Para o fã de esporte, poucas coisas são tão emocionantes quanto acompanhar uma partida de futebol ao vivo. Cada lance pode ser decisivo, mudando completamente a história do jogo, o que mantém os espectadores vidrados durante os 90 minutos. No entanto, com a maior descentralização dos direitos de transmissão esportivos nos últimos anos, é inevitável que em algum momento você já tenha se deparado com algum vizinho ou amigos em grupos de WhatsApp que acabaram comemorando um gol antes mesmo de ele aparecer na sua tela. Esse é o famoso delay, uma característica ainda bastante presente nas transmissões via streaming.
A questão em si tem liderado debates acalorados entre os amantes do futebol. Mas, afinal, existe alguma forma de minimizar esse problema e melhorar a experiência do usuário que assiste em plataformas de streaming? A resposta é sim, e ela pode vir de diferentes frentes. Hoje, o atraso acontece devido ao tempo necessário para a captura, compressão, transmissão, descompressão e exibição do vídeo. Cada uma dessas etapas contribui com frações de segundos que, somadas, podem resultar na perda de preciosos segundos em relação à transmissão ao vivo pela TV a cabo.
Felizmente, avanços tecnológicos estão sendo feitos para reduzir esse problema. Protocolos de transmissão mais eficientes, permitem assistir um vídeo com menor latência. Já o 5G promete revolucionar o mercado com sua capacidade de transmitir grandes volumes de dados com pouco delay. Isso significa que a imagem chegará ao seu dispositivo com muito menos atraso, proporcionando uma experiência muito mais imersiva.
Além disso, as próprias empresas de streaming também estão investindo em melhorias de software e otimização de servidores para oferecer uma transmissão mais próxima do tempo real. Isso inclui investir em recursos operacionais mais potentes, distribuir os dados de forma mais eficiente e utilizar técnicas de compressão de vídeo que não comprometam a qualidade da imagem. A redução do buffer de vídeo, por exemplo, pode diminuir o atraso, embora isso possa resultar em mais interrupções se a conexão do usuário não for estável. A busca pelo equilíbrio perfeito entre qualidade de transmissão e baixa latência continua sendo um desafio.
É importante ressaltar que o delay no streaming não é um problema exclusivo do Brasil. Ele afeta usuários de todo o mundo, e as plataformas estão constantemente buscando soluções para minimizar esse ponto inconveniente. No entanto, é importante ter em mente que, por enquanto, o delay ainda é uma realidade no streaming, e é preciso ter paciência e compreensão até que as novas tecnologias estejam disponíveis em larga escala.
Além disso, vale dizer que a experiência do usuário não depende apenas da operabilidade empregada pelo serviço de streaming, como também da qualidade da conexão de internet do próprio usuário. Uma conexão lenta ou instável por si só aumenta significativamente o delay, independentemente dos avanços tecnológicos implementados pelo provedor de serviço.
Em resumo, o delay nas transmissões de futebol via streaming ainda é uma realidade, mas há razões para ser otimista. Com o progresso contínuo das tecnologias de cobertura e a melhoria das infraestruturas de rede, a tendência é que o atraso seja cada vez menor. A expectativa é que, em um futuro breve, possamos celebrar os gols diretamente das nossas telas, sem spoilers indesejados. Até porque a emoção no esporte acontece ao vivo.
*Nacho Opazo é cofundador e CTO da Zapping, plataforma líder de streaming de TV da América Latina