‘Profissão Repórter’ mostra como o lixo descartado de forma irresponsável prejudica a população


A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu, em 2010, que os lixões deveriam ser fechados em 2014. O prazo não foi cumprido e quatro novas datas foram determinadas de acordo com o tamanho de cada município. A última data prevista, em agosto deste ano, mais uma vez não será cumprida. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 4, vai aos estados do Maranhão e do Pará para mostrar como a proximidade dos lixões é prejudicial para os moradores dessas regiões. Em São Paulo, o programa acompanha o trabalho da prefeitura e dos catadores informais para a coleta dos materiais recicláveis.

Dados de 2022 da Confederação Nacional de Municípios apontam que mais de um terço dos municípios do Brasil ainda possuem lixões (34,3%). No interior do Maranhão, os repórteres Júlio Molica e Alex Gomes visitam quatro lixões que descumprem diversas regras sobre a disposição de resíduos sólidos. Entre as consequências, a falta de controle de acesso de pessoas, a disposição de lixo hospitalar a céu aberto, o chorume vazando sem controle e, o mais grave, trabalho infantil.

No lixão de Coroatá, a 250km de São Luís, capital do Maranhão, um menino de apenas 10 anos é flagrado pendurado em um caminhão de lixo, disputando comida com urubus. Em Santa Inês, Maria de Fátima, moradora da cidade há 30 anos, acompanha a chegada do lixo há 12 anos e convive com água contaminada, urubus, materiais particulados que são queimados pelos catadores e o barulho incessante dos caminhões. Cansada, ela afirma que está de malas prontas para se mudar para outra cidade, mas não consegue achar compradores para a propriedade.

Todos os dias centenas de milhares de moradores dos bairros centrais de Belém do Pará colocam seu lixo para fora de casa pouco antes do caminhão de lixo passar. Mas poucos sabem para onde todo aquele material descartado será levado. O repórter Chico Bahia e o técnico de som João Batista seguiram o caminhão da coleta de Belém até Marituba, na região metropolitana, onde está o único aterro sanitário do Pará. Instalado em 2015, ele fica a apenas 30 metros das casas das pessoas. "Meu filho tem bronquite e por conta dos gases do aterro a situação dele se torna muito pior", afirma Rosana Rocha que recentemente ganhou na justiça uma ação que obriga a operadora do aterro e o governo a pagar um aluguel para que sua família possa sair de lá.

Reclamações como as de Rosana são comuns na vizinhança. Por conta delas, desde 2017 o Ministério Público do Estado do Pará abriu uma ação contra a operadora do aterro, o Estado do Pará e a prefeitura de Marituba. Na denúncia do MP, estudos apontam a contaminação da água na região, níveis de toxicidade do ar acima do esperado e o descumprimento da distância mínima para a casa das pessoas, que segundo as normas deveria respeitar a distância de 500 metros.

Na cidade de São Paulo, a reportagem acompanha o trabalho de coleta de material reciclável realizado pela prefeitura e por catadores informais. Os catadores, tanto os que dirigem pequenos caminhões pela cidade quanto os que empurram suas carroças pelas ruas, exercem papel fundamental no processo de reciclagem. O repórter André Neves Sampaio e o repórter cinematográfico João Lucas Martins conhecem a Maná, de 42 anos, que tira seu sustento com a venda de material reciclável. Ela faz parte de um grupo de quase 20 mil catadores informais na cidade. "Sem nós a cidade ficaria muito mais poluída do que já é. A gente pega o papelão, o lixo que está na calçada. Se a gente não tirasse esse material, o lixo entupiria os bueiros e deixaria a situação das enchentes ainda mais complexa", diz Maná.

O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 04, vai ao ar logo após ‘Sob Pressão’.
‘Profissão Repórter’ mostra como o lixo descartado de forma irresponsável prejudica a população ‘Profissão Repórter’ mostra como o lixo descartado de forma irresponsável prejudica a população Reviewed by Pablo on junho 03, 2024 Rating: 5
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