Foto Beatriz Oliveira |
Nesta terça-feira (24/10), Marcelo Tas conversa com Andreas Kisser, guitarrista do Sepultara, icônica banda brasileira amada e respeitada mundo afora há quase 40 anos. Ele fala no Provoca sobre música, heavy metal, sua entrada no Sepultura, morte e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
Tas pergunta para Kisser como um menino de São Bernardo, na Grande São Paulo, foi tocar em uma banda de mineiros de Belo Horizonte. “O heavy metal une (...) tinha uma loja chamada HeadTrashers ABC, na frente do colégio Singular, onde eu estudava (...) a única loja de thrash metal era na frente da escola, então eu saía da escola e ficava lá a tarde inteira, numa dessas tardes estava o Max e o Igor, vinham de Belo Horizonte, com uma banda chamada Mutilator, que ia tocar no Choc Bar, lá em Santo André (...) e lá eu conheci um pessoal do Sepultura e fui passar férias lá em janeiro de 87, para curtir com os amigos, pegar mulher (...) nessa eu fui no ensaio, toquei algumas coisas com o Igor, a gente teve uma química imediata com os instrumentos na mão (...) e um mês depois o guitarrista saiu e eu entrei na banda (...) a guitarra salvou a minha vida”, conta.
Sobre reunir os ex-integrantes para celebrar os 40 anos do Sepultura no ano que vem, Kisser fala: “Para que? Por quê? Só porque aconteceu uma vez? É como um casal que foi casado, aí o cara casou com outra, mas foi casado, uma hora tem que voltar, heim? (...) não faz sentindo nenhum, passou”, comenta.
Em outro momento do programa, Andreas fala sobre a morte de sua esposa, Patrícia Kisser, no ano passado. “Eu estava no hospital, Patrícia nos seus últimos dias, e eu comecei a questionar um monte de coisa (...) eu sei que a eutanásia é ilegal no Brasil, mas porque ninguém fala nisso? O caso da Patrícia é um caso clássico de eutanásia, porque ela estava consciente (...) sabia, não aguentava mais de dor, mais aquilo, não tinha vida (...) têm vizinhos aqui, Colômbia, Peru, Argentina, que já têm eutanásia lá, têm processos no Congresso etc. A opção da eutanásia tem que existir, ela tem que estar ali para casos específicos”, diz.
O guitarrista comenta sobre a importância de conversar sobre a morte. “Experiência própria (...) falar da morte, estar mais preparado para esse momento, você vai passar por um momento difícil, mas de uma outra forma, mais consciente do que está acontecendo”, afirma.