Foto: Globo/Divulgação |
A Proposta de Emenda à Constituição das Domésticas, que garantiu os direitos trabalhistas aos trabalhadores domésticos, completou 10 anos em abril. Apesar disso, atualmente apenas um em cada quatro deles trabalham com carteira assinada.O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 18, acompanha durante uma semana os atendimentos jurídicos gratuitos, oferecidos pelo Sindicato das Domésticas do Estado da Bahia, em Salvador. É o primeiro passo na busca por melhores condições de trabalho. Meses depois, os casos vão parar nas salas de audiência do Tribunal Regional do Trabalho de Salvador, onde os trabalhadores reencontram pela primeira vez os antigos patrões. Foi numa dessas audiências que a repórter Sara Pavani e o repórter cinematográfico Fernando Grolla conheceram Andrea Batista, que trabalha como empregada doméstica desde os 12 anos de idade. Ela tem hoje 42 anos e nunca teve a carteira de trabalho assinada. Para a repórter Sara Pavani, ela conta que chegou a passar fome na casa dos patrões contra quem ela move a ação. "Eles me deixavam sem comer. Viajavam e limpavam a geladeira para eu não comer nada", explica a trabalhadora. Essa dura realidade brasileira não é regra mundo afora. Na Europa, por exemplo, o contexto tanto de direitos trabalhistas como de relações pessoais de trabalho doméstico é bem diferente. A repórter Nathalia Tavolieri registrou o dia a dia de brasileiras que ganham a vida como empregadas domésticas na Alemanha. Em 2016, Zulmara Nunes, de 45 anos, deixou o Vale do Jequitinhonha, região bastante carente de Minas Gerais, para trabalhar com limpeza em Berlim, capital alemã. Ao longo desses sete anos, ela foi conquistando a confiança da clientela e aumentando mês a mês o número de casas. Hoje, Zulmara atua em 15 residências fixas por mês, com clientes brasileiros, alemães e portugueses. Ela só trabalha com contrato assinado, o que lhe garante seguro de saúde, de desemprego e, também, contra acidentes de trabalho, entre outros benefícios.Zulmara afirma que sente saudades do Brasil, mas que não pretende voltar tão cedo. "Aqui, sei que meu trabalho é valorizado de verdade. Se eu fosse doméstica no Brasil, não ganharia o salário que ganho aqui, nem seria tão bem tratada como sou aqui", diz. O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar nesta terça-feira, dia 18, depois de ‘No Limite’. |
‘Profissão Repórter’ mostra as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores domésticos
Reviewed by Pablo
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julho 17, 2023
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