Inocentes enfrentam violência e sofrimento na cadeia, nos inéditos de Em Nome da Justiça


Casos de pessoas presas por crimes que não cometeram, vítimas de erros policiais ou judiciais, estão em foco em Em Nome da Justiça, a nova série de true crime do A&E. Conduzida pela criminóloga Ilana Casoy, a docussérie analisa decisões judiciais de crimes com processos marcados por dúvidas e traz instigantes casos de inocentes que foram presos por crimes que não cometeram. São histórias emocionantes de cidadãos comuns e seus familiares, que enfrentam muitas dificuldades para provar sua inocência, enquanto o acusado vive situações dramáticas em nosso falido sistema prisional.

Ao longo dos episódios, Ilana constata que os acusados, quase sempre, são vítimas das condições precárias dos sistemas policial e judiciário do Brasil. Além do trauma, ainda precisam arcar com os custos de investigações e revisões processuais paralelas, que deveriam ser obrigação do Estado, ainda que a justiça determine com clareza que cabe a quem acusa provar a culpa de qualquer pessoa – e, de acordo com a lei, qualquer suspeito é inocente até prova em contrário.

A&E exibe dois episódios inéditos por semana.

No primeiro desta sexta é José Aparecido. O fazendeiro José Henrique, como fazia todo fim de semana, chegava à sua fazenda, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, quando, ao descer para abrir o portão, é atacado por dois homens. Ele tenta se defender, mas é agredido com violência, é jogado, desfalecido, na caçamba da picape, com a qual os assaltantes fogem à toda velocidade. A poucos quilômetros do local, ele é executado friamente a tiros e tem seus bens roubados, enquanto o veículo e seu corpo são queimados. Chamado a depor, seu caseiro, José Aparecido, é logo considerado suspeito pela polícia. Até que, dias após, um dos assaltantesEvandro, é preso e confessa o crime, acusando um tio e alguém conhecido como “Peixe” como seus cúmplices.

A polícia logo mostra foto antiga de José Aparecido em documento a Evandro, que o reconhece como o “Peixe”. Daí em diante, José Aparecido tem prisão preventiva decretada e começa a viver longo e terrível drama na prisão. A família não desiste de provar que José Aparecido é inocente, mas, mesmo Evandro retirando a acusação, sua liberdade parece cada dia mais difícil.

Em seguida, em Heberson, uma menina de nove anos é tirada violentamente da cama em que dormia e levada para o quintal de sua casa, onde o assassino a submete a um frio e revoltante estupro. O caso choca a população de Manaus e, dois meses depois, levada pela polícia para reconhecimento de suspeitos, em ruas do bairro em que morava, ela aponta Heberson de Lima Oliveira como quem a havia atacado.

Assim tem início um dos mais dramáticos calvários vividos por um preso no sistema prisional brasileiro. Submetido à chamada lei da prisão, ele foi estuprado por outros detentos inúmeras vezes. Como resultado das violências sexuais sofridas, Heberson contraiu aids, acabou adquirindo o vício em drogas e teve seu casamento destruídoo que implicou ainda em um afastamento total do crescimento dos filhos. E, não fosse o interesse de uma jornalista, que já o conhecia, em esclarecer o caso, talvez ainda tivesse várias outras tragédias pessoais associadas aos relatos sobre o longo tempo em que ficou encarcerado no presídio.

Classificação Indicativa: 14 anos

Inocentes enfrentam violência e sofrimento na cadeia, nos inéditos de Em Nome da Justiça Inocentes enfrentam violência e sofrimento na cadeia, nos inéditos de Em Nome da Justiça Reviewed by Pablo on abril 24, 2024 Rating: 5
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