A experimentação sonora sempre foi o foco do grupo mineiro Uakti, fundado no final dos anos 1970 pelo músico Marco Antônio Guimarães. Para contar a sua história e as inovações que implementou, estreia no Curta! o documentário homônimo dirigido por Eder Santos. Em busca de captar a essência da banda, a produção traz imagens de arquivo e atuais, além de entrevistas com seu fundador, ex-integrantes e músicos parceiros.
Os instrumentos inusitados usados pelo Uakti eram sua marca registrada. Dezenas de aparatos musicais foram desenvolvidos e confeccionados por Marco Antônio, utilizando materiais como PVC, metais, madeira e vidro. “Como compositor, eu sou autodidata e, como luthier, também. Eu busquei influências que me trouxeram certa liberdade de usar qualquer material para criar instrumentos”, explica ele, criador e principal compositor.
Ainda como protótipos, os instrumentos passavam a integrar as composições e shows da banda e muitos deles foram utilizados por anos. “Ele (Marco Antônio) inventou mais de 100 instrumentos, cada um deles com um som muito próprio. Em maior parte, eram acústicos; uma pequena maioria era elétrico”, completa o percussionista Décio Ramos, ex-integrante do grupo.
Em mais de quatro décadas de existência — o grupo se dissolveu em 2015 —, o Uakti colaborou com músicos relevantes no cenário nacional e internacional, além de assinar diversas composições. Ainda nos primeiros anos, o contato com o Clube da Esquina fez com que colaborassem com Milton Nascimento no disco “Sentinela”. A parceria rendeu a primeira apresentação pública do Uakti, no Museu da Pampulha, em Belo Horizonte. “A partir do disco ‘Sentinela’, a gente participou de diversos trabalhos do Milton e fez turnê com ele. O Milton foi um cara fundamental para a consolidação do grupo. Não só com a participação nos discos dele, mas ele fez um contrato com uma gravadora alemã que embutiu a gravação de 10 discos instrumentais e 3 deles foram do Uakti”, lembra Artur Andrés Ribeiro, também ex-integrante do grupo.
Ao longo dos anos, o Uakti ainda trabalhou com músicos internacionais como Paul Simon e Philip Glass, e nacionais como Ney Matogrosso, Maria Bethânia e Zélia Duncan. A liberdade de criação e experimentação que guiava o grupo fez com que se destacasse na cena musical nacional e internacional. “É uma história muito forte. É o único grupo que ficou tanto tempo tocando músicas com instrumentos inusitados. Não existe outro, somos únicos”, finaliza Paulo Santos, outro ex-integrante.
“Uakti” é uma produção da Trem Chic viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário também pode ser assistido no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Segundas da Música, 10 de junho, às 21h.
“Memórias do Exílio”: episódio inédito da série sobre Zélia Gattai relembra a vida da escritora no pós-guerra
O exílio vivido por Zélia Gattai durante os anos de 1948 até 1953 é o tema central de episódio inédito da série “Zélia - Memórias e Saudades”, de Carla Laudari. Em “Memórias do Exílio” conhecemos os sentimentos da fotógrafa e escritora por estar distante de casa e de seu filho mais velho, Luiz Carlos. O episódio traz imagens de arquivo e tem narração de Cecília Amado, sua neta.
A chegada ao Porto de Génova, na Itália, não foi como o esperado. Zélia tinha esperança de permanecer no país de origem de sua família, mas por causa da derrota do movimento da frente popular, acaba tendo que partir de lá com Jorge Amado e o pequeno João Jorge, mesmo sem um destino certo. Um convite faz com que sigam para a Tchecoslováquia para acompanhar as festas em comemoração ao 1º de maio, Dia do Trabalhador, e terceiro aniversário da libertação do país da ocupação nazista.
Essa foi apenas a primeira parada, tendo Zélia passado por outros países da Europa, como França e Polônia. Recebidos em nações em reconstrução, o casal participava de eventos e movimentos populares que lutavam pela paz no pós-guerra. Ao longo dos anos, Zélia se encontra com diversas personalidades que a inspiraram. Ela registra vários desses momentos em seu diário, entre eles as aulas de francês com Simone de Beauvoir e os encontros com amigos de Jorge Amado como Pablo Neruda, Nicolás Guillén, Jean-Paul Sartre, Louis Aragon e Paul Éluard.
A saudade de casa e de seu filho piora quando recebem a notícia da morte de Lila, filha de Jorge. Outro fator que abala o casal é a notícia da gravidez de Zélia. Assim, após o nascimento da pequena Paloma e a instabilidade política devido à Guerra Fria, eles resolvem sair de Praga e regressar ao Brasil no inverno de 1952.
A série “Zélia – Memórias e Saudades” tem cinco episódios: “Memórias da Infância”, “Memórias do Nascimento do Amor”, “Memórias do Exílio”, “Memórias do Rio”, “Memórias da Bahia” e “Memórias da Saudade”, que retratam a infância ao lado da família; o amor por Jorge Amado; as circunstâncias em que os dois partiram para o exílio; o período em moraram com os filhos no Rio de Janeiro e em Salvador; e a chegada de Zélia à Academia Brasileira de Letras (ABL).
“Zélia – Memórias e Saudades” é uma produção da Casa Santomé Filmes e foi viabilizada pelo Curta! através de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também está no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Quintas do Pensamento, 13 de junho, às 20h.
Segundas da Música – 10/06
21h – “Uakti” (Documentário) - EXCLUSIVO E INÉDITO
O Uakti foi um dos mais importantes grupos de música instrumental no Brasil, com grande repercussão internacional. O documentário mostra a trajetória do grupo entre 1978 e 2015, por meio de entrevistas com os ex-integrantes do grupo, além de farto material de arquivo. Diretores: Eder Santos. Duração: 97 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 11 de junho, terça-feira, às 1h e às 15h; 12 de junho, quarta-feira, às 9h; 15 de junho, sábado, às 14h15 e 16 de junho, domingo, às 21h15.
