Dia Internacional da Mulher: ‘Incompatível Com a Vida’, documentário premiado de Eliza Capai, estreia na TV
No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Curta! traz a esperada estreia na TV do premiado documentário “Incompatível Com a Vida”, de Eliza Capai. Vencedor do Prêmio de Melhor Documentário concedido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Cinema) e do festival “É Tudo Verdade”, ambos em 2023, a produção chegou a ser qualificada para o Oscar 2024 e integrou a programação de vários festivais, entre eles o Hollywood Brazilian Film Festival, em Los Angeles, e o Festival do Rio de 2023.
O filme parte do luto da diretora — que registrou a interrupção de sua gravidez após diagnóstico de “malformação fetal incompatível com a vida” — para a potência da coletividade: aquela história não era apenas dela, mas sim de várias mulheres brasileiras. Alana, Laís, Isabela, Priscila, Shuane e Tainah são personagens que relembram suas trajetórias, dando voz e imagem ao que geralmente é apenas estatística. Elas partem da felicidade diante da descoberta da gravidez, recordam a imensa tristeza diante da notícia de malformação fetal e trazem à tona a agonizante busca por um desfecho mais respeitoso para elas e seus bebês.
Por morar em Portugal, Eliza pôde interromper sua gravidez legalmente, mas as entrevistadas no Brasil contam que encontraram grandes dificuldades para fazer o mesmo, ainda que tenham recebido diagnósticos semelhantes ao da cineasta. Da dor delas vem a força para discutir sobre políticas públicas relacionadas à legalização do aborto no Brasil, que hoje é negado ou dificultado até em casos em que o feto não tem condições de vingar.
Com muita sensibilidade, o filme faz um retrato doloroso do panorama da obstetrícia no país quando se trata de situações de perda e luto. A diretora traz à baila tabus e humaniza mulheres, muitas vezes vistas como vilãs apenas por quererem um tratamento respeitoso em um momento de tanta vulnerabilidade e sofrimento.
“Quando recebi o diagnóstico de ‘malformação fetal incompatível com a vida’ e senti a urgência de debater esse tema em filme, o Curta!, com quem estávamos iniciando um documentário sobre o amor, aceitou a aventura de mudarmos radicalmente nossa abordagem. Se não fosse essa abertura do canal para o que é o documentário de fato, algo vivo, que se transforma independentemente dos desejos do realizador ou da produção, esse filme não existiria. Quando ‘Incompatível com a vida’ ganhou o Festival É Tudo Verdade, senti que essa mudança radical de abordagem, para além de um processo de cura meu, era importante enquanto audiovisual e que havíamos acertado. E saber que agora, finalmente, o filme chega para a audiência do Curta!, me enche de alegria”, conta Eliza Capai.
“Incompatível Com a Vida” é uma produção da tva2܂doc viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Também está disponível no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels – da Amazon –, na ClaroTV+ e no site oficial do streaming. Novos assinantes do Prime Video Channels e do site têm sete dias de degustação gratuita. A estreia no Curta! é no dia temático “Sextas de História e Sociedade”, 8 de março, às 20h30.
A atriz Graciana Valladares em ‘Histórias da Gente Brasileira’ (Divulgação/Curta!)
Novo episódio de ‘Histórias da Gente Brasileira’ aborda escravidão e resistência
O terceiro episódio de “Histórias da Gente Brasileira”, série inédita e exclusiva do Curta! — também disponível no CurtaOn - Clube de Documentários —, mergulha em outro momento do Brasil colonial após relembrar a chegada dos europeus em solo brasileiro. Agora, o tema é a política escravagista que trouxe da África milhões de homens, mulheres e crianças.
Apresentada pela historiadora Mary Del Priore, a série conta que os africanos escravizados chegaram ao Brasil a partir de 1533 e que, menos de 100 anos depois, já eram mais de nove mil espalhados principalmente entre Pernambuco e Bahia, regiões onde foram criados os primeiros engenhos de cana de açúcar.
