Foi no Cine Propriá que Hélder Aragão, também conhecido como DJ Dolores, descobriu o cinema. Ainda jovem, acompanhava o avô — gerente do estabelecimento — na sala de exibição, onde assistia às muitas produções que chegavam ao circuito comercial de Propriá, cidade do interior do Sergipe. Anos mais tarde, enquanto ainda produzia música de forma improvisada e amadora, DJ Dolores foi convidado a criar sua primeira trilha sonora. No episódio inédito da série exclusiva do Curta! “Na Trilha do Som”, de Marcelo Janot, o músico rememora algumas dessas histórias e suas composições para filmes.
O primeiro ofício de Hélder não se relacionava a este universo. Ao chegar no Recife, foi trabalhar no Jornal do Commercio como cartunista e ilustrador. O contato com um computador permitiu o desenvolvimento de suas músicas, que traziam sons do cotidiano em uma mixagem única. “Eu estava com tanto tesão em fazer música, que eu comecei a produzir de um jeito compulsivo. Eu usava um software para editar recado de secretária eletrônica e fazia colagens de ruídos com sons que eu gravava na rua. Eu mostrei tudo para o Kleber Mendonça que, na época, trabalhava no curta “Enjaulado” (1998)”, lembra Hélder. Esse foi seu primeiro trabalho para o cinema.
Embora o curta-metragem não tenha ganhado muita visibilidade, a trilha sonora lançada em CD abriu portas para o músico. Foi a partir dessa experiência que surgiram convites para criar composições para a peça teatral “A Máquina” e para sua adaptação cinematográfica, ambas do diretor João Falcão. Outros projetos no currículo do músico são: “Big Jato” (2015), de Cláudio Assis; “Tatuagem” (2013), de Hilton Lacerda; “Narradores de Javé” (2003), de Eliane Caffé; e “Crítico” (2008) e “O Som ao Redor” (2012), esses últimos retomando a parceria com Kleber Mendonça Filho.
Sua experiência como DJ de festas, que começou em 1989, foi fundamental para a produção de muitas das trilhas que vieram a seguir. Na entrevista para o episódio, ele cita o longa “Amor, Plástico e Barulho” (2013), de Renata Pinheiro, que aborda a música brega no Recife, ritmo marcante para a cultura da capital pernambucana. A música de abertura do filme foi inspirada em uma faixa de brega muito famosa e, para recriá-la, ele utilizou batidas comuns na música eletrônica com seu estilo de mixagem característico.
No episódio, DJ Dolores aborda ainda os desafios na produção de trilhas sonoras para um projeto. Em alguns deles, o compositor fica responsável por toda a gestão orçamentária, tendo que encomendar as músicas que precisam ser ainda criadas ou fazer aquisições. “Com esse orçamento em mãos, eu penso o que tenho que fazer com aquilo. Se vou trabalhar só ou se terei que contratar outros músicos. É um trabalho super-racional de gerenciamento”, explica.
Em oito episódios, a série “Na Trilha do Som” conta a trajetória de compositores de trilha sonora de diferentes gerações, tendo os depoimentos dos músicos ilustrados por imagens de suas obras nas produções audiovisuais. Os outros sete são: Chico Buarque, André Abujamra, Plínio Profeta, David Tygel, DJ Dolores, Gilberto Gil e Remo Usai (in memoriam).
“Na Trilha do Som” é uma produção da Urca Filmes viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br) um dia depois da estreia no canal. A exibição é no dia temático Segundas da Música, 22 de julho, às 20h30.
Segundas da Música – 22/07
19h30 – “Grandes Mitos: Vikings” (Série) - Episódio: Os Filhos de Loki – INÉDITO E EXCLUSIVO
Odin descobre que Loki teve filhos com a giganta: o lobo, a serpente e a criança monstruosa. Hel, meio criança, meio cadáver, é jogado no submundo enquanto a serpente, ainda pequena, é lançada ao mar - lá, começa a crescer a toda velocidade, até circundar Midgard. Os deuses mantêm apenas o filhote de lobo, Fenrir. Thor descobre que o deus do trovão morrerá lutando contra Iormungand. a serpente… Direção: Camille Dalbéra Duração: 26 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 23 de julho, terça-feira, às 5h30 e às 13h30; 24 de julho, quarta-feira, às 7h30; 27 de julho, sábado, às 11h30 e 28 de julho, domingo, às 2h e às 17h15.
