Foto Felipe Medeiros |
Nesta terça-feira (5/12), no Provoca, o apresentador Marcelo Tas conversa com o ex-lutador Anderson Silva, conhecido como Spider. No bate-papo, o atleta fala sobre a parte que menos gostava de sua carreira, a origem de seu apelido, sua memória mais triste e a nova série Anderson Spider Silva. O programa vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.
Até hoje considerado um dos maiores campeões do UFC, o lutador fala sobre sua série biográfica, Anderson Spider Silva. “Não é sobre o Anderson, não é sobre a luta. A gente tentou trazer o máximo de coisas importantes para as pessoas entenderem o núcleo familiar, de onde eu sai, de onde foi a base que me trouxe até aqui, né? Eu acho que a parte mais difícil, pra eu olhar e abrir essa parte da minha vida, foi quando a minha mãe tomou a decisão de me deixar ir com a minha tia, [para Curitiba, com quatro anos de idade]. Eu era muito apegado, porque era só eu na época. Eu, minha mãe e minha avó. Então, demorou um tempo pra que eu pudesse entender a decisão que ela tomou. [...] Depois de muitos anos eu consegui entender [...], tive que fazer terapia pra isso e etc. [...] Na verdade, era a proteção de mãe, ela queria o meu melhor. E ela tomou a decisão certa, porque talvez eu não estivesse aqui, né?”, comentou.
Spider conta sua relação de fã com o Homem-Aranha, que vem desde a infância: “As vidas se encontram, né? O Peter Parker foi criado pelos tios e eu também sempre fui fã do Homem-Aranha." Ele explica, ainda, a origem desse apelido inusitado: “[...] O 'Spider Anderson' foi conhecido pelo mundo, foi em uma luta no Pride, que eu estava com uma camiseta do Homem-Aranha e eu desci pro café da manhã e estava a locutora. Ela (falou) ‘nossa, você é muito parecido com o Homem-Aranha’, e falei ‘tá, ela está me zoando né’. [...] Quando ela foi me apresentar para o público, ‘from Brazil, the spider Anderson Silva’, e aí ficou!”
Ao ser provocado sobre uma memória difícil que tem, Spider diz: “A memória que é muito difícil de lembrar, mas que é uma memória que me fez refletir sobre muita coisa, foi a perda da Keiry, nossa filha. Porque eu estava impotente, eu não tinha o que fazer, ela nasceu prematura. [...] E aquilo foi algo que mexeu muito comigo, e ainda, nos dias de hoje, me ajudam muito a entender que não é a fama, não é o dinheiro, são coisas que você não tem controle e que você precisa valorizar todas as pessoas que estão do seu lado. Ainda que você esteja distante, mas se fazer presente de alguma maneira.”
O lutador ainda fala que, na época, ele e sua esposa não tinham condições financeiras: “[...] A gente não tinha dinheiro, não tinha nada. E eu me senti muito impotente como pai, eu falei assim ‘cara, eu não consigo proteger os meus’. E era uma coisa assim, que naquele momento eu falei ‘cara, eu preciso mudar, preciso fazer alguma coisa pra proteger a minha família’. Eu comecei a ter um pouco mais de cuidado na minha parte profissional, pra que eu pudesse ter recursos pra cuidar da minha família”.