Após relembrar dos horrores da escravidão, amplamente discutidos até hoje, o episódio foca em questões do cotidiano dos escravizados assim que chegavam no Brasil. Além do trabalho forçado, era preciso aprender a um novo idioma, o português, e assimilar a cultura e a religião não apenas dos colonizadores mas dos outros negros que habitavam a mesma senzala, pois ali eram reunidas pessoas de origens distintas. Também precisavam entender e se adaptar aos ofícios aos quais eram destinados dentro da estrutura do engenho ou do ambiente doméstico, que poderiam ser bem diferentes do que estavam acostumados até ali.
Através do depoimento sobretudo da professora e historiadora Ynaê Lopes dos Santos, o ciclo da cana no Brasil é analisado do estopim à derrocada: “O açúcar produzido no Caribe é muito mais barato e de mais qualidade do que o produzido no Brasil. E o Brasil vai perder a sua hegemonia. (...) Quando ele perde, ele perde para sempre e não consegue mais se recuperar. Então, o que dá dinheiro no Brasil nesse momento? É comprar e vender africano escravizado”, explica.
Dirigida por Beca Furtado, a série se desenvolve de forma cronológica, começando a partir dos tempos coloniais, passando pelo Império e chegando até o início da República. Ao longo de 26 episódios, historiadores e demais especialistas, além de Del Priori, vão apresentando curiosidades, visões de mundo de outras épocas e reflexões; entre eles, Alberto Mussa, Luiz Antônio Simas, Rodrigo Faour e João Barone. Costurados, esses depoimentos desenvolvem a narrativa de cada episódio, ao lado de performances de atores que ajudam a ilustrar o que está sendo contado.
“Histórias da Gente Brasileira” é uma produção da Giros viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels — da Amazon —, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma. A estreia do episódio no Curta! é no dia temático “Sextas de História e Sociedade”, 8 de março, às 23h30.
Segundas da Música – 04/03
21h30 – "Clementina” (Documentário)
Filme sobre o universo de Clementina de Jesus, revelada aos 63 anos como uma das maiores vozes da história do samba. Considerada por muitos o elo perdido entre a cultura brasileira e as raízes africanas. Diretora: Ana Rieper. Duração: 75 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 05 de março, terça-feira, às 01h30 e às 15h30; 06 de março, quarta-feira, às 09h30; 09 de março, sábado, às 13h; 10 de março, domingo, às 19h30.
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Terças das Artes – 05/03
22h – "A Casa Azul de Frida Kahlo” (Documentário)
A Casa Azul, localizada na Cidade do México, é onde Frida Kahlo nasceu (em 1907) e morreu (em 1954). Esse documentário relembra as aventuras ali vividas, não só por Frida e o pintor Diego Rivera, mas também por personalidades como Leon Trótski, André Breton, Sergei Eisenstein, Pablo Neruda, Waldo Frank, Pablo Picasso, Marcel Duchamp, Wassily Kandinsky, entre outros. Diretor: Xavier Villetard. Duração: 52 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 06 de março, quarta-feira, às 2h e às 16h; 07 de março, quinta-feira, às 10h; 10 de março, domingo, às 16h45.
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Quartas de Cena e Cinema – 06/03
21h30 – “O Cinema das Mulheres” (Documentário)
Como as mulheres enfrentaram preconceitos e estereótipos para conquistar um lugar de destaque na indústria do cinema nacional? O documentário “O cinema das mulheres” mostra trajetórias repletas de sonhos, desafios e vitórias de brasileiras talentosas: Alice Gonzaga, Didi Viana, Carmen Santos, Cléo de Verberena, Carmem Miranda, Gilda de Abreu, Eliana Macedo, Eliane Lage, Lucy Barreto, Helena Solberg, Ana Maria Magalhães, Tereza Trautman, Leila Diniz, Darlene Glória, Sônia Braga, Carla Camurati e Ruth de Souza. Com delicadeza, rigor histórico e olhar poético, as imagens encantam, suscitam reflexões e homenageiam mulheres que querem vencer, ou, como diz Ruth de Souza, “ganhar dez”. Direção: Vanessa de Araújo Souza. Duração: 85 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 07 de março, quinta-feira, às 01h30 e às 15h30; 08 de março, sexta-feira, às 09h30; 10 de março, domingo, às 15h10.