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20h30 – “Na Trilha Do Som” (Série) - Episódio: DJ Dolores - INÉDITO E EXCLUSIVO
O compositor sergipano, autor da trilha de filmes de destaque como "Tatuagem" e "O Som Ao Redor", fala de sua influência como DJ e como une em suas composições, a música eletrônica com ritmos nordestinos, e de que a maneira a música eletrônica possibilita a criação de texturas. Diretores: Marcelo Janot Duração: 24 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 23 de julho, terça-feira, às 0h30 e às 14h30; 24 de julho, quarta-feira, às 8h30; 27 de julho, sábado às 20h30 e 28 de julho, domingo, às 12h
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Terças das Artes – 23/07
20h30 – “Brasil Visual - 2ª Temporada” (Série) - Episódio: Os Ritualizadores da Ancestralidade – INÉDITO E EXCLUSIVO
Comparecem aqui práticas artísticas que ritualizam e evocam a presença dos ancestrais. A perspectiva de Odara, como um conceito de beleza útil à comunidade, se espraia ao longo das experiências retratadas nos instrumentos ritualísticos do Santo Daime, nos cantos e troncos sagrados do Kuarup, no banho de pipoca e nos Xaxarás dos cultos afro-brasileiros. Direção: Rosa Melo Duração: 26 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 24 de julho, quarta-feira, às 0h30 e às 14h30; 25 de julho, quinta-feira, às 8h30; 27 de julho, sábado, às 19h; 28 de julho, domingo, às 10h30
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Quartas de Cena e Cinema – 24/07
23h – “Coreografia, O Desenho da Dança no Brasil” (Série) - Episódio: Jomar Mesquita - INÉDITO NO CANAL
Jomar Mesquita e sua companhia Mimulus são os maiores representantes da inserção da chamada dança de salão no mundo das danças cênicas. Com um virtuosismo e apuro técnico únicos, esta modalidade ganha cada vez mais espaço por sua proximidade com o público, que é praticamente convidado a subir ao palco e se deleitar nos braços dos bailarinos e bailarinas. Direção: Jorge Saad Jafet Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 25 de julho, quinta-feira, às 3h e às 17h; 26 de julho, sexta-feira, às 11h e 27 de julho, sábado, às 9h
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Quintas do Pensamento – 25/07
23h – “Jacques Derrida - O Filósofo da Desconstrução” (documentário) - INÉDITO NO CANAL
O filósofo Jacques Derrida foi um dos mais notáveis pensadores do século XX, trabalhando suas teorias em diversos campos como literatura, arquitetura, linguística, psicanálise e outros. Ele foi precursor de uma reflexão crítica sobre a filosofia e seu ensino, e foi o criador da teoria da desconstrução, divulgada inicialmente nos anos 60. Direção: Virginie Linhart Duração: 52 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 26 de julho, sexta-feira, às 03h e às 17h; 28 de julho, domingo, às 22h; 29 de julho, segunda-feira, às 11h
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Sextas de História e Sociedade – 26/07
23h30 – “Histórias da Gente Brasileira” (Série) – Episódio: “Da senzala ao quartinho de empregada” - INÉDITO E EXCLUSIVO
Como a sociedade republicana lidou com os desdobramentos da Abolição? Com a libertação dos escravizados apenas um ano antes da proclamação do novo regime, restou aos primeiros anos da República a tarefa de assimilar toda uma massa de recém libertos, desprovidos de educação e de políticas públicas de inclusão e reparação. Direção: Beca Furtado Duração: 26 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 27 de julho, sábado, às 03h30 e às 11h; 28 de julho, domingo, às 18h; 29 de julho, segunda-feira, 17h30 e 30 de julho, terça-feira, às 11h30
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Sábado – 27/07
22h – “O Sal da Terra” (Documentário)
Nos últimos 40 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado tem viajado através dos continentes, aos passos de uma humanidade sempre em mutação. Ele testemunhou alguns dos principais eventos da nossa história recente; conflitos internacionais, a fome e o êxodo. Ele agora embarca na descoberta de territórios imaculados, da flora e da fauna selvagem e de paisagens grandiosas em um enorme projeto fotográfico. Direção: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado. Duração: 110 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 28 de julho, domingo, às 15h15.
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Domingo – 28/07
22h – “Meu amigo Fela” (Documentário)
Uma nova perspectiva sobre o músico nigeriano Fela Kuti, a fim de contrapor a narrativa mais frequentemente retratada: como um excêntrico ídolo pop africano do gueto. No filme a complexidade da vida de Fela é desvendada através dos olhos e conversas de seu amigo íntimo e biógrafo oficial, o africano-cubano Carlos Moore. Direção: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado. Duração: 94 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 29 de julho, segunda-feira, às 2h15.
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