segunda-feira, às 14h e 19 de novembro, às 8h
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