Divulgação TV Cultura |
Neste sábado, dia 25 de novembro, às 22h30, a TV Cultura estreia uma das grandes produções da emissora neste ano, a série documental inédita JK, O Reinventor do Brasil. A produção faz parte de um grande projeto da emissora, que ainda inclui exposições em várias capitais e o lançamento de uma fotobriografia sobre o presidente Juscelino Kubitschek, que governou o país entre 1956 e 1961, e foi o fundador de Brasília.
Com quatro episódios que vão ao ar semanalmente, sempre aos sábados, às 22h30, a série dirigida por Jarbas Agnelli, com roteiro de Fernando Rodrigues, narra a história de JK, do dia em que ele nasce, ao momento de sua morte trágica e jamais esclarecida. É um pedaço da nossa história, cujos ecos ainda reverberam pelo país. Segundo Fábio Chateaubriand Borba, idealizador da série, a produção têm um formato que chama a atenção. "Apostamos numa linguagem pop, com narração em estilo de podcast, com o intuito de chamar a atenção dos mais jovens, que ainda não conhecem o Juscelino", diz Chateaubriand.
O presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf, comenta que a série é uma das principais produções da Cultura neste ano. "Este é um grande projeto da emissora, que além de ir ao ar pela TV, deverá ser usado como material histórico em escolas e universidades. Condiz com a missão da Cultura, de levar conhecimento ao público, com uma linguagem moderna e atrativa".
Divulgação TV Cultura |
Primeiro episódio
O primeiro episódio lembra a infância de Juscelino em Diamantina, a formação em Medicina em Belo Horizonte e os primeiros passos na carreira política. Mostra ainda sua atuação na Revolução Constitucionalista de 1932, sua nomeação como prefeito da capital mineira, sua vitória na disputa eleitoral pelo governo de Minas Gerais e as articulações na corrida pela Presidência da República.
Segundo episódio
A segunda parte da série apresenta a chegada de JK à Presidência da República e a chamada Revolta de Jacareacanga, movimento de oficiais da Aeronáutica no sul do Pará para impedir que o político mineiro assumisse o poder.
Terceiro episódio
A construção de Brasília domina o terceiro episódio, que aborda também a ebulição cultural e esportiva do país naquele momento, com a bossa nova, o cinema novo e a conquista da Copa do Mundo de 1958.
Quarto episódio
No quarto e último episódio, o golpe militar de 1964 o obriga a partir para o exílio, período em que passou por cidades da Europa e dos EUA. Três anos depois, voltou ao Brasil e se uniu a Carlos Lacerda (antes um adversário político) e a João Goulart para montar uma Frente Ampla em oposição ao regime.
Divulgação TV Cultura |
A fotobiografia
Com cerca de 400 imagens guardadas pela família Kubitschek e outras tantas pertencentes a acervos de instituições como os arquivos públicos de São Paulo e do Distrito Federal, a Casa de Juscelino em Diamantina, e o Memorial JK, em Brasília, a fotobiografia será publicada em 2024.
Nesse primeiro momento, haverá distribuição para bibliotecas, universidades, escolas e museus. Posteriormente, o livro será comercializado.
Exposição
Espaços culturais de pelo menos quatro cidades irão receber a exposição em 2024.
A HISTÓRIA
Quando Juscelino Kubitschek é eleito o vigésimo primeiro presidente do Brasil, a claudicante democracia pátria está sob ataque cerrado e ele só assume graças a um levante militar que garante sua posse. Eleito pelo povo e empossado pela força dos tanques, Juscelino presidiria o país durante cinco anos luminosos. O lampejo rápido de um Brasil que poderia ter sido, mas que não foi.
Armado de sonhos enormes e um sorriso inabalável, JK construiu no interior do país a primeira cidade modernista do mundo, abriu estradas, industrializou o país e cravou uma estaca no peito do nosso histórico complexo de vira-latas. Foram os anos em que a tenista Maria Esther Bueno foi campeã em Wimbledon, a seleção brasileira ganhou a Copa do Mundo e a Garota de Ipanema tomou conta das rádios do planeta, e tudo parecia possível. Juscelino era a prova disso: menino pobre de Diamantina que se formou em medicina, se elegeu presidente da República, foi tirado para dançar pela princesa Margaret da Inglaterra e inventou uma nova ideia de Brasil. Um país moderno, cosmopolita, que se sentia à vontade no mundo.
JK deixa o poder em janeiro de 1961, aclamado pelo povo, e só não é reeleito em 1965 porque a democracia tinha acabado um ano antes.