Documentário sobre exposição modernista brasileira em Londres que integrou luta contra nazisfascismo estreia no Curta!
Documentário ‘Arte da Diplomacia’ conta a história da exposição modernista brasileira
em Londres na 2ª Guerra
Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto as frentes de batalha na Europa causavam estragos e mortes, Londres, uma das cidades mais bombardeadas no conflito, recebia um suspiro em forma de arte e compromisso de paz. A história de como 70 artistas modernistas brasileiros levaram suas obras para a capital inglesa a fim de ajudar na luta contra o nazifascismo é contada no documentário inédito “Arte da Diplomacia”, que estreia com exclusividade no Canal Curta! nesta semana.
Viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), o longa foi produzido pela Anti Filmes, Boulevard Filmes e Donna Features. Com relatos únicos de personalidades como a crítica Aracy Amaral e a historiadora Anita Leocádia Prestes e com imagens de arquivo, o documentário apresenta os motivos, os ideais, as estratégias e as consequências de expor ao mundo a arte brasileira moderna naquele momento.
“O que me chamou a atenção era o aspecto diplomático da iniciativa. Ela foi capitaneada por Osvaldo Aranha, que era o chanceler, e que esteve por trás do envio das tropas brasileiras para a Itália. Havia o objetivo claro de reposicionar o Brasil no imaginário e no sistema internacionais. Tratou-se de iniciativa de soft power”, explica o diplomata e pesquisador Hayle Melim Gadelha.
O diretor Zeca Brito recorre às origens das relações entre o Brasil e o Reino Unido e ao contexto de dificuldades políticas que os próprios artistas sofriam durante o Estado Novo de Getúlio Vargas para mostrar como a exposição serviu a vários propósitos, entre eles, obter prestígio internacional e mostrar ao mundo que o país chegava a uma nova era, deixando de ser um país exportador de matérias-primas para ser uma nação com peso e importância no campo das ideias.
“Essa coleção demonstra muito bem que não existe uma única arte brasileira, demonstra claramente a vivacidade de modelos estéticos e provocações estéticas. Se alguém fosse lá à procura de um Brasil, sairia compreendendo que havia 50 Brasis, ou muito mais. Porque cada uma daquelas obras, daqueles artistas, tinha um traço muito característico, uma autonomia artística muito grande”, afirma Vinicius Mariano de Carvalho, professor associado de Estudos Brasileiros no Brazil Institute do King's College London.
Além de criar e fortalecer laços através das artes, o trabalho diplomático da exposição em Londres contribuiu diretamente na luta contra o Eixo na Segunda Guerra. Sucesso de público, com mais de 100 mil visitantes na Royal Academy, e de crítica, se estendendo para outras sete cidades, o valor arrecadado pela venda das obras foi doado à Força Aérea Britânica, que desempenhava importante papel no conflito.
O documentário explora a função política e social das artes, destacando como artistas e obras foram selecionados não só pelo critério do talento, mas também num intuito de provocação e reafirmação de valores humanitários. Se o nazismo considerava a arte moderna como um trabalho “degenerado”, a exposição abria um novo campo de resistência contra o preconceito.
Mais de 160 obras de artistas consagrados como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, o único negro, e Carlos Scliar, judeu, comunista e gay, compuseram a mostra. Augusto Rodrigues, em depoimento pela ocasião da entrega dos trabalhos, definiu e exaltou o objetivo da iniciativa, fortalecendo os laços contra a extrema-direita.
“A presença dos nossos quadros em Londres representa a contribuição que viemos trazer ao esforço de guerra britânico. Como artistas, foi a melhor maneira que achamos de expressar aos ingleses a nossa admiração e solidariedade e esperamos que seja o nosso gesto apreciado no sentido moral e simbólico mais do que por seu valor material”, ressaltou.
“Arte Da Diplomacia” é uma produção original do Curta!. A produção também pode ser vista no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático das Terças das Artes, 15 de outubro, às 22h.
Segunda parte de ‘A Ciência Maligna de Hitler’ denuncia crimes de guerra
Da teoria à prática. A segunda parte do documentário “A Ciência Maligna de Hitler”, que estreia com exclusividade no Canal Curta! nesta semana, mostra como as ideias e teorias supremacistas do Terceiro Reich resultaram em experimentos e projetos que mataram quase 100 mil pessoas entre a ascensão do Partido Nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial.
