Silvio Almeida fala ao CNN Entrevistas sobre criação do Memorial da Verdade e diz que Comissão dos Mortos e Desaparecidos ‘volta fortalecida e com apoio dos miliares’
Em entrevista a Basília Rodrigues e a Luísa Martins para o CNN Entrevista, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, revelou que o governo deverá lançar “em breve” um memorial no local conhecido como “Casa da Morte”, em Petrópolis, região serrana do RJ. A casa funcionou como um centro de tortura durante a ditadura militar.
“Nós adquirimos esse imóvel e nós vamos fazer um memorial ali. Não houve nenhuma interrupção das políticas de Memória e Verdade. A comissão de anistia está fortalecida, com seu orçamento garantido, nós vamos regularizar tudo direitinho, esse é um compromisso com a democracia que tem o governo do presidente Lula”, afirmou o ministro Silvio Almeida ao CNN Entrevistas.
O ministro citou o apoio do Exército sobre a retomada da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos pelo presidente Lula.
“Não é pouco o que nós vimos há algumas semanas atrás quando o comandante do Exército fala da importância de se ter uma Comissão de Mortos e Desaparecidos, usando um argumento dos direitos humanos e principalmente daqueles que foram de pessoas desaparecidas”, disse Silvio Almeida.
Durante a conversa, que vai ao ar pela CNN Brasil neste sábado, às 18h30, Almeida fala ainda sobre a segurança pública e a necessidade de resolver suas questões sem perder de vista os valores que norteiam os direitos humanos.
“É importante que a gente não tenha medo de enfrentar a complexidade das coisas”, disse ele. “Nós precisamos parar com a ideia de que é possível falar de segurança pública sem direitos humanos. Até porque é um direito constitucional, no artigo 5. Tem que se privilegiar direito á vida, á integridade física, e o contrário também é verdade: Não há direitos humanos se não temos políticas de segurança pública efetivas.”
Sobre o crime organizado, Silvio Almeida analisa a atuação das facções no Brasil e reconhece que a questão ultrapassa nossas fronteiras. Avalia ainda a superlotação dos presídios, problema que gera mão de obra para o crime.
Combatente emblemático do racismo, o ministro também explora esse tema na entrevista à CNN: “Não acho normal alguém que seja racista”.
Os polêmicos projetos no Congresso são outros assuntos da conversa. Para ale, a “PEC das drogas é problemática” e o “PL do aborto é violência conta as mulheres”.
“Meu foco é ser o melhor ministro possível para esse país”, finaliza, descartando futuras aspirações eleitorais.