Lília Schwarcz apresenta nova obra no Trilha de Letras

O programa Trilha de Letras recebe a antropóloga, escritora e professora Lília Moritz Schwarcz para uma entrevista inédita com a apresentadora Eliana Alves Cruz nesta quarta (25), às 23h30, na TV Brasil, sobre seu novo livro "Imagens da branquitude: a presença da ausência". A convidada lê um trecho da publicação durante a conversa.

No texto, a autora analisa o fenômeno social e cultural da branquitude a partir de suas manifestações simbólicas e iconográficas. "Mostro como a branquitude é uma grande produtora de imagens ao longo do tempo, mas também se ausenta desse lugar. É uma questão muito forte", pontua a imortal da ABL.

Gravado na BiblioMaison, o Trilha de Letras fica disponível em formato podcast nas plataformas digitais. O conteúdo também pode ser acompanhado no app TV Brasil Play e no canal do YouTube da emissora pública. O programa também tem transmissão na Rádio MEC no mesmo dia, mais cedo, às 23h.

Naturalização da branquitude

Durante o papo exclusivo para a atração, Lília Schwarcz avalia como pinturas, fotos e anúncios publicitários foram utilizados para a construção da branquitude como a norma hegemônica, relegando, portanto, negros, indígenas e demais populações racializadas ao posto de "outro".

"As imagens produzem muita naturalização. Pensei em ir cronologicamente", explica a autora que desistiu da ideia ao constatar que o preconceito ainda está presente em peças relativamente atuais. Assim, a obra destaca temas diversos sem seguir uma linha do tempo determinada.

Lília Schwarcz aprofunda a reflexão sobre essa trajetória de aquisição de conhecimento que foi importante para ela também. "Estamos vivendo um momento de letramento, de aprender", reforça ao questionar a si mesma nesse processo em que redigiu o recente lançamento. Racismo, meritocracia e privilégios estão em pauta.

Recentemente empossada como imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), a premiada escritora ocupa a cadeira 9 que pertenceu a Alberto da Costa e Silva, seu antigo professor. Entre os mais de 30 títulos de sua autoria, estão obras como "As Barbas do Imperador" (1998), vencedor do Prêmio Jabuti na categoria não-ficção; "O Sol do Brasil" (2008), ganhador do Jabuti de biografia; e "Batalha do Avaí" (2013), publicação laureada com o Prêmio ABL de História e Ciências Sociais; entre outros.

Na entrevista para o Trilha de Letras, Lília Schwarcz também aborda sua presença constante no Instagram em que comenta os temas mais discutidos na rede. Cofundadora da editora Companhia das Letras, uma das maiores do país, ela ainda traça um panorama sobre o mercado editorial brasileiro.

No quadro "Dando a Letra", espaço do programa com dicas de leituras, a booktuber Dayane Borges sugere o livro "Sopro dos Deuses", do carioca Fabio Kabral, escritor da nova geração de autores nacionais e considerado um dos mais representativos do afrofuturismo. A narrativa mergulha no multiverso para celebrar a religiosidade afro-brasileira em uma fantasia com muita aventura, magia e ancestralidade.

Sobre o programa

O Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. A atração foi idealizada em 2016 pela jornalista Emília Ferraz, atual diretora da produção que entrou no ar em abril de 2017. Nesta temporada, os episódios foram gravados na BiblioMaison, biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro.

A TV Brasil já realizou três temporadas do programa e recebeu mais de 200 autores nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas foram apresentadas pelo escritor Raphael Montes. A terceira, por Katy Navarro, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quarta temporada, que também ganha uma versão na Rádio MEC.

A produção exibida pelo canal público às quartas, às 23h30, tem janela alternativa na telinha em diversos horários. Na programação da Rádio MEC, o conteúdo também é apresentado às quartas, na faixa nobre, às 23h.