Protagonistas de ‘Falas da Vida’, Andrea Beltrão e Zezé Motta falam sobre suas personagens no especial
Foto: Globo/Manoella Mello |
Na próxima segunda-feira, dia 2, mais uma história cercada de reflexões sob a ótica feminina chega à TV Globo logo após ‘Todas as Flores’. Exibido em ocasião do Dia Nacional do Idoso e do Dia Internacional da Terceira Idade, o especial ‘Falas da Vida’ – o quarto da antologia ‘Histórias Impossíveis’ – traz nos papéis centrais as atrizes Andrea Beltrão e Zezé Motta. Andrea interpreta a motorista de aplicativo Meire que, às vésperas de seu aniversário de 60 anos, não se sente nada confortável com a data. Em uma noite de trabalho que reserva surpresas e muitos questionamentos a partir do encontro com outras mulheres, Meire será guiada por caminhos desconhecidos que colocam à prova sua forma de enxergar o agora e o futuro. Na noite marcada por encontros inimagináveis, Meire aceita a corrida de Bex (Zezé Motta), que, ao entrar em seu carro, promete mexer com as suas convicções. A cada desabafo da motorista, novas perspectivas emergem da parte de trás do veículo, em diálogos cheios de simbolismo e cenas que misturam suspense e fantasia ao real. Assim como os demais episódios da antologia, o especial apresenta uma narrativa de ficção a partir de questões atuais, abordando, desta vez, temas como amadurecimento, novos modelos, oportunidades de trabalho para o grupo 60+ e sororidade. “A Meire é uma mulher de 60 anos, motorista de aplicativo, que trabalha muito – roda 12, 14 horas por dia dentro do carro. É uma mulher como tantas, que sustenta a família, que está um pouco massacrada, numa encruzilhada, percebendo um momento de virada na vida, em uma nova fase. E ela se abate um pouco com isso, mas, nessa história que a gente vai contar, ela tem um encontro bem transformador com uma outra mulher”, adianta Andrea Beltrão, se referindo à personagem vivida por Zezé Motta. “O encontro entre Bex e Meire é inusitado, num lugar meio sinistro. Mas tudo bem, a Meire está acostumada; já foi motorista de ônibus no passado. Ela encara [a Bex] como uma mulher excêntrica, mais uma com as quais a gente vai cruzando ao longo da vida. Durante a viagem, ela percebe que aquela mulher tem um jeito meio diferente. A Bex vai atravessando a Meire com provocações, chamados, certas reflexões inesperadas ali dentro de um carro. É um encontro muito bonito e eu gostaria de encontrar muitas Bex pelo meu caminho. Conheço várias e vocês também: Marieta Severo, Renata Sorrah, Fernanda Montenegro. Tem mais umas 40 por aí. Mulheres com muita vida, muita vida vivida e com muita vida transbordando. Isso é incrível, né? É assim que eu quero ser quando crescer (risos)”, complementa. A identificação de Andrea também acontece com a própria personagem. A atriz afirma que, assim como outras mulheres, tem coisas em comum com Meire. “Também tenho 60 anos. A história se passa no dia do aniversário dela, e ela não consegue chegar em casa. É uma situação comum também para muitas mulheres. Muitas vezes a gente está fazendo aniversário ou é Dia das Mães ou aniversário do filho, e a gente está no trabalho. É uma situação muito cotidiana, e me sinto companheira da Meire”, conta. Seu encantamento pela personagem também se dá pelas vivências da motorista: “Ela é uma mulher da rua, que vive a vida de uma maneira muito misturada com o público, muito aberta, disponível, vulnerável”, observa. Intérprete de Bex, a passageira que atravessa o rumo de Meire, Zezé se sente igualmente feliz na pele da personagem. “Eu me identifico totalmente com a Bex. Quando eu estava estudando a personagem eu dizia: ‘Gente, essa mulher tirou uma colinha de mim ou eu quem tiro da existência dela’. Ela tem muito a ver comigo no humor, na coisa de ser de bem com a vida. Raramente sou irônica, mas quando sou, eu sou”, revela. “O público pode esperar refletir e é um episódio interessante porque trata dos assuntos com leveza. Bex não é uma pessoa deprimida nem pela idade nem por outras questões. Pelo contrário, é um exemplo de pessoa, de ser humano. Os espectadores vão se surpreender muito com o final da história”, adianta a atriz, que participou do especial ‘Falas da Vida’ de 2021 como apresentadora e agora volta na obra de ficção deste ano. “Todos os temas do ‘Falas’ são pertinentes. Gosto muito desse projeto”, completa. Com 79 anos de vida e 55 de carreira, Zezé diz que falar de envelhecimento não é um incômodo para si, mas destaca a importância do respeito aos idosos: “Eu gostaria que o idoso tivesse um tratamento de como era quando convivi com isso, na minha infância, do que eu testemunhei. Um idoso na minha família, por exemplo, era tratado com respeito, se prestava muita atenção ao que o idoso dizia, porque são pessoas que têm vivência, sabedoria, experiência de vida." Além de atuar no episódio, Zezé também empresta sua voz à canção de abertura do especial, o samba “O Amanhã”, enredo da União da Ilha do Governador de 1978. A atriz revela que a gravação da música especialmente para o projeto foi uma homenagem. “Ficou lindo, e acho que vão gostar também. Eu já cantei e atuei em ‘Boogie Oogie’ e já tive música em novelas. Também fui capa de um LP de novela, o ‘Pacto de Sangue’. Aliás, sou a primeira atriz negra a ser capa de um disco de trilha de novelas. Não posso reclamar da vida, né?”, avalia a atriz. A antologia ‘Histórias Impossíveis’, apresentada nos especiais ‘Falas’ deste ano, foi criada e escrita por Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, escrita com Thais Fujinaga, Hela Santana, Graciela Guarani e Renata Tupinambá. A direção artística é de Luisa Lima e direção de Thereza Médicis, Everlane Moraes, Graciela Guarani e Fábio Rodrigo com produção de Leilanie Silva. Alinhado à jornada ESG da Globo, o projeto tem direção executiva de produção de Simone Lamosa, e direção de gênero, de José Luiz Villamarim. |
Protagonistas de ‘Falas da Vida’, Andrea Beltrão e Zezé Motta falam sobre suas personagens no especial
Reviewed by Pablo
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setembro 29, 2023
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