Foto: Globo/Manoella Mello |
Lucca não tinha outro objetivo no 'Estrela da Casa' a não ser o primeiro lugar. Acreditava que poderia ser seu próprio empecilho, caso algo não corresse bem no confinamento, e se preocupou quando, já na primeira semana, virou o principal alvo da casa. No entanto, encontrou alívio e esperança no público a cada votação. O sertanejo encarou quatro Duelos, duas Batalhas, foi Hitmaker duas vezes, uma vez Estrela da Semana e vibrou muito a cada vitória, antes de finalmente sagrar-se vencedor do reality. "É doideira. O coração está acelerado. Vou fazendo as coisas, passando por cada corredor e vendo que cada momento dentro da casa, que eu digo ser '11 anos em 50 dias', valeu muito a pena, com certeza. Eu não faria nada de diferente. Fui muito verdadeiro e acredito que isso ajudou muito", conta sobre a própria trajetória. O campeão leva para casa R$ 1 milhão, contrato com a Universal Music, gerenciamento de carreira e turnê pelo Brasil. A seguir, veja quais são seus planos para usufruir desses prêmios e como ele observa tudo que viveu no confinamento durante os 50 dias de competição. Você é o grande campeão do ‘Estrela da Casa’. Qual é o sentimento de ter chegado até aqui e alcançar esse resultado? O sentimento é de gratidão. Gratidão por cada pessoa que votou em mim, que sonhou junto comigo para isso acontecer. As pessoas tiveram que dedicar o seu tempo, que é, para mim, uma das coisas mais valiosas que a gente tem. A galera me abraçou, então, eles fazem parte desse sonho. Eu não cheguei aqui sozinho. Eu sempre imaginei e sonhei ser o campeão, mas a ficha ainda está caindo. Parece que daqui a pouco eu estou voltando lá para a casa, colocando o microfone, tomando uma desafinada, me preparando para uma prova, uma Batalha... É doideira. O coração está acelerado. Vou fazendo as coisas, passando por cada corredor e vendo que cada momento dentro da casa, que eu digo ser "11 anos em 50 dias", valeu muito a pena, com certeza. Eu não faria nada de diferente. Fui muito verdadeiro e acredito que isso ajudou muito. De tudo o que viveu no programa, quais momentos vão ficar na sua memória como mais especiais? A entrada na casa, aquela fotografia da primeira vez que eu pisei lá, me marcou muito. Também quando o Marcos & Belutti falaram que viram meu vídeo de "Dupla Solidão". Foi um vídeo que eu gravei sem pretensão nenhuma! As Baladas também foram especiais, principalmente a que teve Ivete Sangalo. Na hora em que eu levantei para cantar o refrão de "Quando a chuva passar" com ela, eu queria pular em cima dela, abraçá-la, porque eu estava muito feliz. E a Katy Perry.... Cara, qual era a chance? Quantas milhões de pessoas queriam conhecê-la, tocar nem que fosse na unha dela. Eu abracei, eu apertei! Ela brigou comigo: "Vai pro final da fila"; "Não vou comer jujuba não, não quero" (risos). E, claro, a primeira prova [disputando imunidade] me marcou muito. Eu acho que ela foi um ponto crucial para eu chegar até aqui por causa da verdade [ao falar espontaneamente que urinou durante a prova de resistência]. Eu sempre fui muito verdadeiro. A minha verdade me marcou lá dentro. Você encarou quatro Duelos, duas Batalhas, foi Hitmaker duas vezes e uma vez, Estrela da Semana. Qual desses momentos foi o mais marcante para você? O primeiro Duelo, com a Helô [Heloísa Araújo], foi um destaque pela questão da prova de resistência e dos comentários de todos. Eu achei que eu fosse rodar ali. Pensei: "A galera está me odiando aqui, imagina lá fora". Outro Duelo que me marcou foi o que enfrentei a Leidy Murilho porque ela é uma pessoa de quem eu gosto muito e que, inclusive, quero levar para o resto da minha vida. É uma pessoa muito bacana, amigona, que me passou segurança e me trouxe o aconchego que eu estava precisando quando me senti sozinho. A Batalha em que fui com MC Mayarah, Evellin e Thália também me marcou demais pela situação de serem dois eliminados. Eu nunca tive medo de cantar contra ninguém, mas ficava apreensivo. Quando Ana Clara falava "por decisão do público" e, depois, o meu nome salvo, nossa, o céu se abria! Eu só respirava aliviado e voltava para a casa tremendo, felizão. Já no Duelo com o Matheus Torres eu não achava que ia perder. Mas perder não foi um problema para mim porque, como eu falei, eu perdi o Duelo e não a Batalha; o jogo não tinha acabado. Não me abalou, mas foi doideira. Uma coisa que me marcou nesses Duelos, Batalhas e provas é que eu sempre torci e vibrei por cada um, seja no