Foto: Divulgação/RECORD
Um trabalho especial, realizado pela equipe do Jornal da Record, acaba de ser disponibilizado, com exclusividade, para os assinantes do PlayPlus. Trata-se do documentário Filhos do Açaí, uma reportagem inédita e chocante, que mostra a situação da população ribeirinha do Pará que se dedica à colheita do açaí, em especial crianças, ainda na primeira infância.
Com lugar garantido na mesa dos paraenses, o açaí caiu no gosto dos brasileiros e vem conquistando o mercado internacional. Porém, por trás da colheita e da produção do fruto existem muitos casos de mão de obra infantil.
Em uma viagem que durou cerca de 15 dias, a equipe do JR se deslocou de avião, carro e barco para conseguir chegar em localidades ribeirinhas nas cidades de Abaetetuba e Igarapé-Miri, no nordeste do Pará. O estado é o maior exportador nacional de açaí e detém 90% da produção mundial.
O repórter Romeu Piccoli teve conversas reveladoras e emocionantes com crianças que sobem dezenas de vezes nas árvores para colher o fruto, e contam como é a rotina durante a safra. Os menores descrevem os riscos que correm para buscar o que é considerado o “ouro negro” da região. Muitos dos pequenos apanhadores de açaí já sofreram quedas e se machucaram gravemente.
Outro problema sério abordado no documentário é que essas crianças, responsáveis por ajudar no sustento da casa e da família, muitas vezes, perdem o ano letivo e várias acabam até abandonando os estudos definitivamente antes de completarem o primeiro ciclo.
“O açaí é uma cultura alimentar muito antiga nessas populações. Então é normal, a criança aprende a subir em árvore, colhe açaí. A gente não pode criminalizar isso. O problema é quando chega o mercado em um ambiente de alta vulnerabilidade e essa criança para de subir na árvore duas, três vezes por semana, para subir 20 vezes por dia e larga a escola”, lamenta Hermógenes Sá, Diretor executivo do Instituto Peabiru.
São meninos e meninas que carregam marcas na pele, e adultos que iniciaram as atividades ainda na infância. Apesar da situação alarmante, não existem dados oficiais sobre o trabalho infantil na colheita de açaí no Brasil. De acordo com a Fundacentro e Instituto Peabiru, a extração do açaí é uma das atividades mais perigosas do Brasil, e uma das piores formas de trabalho infantil, segundo a Organização Internacional do Trabalho.
“É uma situação de penúria. Ao mesmo tempo em que eles estão conseguindo recursos para sobreviver, estão morrendo aos poucos, perdendo a infância. Crianças e adolescente sobem nas palmeiras, que chegam até 20 metros de altura... Os perigos são variados nessa atividade”, explica Maria Zuíla Lima Dutra, Desembargadora do Trabalho.
Filhos do Açaí já pode ser acessado no PlayPlus, o streaming da RECORD. E a produção chega com uma grande novidade que vai proporcionar uma experiência mais realista ao telespectador. O documentário tem a tecnologia Dolby Atmos, capaz de expandir os sistemas de som existentes, dando a impressão de que se está dentro da cena. O recurso reforça o som surround presente não só em televisores, mas também em fones de ouvido, home theaters e outros equipamentos.