“Tem momentos que jamais vão ser captados por uma imagem fotográfica”, diz Cassio Vasconcelos, no Provoca
Foto Beatriz Oliveira |
Nesta terça-feira (8/10), Marcelo Tas conversa, no Provoca, com o premiado fotógrafo Cassio Vasconcellos, que está em cartaz com a exposição Viagem Pitoresca pelo Brasil, na Galeria Nara Roesler, em São Paulo. No bate-papo, ele fala sobre o uso excessivo da câmera do celular; comenta que existem coisas que o ideal é não fotografar; dá dicas para amadores de como fazer boas fotos, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
"Eu queria que você me falasse sobre esse telefone, essa câmera que todos nós temos no bolso, o quanto que isso ajuda a nossa consciência de fotografar e o quanto que atrapalha?", indaga Tas. “Ajuda no sentido de que todo mundo acaba podendo fotografar e mostrando mais o que está acontecendo por aí. E também fica mais familiarizado com a linguagem. O que complica é que esse excesso de imagens acaba atrapalhando (...) é muita imagem, a gente fica cansado (...) cada vez mais é um desafio você fazer uma imagem que tenha que se destacar, porque se eu fizer somente uma imagem bonitinha, qualquer um faz”, explica.
Em outro momento do programa, Vasconcellos comenta sobre a compulsão das pessoas em tirar fotos que elas nunca vão ver, ao invés de curtir o momento. “Achar que o que é registrado vale mais do que o que está sendo visto. E tem coisas que o ideal é não fotografar mesmo. Tem momentos que jamais vão ser captados por uma imagem fotográfica (...) às vezes é melhor não fotografar e sentir”, diz.
Já que todo mundo pode tirar foto a todo momento, Tas pede ao fotógrafo para dar dicas aos amadores. “Tente fotografar menos e elaborar mais; importa muito mais a história que você quer contar ou o que você quer passar, do que o equipamento que você tem; siga a sua intuição mais do que técnicas; e veja os grandes fotógrafos, a gente não pode começar de agora (...) tem que olhar para trás o que já foi feito, os grandes”, sugere.