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Quintas do Pensamento – 07/03
22h30 – “Cientistas Brasileiros” (Série) - Episódio: “Rosaly Lopes”
Retrato da astrônoma e vulcanologista Rosaly Lopes (1957) através de entrevistas com ela mesma, seus familiares e colegas da NASA. Direção: Rodrigo Grota. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 08 de março, sexta-feira, às 2h30 e às 16h30; 09 de março, sábado, às 12h; 10 de março, domingo, às 18h30.
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23h30 – “A Persistência da Memória” (Série) – Ep.: “Memória das Artes Visuais” – INÉDITO
A guarda de memória das artes visuais. Como se dá a construção de repertórios coletivos de memória visual? O que vira arte e o que fica de fora? Arte, poder e mercado. O não acesso da população a espaços de memória existentes. Como ampliar o acesso da população a estas memórias? Os outros tipos de museus. Arte na internet. Direção: Paola Vieira. Duração: 26 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 08 de março, sexta-feira, às 3h30 e às 17h30; 09 de março, sábado, às 20h30; 10 de março, domingo, às 12h.
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Sextas de História e Sociedade – 08/03
20h30 – “Incompatível com a Vida” (Documentário) - INÉDITO
Quando descobriu que estava grávida, a cineasta Eliza Capai decidiu registrar diversos vídeos no período de sua gestação. Porém, algum tempo depois, o feto foi diagnosticado com uma má formação “incompatível com a vida”. Com a descoberta, o projeto de Capai tomou um novo rumo: partindo dos registros de sua própria gravidez, a diretora acompanhou os relatos de outras mulheres que compartilharam de experiências parecidas com as dela, trazendo temas como vida, morte e políticas públicas em relação ao aborto. Direção: Eliza Capai. Duração: 92 min. Classificação: A 14 anos. Horários alternativos: 09 de março, sábado, à 0h30 e às 14h45; 10 de março, domingo, às 21h15; 11 de março, segunda-feira, 14h30; 12 de março, terça-feira, às 08h30.
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23h30 – “Histórias da Gente Brasileira” (Série) – Episódio: “Colônia – Trabalho e Açúcar” - INÉDITO
Em 1533, os africanos chegaram forçadamente ao Brasil. Menos de 100 anos depois, já se contavam nove mil escravizados, especialmente em Pernambuco e na Bahia, onde se instalaram os primeiros engenhos de cana de açúcar. Considerando o processo de adaptação ao contexto socioeconômico colonial, o episódio investiga os mecanismos de dominação e a contribuição cultural da resistência africana. Direção: Beca Furtado. Duração: 26 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 09 de março, sábado, às 03h30 e às 11h; 10 de março, domingo, às 18h; 11 de março, segunda-feira, 17h30; 12 de março, terça-feira, às 11h30.
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Sábado – 09/03
23h – “Toni Morrison – Os Fantasmas da América” (Documentário)
Autora de onze livros traduzidos em dezenas de idiomas, Toni Morrison é uma figura de destaque na literatura afro-americana. A escritora que Barack Obama descreveu como "tesouro nacional" no dia seguinte à sua morte marcou a história dos Estados Unidos por meio de seus engajamentos e da revolução literária e cultural que iniciou. Direção: Claire Laborey. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 11 de março, segunda-feira, à 0h45 e às 09h30.
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Domingo – 10/03
21h – “Meu Nome é Gal” (Curta-metragem)
Clipe precursor que registra a performance de Gal Costa em três canções que marcaram de forma determinante os momentos iniciais de sua carreira. Diretora: Antônio Carlos da Fontoura. Duração: 12 min. Classificação: A Livre.