positivo ou no negativo. Quando era negativo, eu tentava consolar. Quando era positivo, eu vibrava junto. Você foi o primeiro Hitmaker do programa com a música “Cuida Bem Dela” e, depois, o último, com “Vou ter que superar”. Qual a sua relação com essas duas músicas, por que elas faziam parte do seu repertório? Todas as músicas do meu repertório foram bem selecionadas, pensadas. Me surpreendeu ser Hitmaker com "Cuida Bem Dela" porque foi a música que eu escolhi para cantar na seletiva do programa. Quando aconteceu, eu falei "Como assim? Eu estava no Duelo e, do nada, sou o Hitmaker?", porque ainda tinha esse agravante. Eu dei um grito de comemoração que estava segurando há muito tempo. Ali eu comemorei e vibrei muito. "Vou Ter Que Superar" também é uma música linda. Eu sou um cara que gosta muito de cantar romântico. Eu costumo dizer que eu só falo de amor, e é verdade. Eu acho que eu consigo passar esse sentimento quando estou cantando e também me colocar na música. Eu interpreto como se eu estivesse vivendo a letra. Essas duas músicas com certeza já me marcavam e agora marcam para sempre. Como foi lidar com o retorno do público nos votos, plays e na plateia das apresentações durante o confinamento? Com esse retorno eu comecei a entender que estava dando certo, que a galera estava curtindo minha música. Quando eu chegava no palco e a galera cantava junto, alguns mandavam beijo, faziam a florzinha... Meu Deus, que doideira. No último Hitmaker, Ana Clara falou: "Esse foi bem disputado". Eu pensei: "Será que sou eu? Eu ganhei o primeiro, mas eu não ganhei o segundo, o terceiro, o quarto". E era eu o vencedor. Ganhar esse último foi algo que nunca imaginei. Você venceu dois Workshops ao longo da temporada, “Teatro Musical” e “Performance”. De qual deles você mais gostou? Ah, os dois foram muito legais. Eu não consigo nem escolher. Os dois foram top de linha, amei, amei, amei. Dentre as Oficinas e Workshops que vocês tiveram, qual teve mais afinidade com o que você buscava para sua carreira? A de gerenciamento de crise com o Paulo Pimenta. Foi quando eu dei o lance no leilão e deu certo. Eu estava precisando ouvir aquelas dicas, fiz perguntas que eram importantes para mim. De todos eu tirei uma casquinha, mas esse me marcou muito. 50 dias atrás, eu estava deitado na minha cama sem saber o que fazer da minha vida, da minha carreira. Depois de poucos dias, eu estava conversando com um rapaz que cuida da imagem da Anitta! Pegar essa bagagem, essa experiência, foi proveitoso demais. Você foi alvo de críticas por boa parte dos participantes ainda no início da competição, mas conseguiu reverter essa percepção e se aproximar dos integrantes do quarto azul, com quem passou a jogar junto. Como você lidou com esse processo de conquista da confiança? E por que optou por se aproximar das pessoas do quarto azul? Na verdade, eu entrei com o pensamento de que eu iria fazer tudo sozinho mesmo. Eu não tinha em mente me juntar a alguém. Tanto é que quando comentaram sobre unir quarto, eu já falei: "Nada a ver, não vamos entrar nisso, não, que a galera não curte". Mas aí a galera do outro quarto começou a vir com tudo para cima de mim e eu pensei em me defender. Naturalmente aconteceu. A galera pegou um ranço de mim que até hoje eu não entendi o porquê, e eu acredito que ao longo do programa consegui reverter essa situação cuidando de cada um, sempre com muito carinho. Sempre fui muito eu. Aqui fora eu sou assim, eu faço assim. Pessoas que me julgavam passaram mal e eu estava lá pronto para ajudar. Estava uma discussão de feijão e, quando eu vi, eu já estava defendendo. É instinto meu. Eu acho que por isso fui mudando o pensamento da galera. Mas, de coração, o que foi falado lá de mim, ficou lá. Deixa para lá. O Gael [Vicci], por exemplo, veio pedir desculpa, a gente conversou antes de ele sair. Ele pôde falar que teve um pensamento errado de mim, que pegou a dor de outras pessoas, e eu falei que estava tudo certo. Acho que consegui mudar o pensamento de muita gente. Se não mudou ainda, vai mudar, com certeza, porque eles estão errados sobre mim. Quem você enxergava como maior ou maiores adversários durante o reality, alguém que poderia tirar o primeiro lugar de você? Olha, de coração, eu acho que a pessoa que poderia me fazer perder naquele exato momento era eu mesmo. Mas eu achava a Unna X uma artista sensacional; eu curto muito o talento dela. A Evellin também é uma artista completa, muito bacana, voz incrível, performance