Enquanto no primeiro episódio do documentário somos apresentados às origens do projeto Ahnenerbe, o centro nazista de investigação científica, em ‘Crimes de Guerra’, o diretor David Korn-Brzoza denuncia os crimes e os massacres cometidos em nome de uma suposta ciência. O documentário é produzido pela Arte France em parceria com a Upside Television.
Ao avançar na frente de batalha da guerra, simultaneamente a organização investia na produção de armamentos e ferramentas militares, que eram construídos com a mão de obra escravizada dos campos de concentração. Eles serviriam à ciência nazista não só com seu trabalho, mas principalmente com seus corpos.
“Toda a medicina alemã sob o nacional-socialismo estava a serviço do exército deles. Há, nos campos de concentração, um viveiro humano extraordinário para os pesquisadores, na medida em que não se respeitam os membros desse viveiro. É uma experiência única para a medicina alemã poder conduzir experimentos que seriam úteis tanto para o exército como para a ciência”, afirma o médico e historiador Yves Ternon.
Em nome da ciência e do aprimoramento das táticas de batalha, os cientistas nazistas conduziram experimentos como mergulhar prisioneiros em tanques gelados para estudar as reações do corpo humano ao frio intenso, ao simular as condições do Mar do Norte, até estudos com gases e substâncias tóxicas. No documentário, descobrimos como nomes como o médico August Hirt, o militar Wolfram Sievers e o antropologista Bruno Beger criaram e puseram em marcha um plano macabro para usar judeus como cobaias desses experimentos.
“O projeto de August Hirt é bastante simbólico de todos os crimes cometidos pelos cientistas durante o nazismo. É uma espécie de resumo do Holocausto, uma tragédia do extermínio dos judeus de toda a Europa. E, ao mesmo tempo, é o auge do projeto científico criminoso dos nazistas”, comenta o médico francês Raphael Toledano.
‘Crimes de Guerra’ é o segundo episódio do documentário ‘A Ciência Maligna de Hitler’, dividido em duas partes de 50 minutos. Também pode ser vista no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático das Sextas de História e Sociedade, 18 de outubro, às 23h.
Segundas da Música – 14/10
22h25 – “Meu amigo Fela” (Documentário) ANIVERSÁRIO DE FELA KUTI: DIA 15/10
Fela Kuti foi o criador do afrobeat, cruzamento entre os ritmos africanos tradicionais e a música ocidental, e uma figura poderosa do movimento dos direitos negros. O documentário "Meu amigo Fela" apresenta uma nova perspectiva sobre o músico nigeriano, contrapondo a narrativa mais frequente de que ele era um excêntrico ídolo pop africano. Dirigida por Joel Zito Araújo, a produção traz à tona a vida e a obra de um dos mais importantes artistas e ativistas africanos. O filme é conduzido pelo amigo íntimo e biógrafo oficial de Fela, Carlos Moore, com um olhar intimista sobre a vida do músico. Entre as pessoas entrevistadas, estão seus filhos, mulheres e os ativistas políticos que foram influenciados por sua mensagem e sua música. Além de retratar a história de Fela, o documentário apresenta um contexto político e social da Nigéria e do continente africano durante o século XX, em que o pan-africanismo e a luta pela independência e pela igualdade eram temas recorrentes. A produção faz um paralelo entre a vida e obra de Fela e outras lideranças negras do mundo, como Malcolm X e Martin Luther King, mostrando a importância da luta pelos direitos civis e pela libertação dos povos oprimidos. Direção: Joel Zito Araújo Duração: 94 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 15 de outubro, terça-feira, às 2h25 e às 16h25; 16 de outubro, quarta-feira, às 10h25; 19 de outubro, sábado, às 22h; 20 de outubro, domingo, às 15h; 21 de outubro, segunda-feira, às 0h45.
