Após ser diagnosticada com TDAH em 2020, a cantora Roberta Campos diz: “Libertador! Eu me culpava de muitas coisas”
Apresentadora e entrevistadas (Foto: Rogério Pallatta/SBT)
O programa “Pod Ser Melhor” desta segunda-feira, 23 de outubro, aborda sobre o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). A apresentadora Roberta Miguel traz a cantora Roberta Campos, diagnosticada com o transtorno, além da psiquiatra Ana Claudia Melcop e Yuri Maia, referência do TDAH no Brasil e criador do canal “TDAH Descomplicado”. O episódio vai ao ar às 18h no canal do SBT no YouTube.
O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) é um transtorno neurodesenvolvimento e está ligado ao progresso precoce, gerando carência no desempenho pessoal, habilidades motoras, psicossociais, entre outras. Esquecimento de fatos, desorganização, procrastinação, impulsividade, dificuldade de concentração são alguns exemplos de sintomas. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH atinge entre 5% e 8% da população mundial.
Roberta Campos é dona de vários hits, já foi indicada ao Grammy, gravou com grandes nomes da música brasileira e suas canções foram trilhas sonoras de diversas novelas. Ela sempre se observava e após começar a ver vídeos na internet sobre o assunto foi se identificando com as causas e sintomas do transtorno. Após o psicólogo da artista indicar um psiquiatra, a cantora foi diagnosticada com TDAH em 2020.
“Eu fui fazer aula de espanhol e ali eu me deparei com umas coisas engraçadas. Eu falava palavras erradas e quando eu estava lendo, eu pulava muita frase na linha do texto, e tudo isso foi juntando para que eu buscasse esse diagnóstico. Quando eu fui na psiquiatra, ela me falou que eu tinha TDAH. Foi libertador, porque eu me culpava de muitas coisas, às vezes, uma procrastinação. Na escola, eu achava que eu era desligada, eu repeti de ano quatro vezes. Quem tem o transtorno é disperso, mas também tem o hiperfoco e meu hiperfoco é a música. Eu fui fazer aula de violão, mas fiz muito pouca, posso até me considerar autodidata [...]. Eu vejo tudo o que faço na música e penso: ‘por que na minha vida, no dia a dia, não pode ser dessa forma?’”, diz Roberta.
A Dra. Ana Claudia explica que o transtorno no paciente surge desde a infância e que muitos só descobrem depois, como foi o caso de Roberta Campos: “É um diagnóstico que começa na infância e isso vai se estendendo até a vida adulta, vai mudando os sintomas, a intensidade. É uma história que vem desde a infância e muitas vezes é mal interpretado. As pessoas acham que é da personalidade ou é preguiça do paciente com TDAH e isso deixa a pessoa se sentindo inferior, com problema na autoestima, vai gerando ansiedade e pode gerar até outros quadros”.
E ainda ressalta: “É um diagnóstico clínico, com um profissional especializado, um psiquiatra, um neuropediatra, um neurologista, são eles que têm condições de fazer essa avaliação muito bem feita”, declara a doutora.
Yuri Maia ajuda milhares de pessoas em seu canal da internet. Ele também foi diagnosticado com TDAH, mas ainda na infância. Especialista no assunto, Yuri dá dicas na atração: “Se você tem TDAH, você precisa se conhecer melhor. Tem muita gente, por exemplo, que não consegue estudar se estiver no silêncio, ou seja, você que tem TDAH acha que está em um ambiente propício para seu cérebro, mas não está. E tem gente que só consegue estudar com abafador, porque às vezes um barulho de carro, de passarinho, atrapalha. Você tem que estar em contato com aquilo que faz seu coração bater. Focar em pensamentos em que você dorme e acorda pensando naquilo, querendo se desenvolver, mergulhar, que é o tal de hiperfoco, cada um entendeu o seu. Fazer a terapia e o tratamento direitinho é um bom caminho para ir se desenvolvendo”.
O “Pod Ser Melhor” vai ao ar quinzenalmente, às segunda-feira, às 18h00 no canal do SBT no YouTube