‘Profissão Repórter’ acompanha a rotina de mulheres que abriram mão de suas vidas para cuidar de familiares
Foto: Globo/Divulgação |
Muitas mulheres vivem a dura realidade de ter que mudar as suas rotinas em prol dos cuidados com outra pessoa. Sejam pais, irmãos ou filhos, e por diferentes motivos, elas se veem obrigadas a abdicar do emprego, dos estudos e da individualidade para se dedicar a algum familiar. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 9, mostra a história de algumas dessas mulheres e apresenta projetos criados para dar suporte às cuidadoras em suas comunidades. Após ter sido vítima de um sequestro relâmpago em São Paulo e seu carro ter capotado, o pai de Eliane Reco, Seu Osvaldo, ficou 25 dias no hospital entre a vida e morte. Daquele momento em diante, Eliane assumiu os cuidados com o pai, que desenvolveu Alzheimer e vive acamado. Ela precisou mudar com o filho de 15 anos para casa dos pais e conta que, por dois anos, teve que dormir no sofá da sala. Eliane ainda ajuda a mãe nos cuidados com o irmão de 60 anos, que sofre de paralisia cerebral. Pai, mãe, irmão e filho vivem sob a sua tutela. O repórter Thiago Jock mostra a difícil rotina de mulheres que, além de abrir mão do trabalho fora de casa, se desdobram entre cozinhar, cuidar da higiene dos acamados, limpar a casa, dar remédios, fazer compras, entre outras atividades. É o caso da Maria do Carmo Nunes, mãe de um rapaz de 44 anos com paralisia cerebral. Maria teve que deixar o trabalho de diarista para se dedicar aos cuidados com o filho e com o marido, que sofreu por dez anos com Parkinson. "Você imagina deixar duas pessoas que dependem totalmente de você em casa e sair para poder ganhar um pouco de dinheiro? É impossível!", diz. O professor de Enfermagem da Universidade Federal de São João Del Rey, Alexandre Ernesto Silva, se mudou para a Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, para realizar sua pesquisa sobre as mulheres que atuam com cuidados paliativos dentro da comunidade. Em 2018, a partir de um projeto de extensão universitária, ele criou uma ONG que organiza e oferece estrutura para dar suporte a essas voluntárias locais. Com o acompanhamento oferecido pelo projeto, o amparo que elas oferecem aos pacientes e suas famílias é muito mais eficaz. O repórter Chico Bahia e o repórter cinematográfico Alex Gomes conheceram os voluntários locais e as famílias que eles atendem. "Só o fato da família saber que não está sozinha já é de uma importância enorme", afirma a voluntária Ana Lúcia. Há anos, ela dá suporte a uma cuidadora de um rapaz com paralisia cerebral. "A nossa sociedade está ficando cada vez mais velha e as pessoas precisam acordar para essa realidade. Não devemos eximir o poder público de suas responsabilidades, mas as pessoas de uma comunidade também precisam se ajudar, porque senão vai ser pior pra todo mundo", completa. Há seis anos, Bárbara de Melo se dedica 24 horas para cuidar da mãe, Edite de Melo, de 78 anos, que sofre com Alzheimer, depressão crônica, transtorno bipolar e problemas respiratórios. Filha única, Bárbara precisou abandonar o emprego para virar "cuidadora parental informal". À repórter Sara Pavani, Bárbara conta que toda a luta com sua mãe deu origem ao "Instituto Jacintas", uma organização não governamental que acolhe mulheres que cuidam de familiares, oferecendo suporte psicológico e rodas de conversas. Bárbara se tornou referência na luta pessoal e política pelos direitos de mulheres cuidadoras. Na sala de casa, em Natal, ela divide a rotina de cuidados com a mãe e a criação de um projeto de lei intitulado "Lei das Marias", um anseio de Bárbara por políticas públicas para mulheres como ela que, no Brasil, não possuem nenhum direito. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 09, vai ao ar logo após o BBB24. |
‘Profissão Repórter’ acompanha a rotina de mulheres que abriram mão de suas vidas para cuidar de familiares
Reviewed by Pablo
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abril 08, 2024
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