A TV Brasil apresenta o último capítulo do seriado de dramaturgia Centro Liberdade nesta sexta (20), às 23h30. A emissora pública revela o final da produção gaúcha com o desfecho da trama que aborda as polêmicas envolvidas no possível fechamento de um centro comunitário na capital Porto Alegre. O conteúdo independente foi desenvolvido por meio do edital do Prodav TVs Públicas.
Com 10 capítulos, a série destaca a rotina de um bairro humilde da periferia em que a vida dos moradores fica prejudicada pela ameaça de término das atividades do centro comunitário. O elenco da obra de ficção tem como protagonistas os atores Kaya Rodrigues, que vive a jovem assistente social Gabriela, e Rafa Sieg, no papel do burocrata Rodrigo. A realização é da produtora Prana Filmes.
Desfecho da trama gaúcha ficcional
Jovem de origem humilde e recém-formada em Serviços Social, Gabriela é contratada de forma temporária para ajudar na transferência do Centro Liberdade para um novo endereço. Responsável pelo gerenciamento de três centros comunitários da região, Ricardo exige que a moça realize a mudança o mais rápido possível, sem traumas que possam afetar a sua imagem ou a do prefeito.
Ao se envolver com o cotidiano das pessoas da comunidade, a idealista Gabriela reconhece os desafios da realidade periférica e toma a decisão de ir contra a orientação do chefe. Ela se engaja na causa dos moradores e inicia um movimento para manter o centro comunitário do bairro no seu devido lugar.
Um celular roubado pode ser a chave para desvendar tudo que está ocorrendo na Vila Liberdade. O aparelho está nas mãos do jovem Polenta (Luka Rocha). Enquanto prepara a denúncia contra Ricardo, Gabriela esconde o adolescente na sua própria casa. O assassino de Jorge, antigo diretor do Centro Liberdade, quer colocar as mãos no garoto e pegar o aparelho, medida fundamental para sair impune do crime.
No décimo e último episódio da trama, Gabriela está com os documentos que provam que uma construtora tinha acordo com Ricardo para liberar o terreno do Centro Liberdade. Para expor toda a verdade, primeiro ela precisa garantir a segurança de Polenta.
Conflitos sociais na periferia urbana
O término das atividades no espaço vai prejudicar os moradores da Vila Liberdade que utilizam serviços essenciais, como farmácia popular e creche para as crianças. Essas pessoas vão precisar se deslocar para outro centro comunitário bem distante de onde vivem.
A série parte dessa premissa e adquire contornos dramáticos ao revelar as relações de poder nas periferias urbanas brasileiras. A história discute como política, religião, forças policiais e tráfico se enfrentam no cotidiano em que, às vezes, pouco se importam com os legítimos interesses da população.
A produção mostra como a situação tensa não impede que os personagens mantenham seus sonhos e amores ainda que encarem dilemas em um cenário repleto de violência e corrupção. A atração dramatúrgica retrata os conflitos sociais sem ignorar a perspectiva humana daqueles que lutam para sobreviver e almejam um futuro melhor mesmo diante das injustiças e desesperanças.
Valorização do conteúdo independente
A série Centro Liberdade traz para a programação da TV Brasil uma obra independente de dramaturgia com o sotaque gaúcho. As locações do seriado incluíram os bairros Bom Jesus, Cruzeiro do Sul e Partenon, além de outros locais de Porto Alegre. A caracterização do figurino também se baseia no vestuário local. No ar às sextas, às 23h30, a atração tem horário alternativo na telinha durante a madrugada, às 4h30. O seriado tem classificação indicativa de 16 anos.
Escrita e dirigida por Bruno Carvalho, Cleverton Borges e Livia Ruas, a trama ficcional desenvolvida pela Prana Filmes é um dos conteúdos audiovisuais selecionados pela linha de fomento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), através do Prodav TVs Públicas. O seriado foi filmado em 2021 no Rio Grande do Sul.
A TV Brasil é um dos canais que mais exibe conteúdo independente nacional. Além de ser uma grande apoiadora da produção de atrações dessa natureza no mercado audiovisual do país, a emissora estimula novos realizadores.