Alberto Mussa comenta "Meu destino é ser onça" no Trilha de Letras

O premiado escritor Alberto Mussa é o convidado da edição inédita do programa Trilha de Letras, atração literária que ganha novo dia e horário na programação da TV Brasil a partir desta quarta (29), às 23h. O autor bate um papo com a apresentadora Eliana Alves Cruz sobre seu livro "Meu destino é ser onça".

Na entrevista exclusiva, ele fala sobre a obra que foi tema do enredo da escola de samba Grande Rio na Marquês de Sapucaí, e garantiu à agremiação de Caxias o terceiro lugar no desfile de 2024 no carnaval carioca. Durante a conversa, Mussa lê um trecho da publicação.

A produção sobre o universo literário também pode ser acompanhada em formato podcast nas plataformas digitais. O encontro registrado na BiblioMaison fica disponível no app TV Brasil Play e no canal do YouTube da emissora pública. O Trilha de Letras ainda tem uma versão radiofônica que vai ao ar no mesmo dia e horário, às quartas, às 23h, na programação da Rádio MEC.

No quadro "Dando a Letra", espaço do Trilha de Letras que traz dicas de leitura, o booktuber Rodrigo Batista sugere o livro "Como se fosse um monstro", segundo romance da escritora Fabiane Guimarães. Ao narrar a história de Damiana, a publicação oferece um texto envolvente que debate os limites da maternidade e reflete sobre as escolhas femininas.

Potencial da literatura contemporânea

Alberto Mussa se emociona ao lembrar das cenas que presenciou da trama do seu livro "Meu destino é ser onça" representada na folia da Avenida. No decorrer da conversa com a anfitriã, o entrevistado recorda esses momentos. "Me lembro de estar no início da pista e ver a escola entrar, fascinante", diz.

Apaixonado pelos desfiles das escolas de samba, o carioca confessa que assiste às performances há quase cinco décadas. "Tenho essa paixão e juntar essas duas vertentes – a literatura e o samba – foi uma experiência inesquecível", pontua Mussa.

Este ano, outras agremiações do Grupo Especial do Rio de Janeiro como Portela, Viradouro, Mocidade Independente de Padre Miguel e Porto da Pedra também basearam seus enredos em livros. A tendência mostra que a combinação de obras literárias e carnaval fomenta novas gerações de leitores e esquenta os tamborins para um samba nota dez.

No papo, a apresentadora Eliana Alves Cruz e o escritor Alberto Mussa destacam a quantidade de temas na folia exatamente sobre títulos de autores vivos. "Isso dá uma nova direção e mostra aos carnavalescos o potencial que a literatura contemporânea tem para ser explorada como enredo", define o convidado.

Influência das origens e fascínio por mitologias

Entusiasta do Rio, Mussa também comenta suas ascendências libanesa e ameríndia. O autor recapitula sua rotina fortemente inspirada pela cultura negra e destaca como todo esse caldeirão tem influência na sua escrita que já ganhou até bem-sucedidas experiências em tradução de poemas árabes. Ele pondera sobre esse desafio de aprender um novo idioma e expressar a emoção do texto original em sua língua.

Durante o programa literário do canal público, Alberto Mussa ainda aborda seu interesse por mitologias. Esse encantamento pelo assunto o levou a escrever um "Compêndio Mítico do Rio de Janeiro". A publicação reúne em cinco volumes as histórias de uma metrópole tão caótica quanto sedutora. Ele explica a origem do projeto, além de revelar perspectivas curiosas e inusitadas sobre o processo de produção do trabalho.

Autor de títulos de sucesso de gêneros como romance, contos e conteúdo de não ficção, Alberto Mussa teve seu talento reconhecido com diversas premiações. O convidado desta edição do programa Trilha de Letras é celebrado pela crítica e pelos leitores que acompanham seu carreira repleta de sucessos literários. Os textos do escritor são traduzidos para diversos idiomas e publicados em vários países.

Sobre o programa

O Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. A atração foi idealizada em 2016 pela jornalista Emília Ferraz, atual diretora da produção que entrou no ar em abril de 2017. Nesta temporada, os episódios foram gravados na BiblioMaison, biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro.

A TV Brasil já realizou três temporadas do programa e recebeu mais de 200 autores nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas foram apresentadas pelo escritor Raphael Montes. A terceira, por Katy Navarro, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quarta temporada, que também ganha uma versão na Rádio MEC.

A produção exibida pelo canal público às quartas, às 23h, tem horário alternativo na telinha aos domingos, no mesmo horário. Na programação da Rádio MEC, o conteúdo também é apresentado às quartas, às 23h.