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Terças das Artes – 15/10
22h– “Arte da Diplomacia” (Documentário) - INÉDITO E EXCLUSIVO
Londres, 1944: em meio aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, a Arte Moderna brasileira era apresentada ao mundo pela primeira vez. Um gesto de diplomacia cultural que ficou esquecido por décadas, que uniu territórios e definiu o papel do país na luta contra o nazifascismo. Direção: Zeca Brito Duração: 90 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 16 de outubro, quarta-feira, às 2h e às 16h; 17 de outubro, quinta-feira, às 10h; 19 de outubro, sábado, às 14h15 e 20 de setembro, domingo, às 20h15
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Quartas de Cena e Cinema – 16/10
21h– “Grandes Cenas” (Série) - Episódio: “Central do Brasil” ANIVERSÁRIO DE FERNANDA MONTENEGRO
A atriz Fernanda Montenegro esmiúça seu processo de composição da personagem Dora em "Central do Brasil" (1997), revivendo a experiência de filmar a intensa cena da romaria, em que Dora perde Josué em meio a centenas de fiéis. Direção: Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno Duração: 15 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 17 de outubro, às 01h; 18 de outubro, às 15h; e 19 de outubro, às 23h40.
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Quintas do Pensamento – 17/10
21h30 – “Caixa Postal” (Série) - Episódio: “Bichos – Lygia Clark e Hélio Oiticica” - INÉDITO E EXCLUSIVO
“Helio era o lado de fora de uma luva, a ligação com o mundo exterior. Eu, a parte de dentro. Nós dois existimos a partir do momento em que há uma mão que calce a luva”, escreveu a artista plástica Lygia Clark em 1986. A amizade, devido à distância geográfica, foi estabelecida principalmente por meio de cartas; seus corpos e pensamentos tocam-se por meio da linguagem. Contaminam-se, mas não se confundem. Direção: Hilton Lacerda, Leticia Simões Duração: 26 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 18 de outubro, sexta-feira, às 1h30 e às 15h30; 19 de outubro, sábado, às 19h30; 20 de outubro, domingo, às 11h e 21 de outubro, segunda-feira, às 9h30
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Sextas de História e Sociedade – 18/10
23h– “A Ciência Maligna de Hitler” (Documentário) - Parte 2: “Crimes de Guerra” - INÉDITO E EXCLUSIVO
A série mostra o funcionamento da Anheherbe, a organização de pesquisa científica que o Reich usou para justificar suas conquistas e crimes raciais. Este episódio enfoca os crimes e os massacres cometidos em nome de uma suposta ciência. Prisioneiros de campos de concentração eram submetidos a experimentos com substâncias tóxicas, entre outras crueldades. Direção: David Korn-Brzoza, Quentin Domart Duração: 52 min Classificação: 16 anos Horários alternativos: 19 de outubro, sábado, às 3h e às 16h; 20 de outubro, domingo, às 22h; 21 de outubro, segunda-feira, às 17h; 22 de outubro, terça-feira, às 11h
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Sábado– 19/10
20h30 – “A Persistência da Memória” (Série) - Episódio: “Memória e Oralidade”
A memória é parte fundamental da nossa identidade, matéria-prima da psicanálise, das artes e do conhecimento. Com o objetivo de refletir sobre o tema, explorando diversas perspectivas, a série traz vários entrevistados — como o historiador Luiz Antonio Simas e o filósofo indígena Ailton Krenak — que abordam a memória a partir de um ponto de vista. Neste episódio, o tema é a cultura oral como fonte primordial de aquisição de conhecimento e de memória. Alguns tópicos abordados são: a memória oral vs. a escrita, a memória ancestral, as línguas perdidas, o registro e a preservação de histórias orais, a oralidade da palavra como base da literatura, os repentistas, e duas instituições que registram memórias orais: Radio Yandê e Museu da Pessoa. Direção: Paola Vieira Duração: 26 min Classificação: Livre Horários alternativos: 20 de outubro, domingo, às 12h e 21 de outubro, segunda-feira, às 8h30
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Domingo– 20/10
16h45 - “Mitos da História” (Série) - Episódio: “Hiroshima: A Derrota de Stalin”
Para a maioria das pessoas na atualidade, os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki foram o motivo da rendição do Japão. Mas, embora essa noção possa não estar totalmente incorreta, ela omite o papel de um ator-chave no encerramento da Segunda Guerra Mundial: o Exército Vermelho. Direção: Christiane Ratiney Duração: 52 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 21 de outubro, segunda-feira, às 14h30 e 22 de outubro, terça-feira, às 8h30
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