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Terças das Artes – 11/06
22h – “O Gráfico Amador” (Documentário)
Documentário sobre o movimento editorial e literário O Gráfico Amador, que surgiu no Recife entre 1954 e 1961, e sua influência na cultura nordestina e brasileira. Participaram dele, na juventude, artistas como Aloísio Magalhães, Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto. Atento à qualidade técnica dos livros, o grupo introduziu a cor e a arte gráfica em suas edições, hoje itens de colecionador. Duração: 54 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 12 de junho, quarta-feira, às 2h e 16h; 13 de junho, quinta-feira, às 10h; 15 de junho, sábado, às 23h e 16 de junho, domingo, às 15h50.
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Quartas de Cena e Cinema – 12/06
21h30 – Sessão PortaCurtas: “Do Tanto de Telha no Mundo” (Curta-metragem) - EXCLUSIVO NA TV
Leo vai a Juatama fazer uma visita inesperada a sua mãe, Cleide, que não via há muito tempo. Durante a estadia, ambos terão que lidar com antigos conflitos que ocasionaram no afastamento dessa relação. Mesmo sem saber como a mãe reagirá, Leo reúne coragem para revelar a sua real intenção em visitá-la: se despedir. Direção: Bruno Brasileiro. Duração: 23 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 13 de junho, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 14 de junho, sexta-feira, às 9h30 e 16 de junho, domingo, às 20h50.
23h – “Coreografia, O Desenho da Dança no Brasil” (Série) - Episódio: “Marta Soares” - INÉDITO NO CANAL
A trajetória e a produção artística bastante peculiar de Marta Soares são o resultado de sua formação na arte, que percorreu os princípios de análise de movimento do método Laban em São Paulo, passou por Londres e pela dança butô em Tóquio. Direção: Fernanda Heinz Figueiredo. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 13 de junho, quinta-feira, às 3h e às 17h; 14 de junho, sexta-feira, às 11h e 15 de junho, sábado, às 9h.
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Quintas do Pensamento – 13/06
20h – “Zélia - Memórias e Saudades” (Série) - Episódio: “Memórias do Exílio” - INÉDITO E EXCLUSIVO
O episódio traz um retrato intimista das memórias de Zélia Gattai e do exílio na Europa do pós-guerra, em Paris e na Tchecoslováquia, de 1948 a 1953. Direção: Carla Laudari. Duração: 45 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 14 de junho, sexta-feira, às 00h e às 14h; 15 de junho, sábado, às 10h; 16 de junho, domingo, às 16h50 e 17 de junho, segunda-feira, às 08h.
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23h – “Para Ver Freud” (Série) - Episódio: “Complexo de Édipo” - INÉDITO E EXCLUSIVO
O episódio fala sobre o Complexo de Édipo, tema que aparece nos primeiros escritos de Sigmund Freud e atravessa toda a sua obra. Freud buscou identificar o que há de universal na formação das subjetividades, isto é: quais sentimentos e emoções são comuns a todos os seres humanos. Direção: Lyana Peck. Duração: 40 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 14 de junho, sexta-feira, às 03h e às 17h; 15 de junho, sábado, às 12h; 16 de junho, domingo, às 18h30 e 17 de junho, segunda-feira, às 11h.
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Sextas de História e Sociedade – 14/06
23h30 – “Histórias da Gente Brasileira” (Série) – Episódio: “Império – O morrer” - INÉDITO E EXCLUSIVO
Com o aumento da população e as elevações no contágio de doenças fatais, as altas taxas de mortalidade alteraram a forma de o Império encarar a morte. Documentos revelam como eram os ritos fúnebres, o hábito de limpar os ossos, os enterros simples dos escravos e o deslocamento dos cemitérios das laterais das igrejas para partes mais distantes da cidade. Direção: Beca Furtado. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 15 de junho, sábado, às 03h30 e às 11h; 16 de junho, domingo, às 18h; 17 de junho, segunda-feira, 17h30 e 18 de junho, terça-feira, às 11h30.
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Sábado – 15/06
21h – “Novo Mundo, Pintura de Rua na América Latina” (Série) – Episódio: “Equador”
As imagens que ilustram os muros das cidades modernas guardam uma estreita relação com os seus habitantes. Na América Latina, essa relação é ainda mais profunda, uma vez que a sua arte urbana nasceu ligada a processos de resistência, rebelião e transformação que marcaram as últimas décadas. A realidade de indivíduos e grupos silenciados na cultura “formal” ganha voz neste fenômeno social e estético, que traz à tona traumas, reivindicações e sonhos que jamais circulariam de outra forma dentro da indústria cultural. A série explora um país diferente a cada episódio. Diretora: Belisario Franca e Juan Tamayo. Duração: 60 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 16 de junho, domingo, às 12h30 e 17 de junho, segunda-feira, às 2h.
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Domingo – 16/06
19h30 – “Com As Próprias Mãos” (Documentário)
O repórter policial Luarlindo Ernesto é a única testemunha ocular da criação do esquadrão da morte Scuderie Le Cocq, o primeiro grupo de extermínio brasileiro. Sessenta anos depois do ocorrido, a jovem jornalista Yasmin Santos pesquisa sobre as origens da milícia no Rio de Janeiro, e, ao descobrir que Luarlindo está vivo, decide ir atrás dele para tentar convencê-lo a contar tudo o que viu. Direção: José Francisco Tapajós. Duração: 90 min. Classificação: 16 anos. Horários alternativos: 17 de junho, segunda-feira, às 15h e 18 de junho, terça-feira, às 09.
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