incrível. Olhando pelo lado do jogo, pela formação de casal, o Matheus Torres era um adversário forte também. Quais os maiores aprendizados que você levar para a sua vida e sua carreira de toda essa experiência? Nossa, eu aprendi tanta coisa. Hoje eu posso dizer que eu estou pronto para o que der e vier. Meu maior aprendizado, na verdade uma confirmação, foi respeitar as pessoas. Eu sempre respeitei, mas acho que é isso. Eu aprendi tanta coisa técnica também. A Nina Pancevski [preparadora vocal] é maravilhosa! Eu quero levá-la para o resto da minha vida, quero que ela cuide da minha voz. O Bibiu, que nos ajudou com a performance de palco, você tá doido! Na apresentação de "Dona" eu nunca imaginei que conseguiria cantar aquela música porque eu sou muito focado no sertanejo. Aprendi muito com ele. Com o Vinícius Rosa [produtor musical] também. Ele é um produtor incrível, me passou uma confiança imensa! Com qual artista gostaria de fazer um feat, se pudesse escolher? Posso fazer uma listinha (risos)? Luan Santana pelo artista que é; ele faz um espetáculo! Matheus & Kauan, que têm um repertório incrível e são pessoas incríveis também. Jorge & Mateus, referências do sertanejo! Lauana Prado, que eu tive o prazer de conhecer no 'Estrela da Casa' e quero muito estreitar essa amizade; ela tem uma noção imensa de repertório e é uma artista é incrível. Simone Mendes, que dispensa comentários. E por aí vai (risos). Do programa, gravaria com alguém? Com a Unna X e com a Leidy Murilho pelo lado artístico e pelo carinho que elas tiveram comigo. A Unna, mesmo tendo o relacionamento dela, sempre foi muito bacana comigo. E a Leidy dispensa comentários. Eu tenho um louvor, uma música que estou compondo e quero gravar com ela. Além de contrato com a Universal Music, gerenciamento de carreira e turnê pelo Brasil, você ganhou R$ 1 milhão. O que pretende fazer com o dinheiro? Meu Deus do céu, é uma grana! Eu não faço ideia, minha ficha nem caiu ainda. É tanto dinheiro, tanto zero, que Nossa Senhora (risos)! Pretendo investir e reinvestir na minha carreira. E continuar trabalhando muito para que ele continue crescendo imensamente. Como imagina a sua carreira daqui por diante? Eu acho que está muito à flor da pele e eu preciso pensar. Mas com certeza gravar um projeto novo, fazer uma turnê e gravar um DVD. Eu quero entregar muita música boa para a galera. A galera vai pirar no meu show e poder cantar as músicas que eu interpretei no programa vai ser incrível, porque cada momento que eu cantar a música eu vou estar lembrando de cada apresentação e cada situação que eu passei lá dentro. Inclusive, é perigoso eu parar o show para contar pra galera, então, provavelmente, o show vai ter que ser de três horas para frente (risos). E, com certeza, quero aprimorar a performance, aprimorar a voz, ter uma equipe para cuidar dessa voz com a qual Deus me abençoou. Eu vou aproveitar cada momento e vai ser de verdade, igual no programa, com muito amor e carinho. Como gostaria que o mercado musical e o público te recebessem? Como o Lucca romântico. Romântico mesmo, piano, sentimento. Mas também o Lucca com uma pegada versátil, sabe? Para quando o pessoal falar "Cara, vou botar o Lucca aqui para escutar na caixinha, comendo churrasco", estar sofrendo ali, mas sofrendo feliz (risos). Qual mensagem você gostaria de deixar para todas as pessoas que te acompanharam e torceram por você nesses 50 dias de programa? A mensagem que eu deixo é, mais uma vez, de gratidão por tudo. Eu tenho muito amor e carinho para dar para vocês. Estou morrendo de vontade de conhecer cada um de vocês. A gente vai se encontrar pelas ruas, pelos camarins, pelos shows. E a última coisa que eu quero dizer é que Deus é maravilhoso. Então, coloca Deus sempre na frente. Com Deus é difícil, imagina sem Deus. Então, é Deus na frente que as coisas vão acontecer. E que Deus abençoe cada pessoa que votou em mim e ele possa realizar todos os sonhos de vocês da mesma forma que ele me ajudou a realizar esse sonho. ‘Estrela da Casa’ é um formato original e inédito da Globo, com direção artística de Rodrigo Dourado, direção geral de Aída Silva e Carlo Milani, produção de Maiana Timoner e Rodrigo Tapias, roteiro de Edu Sciortino e Rafael Chaché e direção de gênero de Boninho. |
Estrela da Casa - Os próximos passos e música do campeão Lucca
Reviewed by Pablo
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outubro 02, 2024
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