“Eu só biografo pessoas por cuja vida eu tenha curiosidade”, diz Ruy Castro no "Arena dos Saberes"

Divulgação TV Cultura

Nesta quinta-feira (22/8), às 22h, o jornalista, biógrafo e escritor Ruy Castro é o convidado de Gabriel Chalita no Arena dos Saberes, na TV Cultura. No programa, o autor fala sobre seus principais biografados e suas técnicas de entrevista. E no Terceiro Sinal, a edição apresenta uma reportagem especial sobre o Instituto Bacarelli, em Heliópolis.

Em 2023, Ruy Castro tomou posse como imortal da Academia Brasileira de Letras. O reconhecimento se deve à longa carreira como jornalista e às dezenas de livros que escreveu, mas também às importantes biografias que publicou. Ruy comenta mais sobre o trabalho de recontar toda uma vida com suas palavras: “Eu procuro trabalhar com pessoas que eu admire. (...) O trabalho da biografia tem que ser um exercício de amor, porque você leva muitos anos para fazer uma biografia. (...) “Eu só biografo pessoas por cuja vida eu tenha curiosidade”.

Sobre uma das maiores e mais importantes biografias que escreveu, a da cantora Carmen Miranda, Ruy comenta: “Foram feitos vários livros sobre a Carmen Miranda, mas todos eles só falavam sobre a Carmen Miranda nos Estados Unidos. (...) Eu botei como grande desafio reconstituir a infância, a adolescência e a vida da Carmen no Brasil, para mostrar que ela era uma grande brasileira e que ela tinha que ser reconhecida como brasileira, não como uma brasileira que fez sucesso lá fora”.

Ruy também biografou o escritor Nelson Rodrigues, sobre quem ele desmente a fama de “pornográfico”: “Foi um dos homens mais moralistas, no bom sentido, que já existiu. A pessoa ia ver uma peça do Nelson Rodrigues (...) e saia da peça achando que tinha ouvido uns trezentos palavrões. Não tinha! O Nelson que, através do que os personagens dele falavam, botava o palavrão na cabeça do espectador”.

Ainda nesta edição, o Arena dos Saberes vai até Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, para conhecer uma iniciativa da própria comunidade que transforma a vida de crianças e jovens por meio da música: o Instituto Bacarelli. Foi a partir da organização que surgiu a primeira orquestra sinfônica no mundo em uma favela, a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, reconhecida internacionalmente pela sua excelência.