“Pod Pai Pod Filho” – Técnico do Goiás, Armando Evangelista, vê clube “doente” e pede união aos Esmeraldinos para mudar situação: “Juntos estaremos mais fortes”
(Foto: Divulgação/SBT)
A partir das 19h (de Brasília) desta segunda-feira, 10 de julho, está disponível no YouTube do SBT Sports e no próprio canal do “Pod Pai Pod Filho” mais um podcast feito por Téo José e seu filho Alessandro. Dessa vez, os dois vão até Goiânia, terra natal do narrador, para conversar com o português Armando Evangelista, técnico do Goiás.
Evangelista chegou ao Goiás no último mês de junho com a missão de tirar o clube da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Atualmente, o Esmeraldino é o 17º colocado, com 11 pontos, dois a menos em relação ao Bahia, primeiro time fora do Z-4.
“A verdade é que se eu cheguei é porque o Goiás não estava bem. Se não, provavelmente, não estaria aqui. Esse é o primeiro ponto. Daí eu ter noção das dificuldades que iria encontrar pela frente. Quis ter esse desafio, mas é importante conhecer bem por dentro e rapidamente o Goiás. Penso que já tenho uma fotografia bem nítida do que é. Estamos empenhados, juntamente com nossa direção, em reverter isso. É óbvio que temos muito a fazer”, afirmou.
“O meu propósito de estar aqui foi procurar, este ano, evitar o rebaixamento, para nos anos seguintes fazer o Goiás crescer e dar aquilo que o torcedor quer: a capacidade de lutar por algo mais que aquilo que ele tem feito até agora. Mas a verdade é que isso só poderá ser conseguido mais à frente se antes conseguirmos a manutenção. Vale a pena pagar esse preço. Agregar e juntar forças, porque me parece que o que vem lá na frente vai ser muito melhor, sabendo das dificuldades que temos e que teremos muito trabalho para fazer. Viemos para cá para isso mesmo, para trabalhar”, completou o comandante, antes de fazer um pedido especial aos torcedores.
“Quando estamos frágeis e temos a capacidade de juntar todas as forças ficamos mais fortes. Acho que temos que olhar para a situação do Goiás dessa forma. Dividir o que já está muito dividido não nos levará a lugar nenhum. Quem gosta muito do Goiás sabe que isso não é a solução. Estamos em uma situação de agregar e juntar forças para que possamos sair dessa situação”, ressaltou.
“Todos nós temos esse sentimento de que o Goiás está doente. O que acho que deva fazer o Goiás sair da cama do hospital é estarmos unidos. Mais que nunca. Sabemos das limitações financeiras, das dificuldades, as capacidades dos outros que nós, infelizmente, não temos, mas acho que nossa união poderá fazer toda a diferença. Posso garantir que estamos fazendo de tudo para poder melhorar. A diretoria tem dado um apoio fantástico, dentro das suas capacidades, para melhoras as condições. O torcedor vai sofrer e continuar sofrendo porque o Goiás não vai ganhar todos os jogos, mas peço para que estejamos juntos. Juntos, estaremos mais fortes”, acrescentou.
Armando Evangelista também comentou a respeito do episódio tenso que viveu em São Januário, quando, ainda sem visto de trabalho, precisou se esconder, juntamente com sua comissão técnica, entre as cadeiras, da revolta dos torcedores vascaínos.
“Se me perguntar se eu estava esperando que aquilo pudesse acontecer, não. Não estava porque não deveria e nem poderia acontecer. Estávamos em um camarote porque não tinha ainda a documentação para poder estar no gramado. Quebraram o vidro, tivemos que mudar de camarote. Aí voltaram a quebrar o vidro no fim, invadiram, arrombam portas e não havia seguranças. Isso é preocupante. Ter que se esconder debaixo dos bancos para que não sejamos identificados é lamentável e não estava à espera disso. Agora, também acredito, que o futebol brasileiro não é isso. Não é aquela escala. Foi um ato isolado, existe esse tipo de violência, mas ali foi um ato exagerado, me parece. Já tive a oportunidade de estar em outros lugares e me senti completamente seguro, mesmo com a torcida protestando. Isso existe no Brasil, como existe em Portugal. O que tem que haver é punição”, declarou.
Antes de aceitar o desafio de vir para o Goiás, Evangelista vinha fazendo ótimo trabalho no Arouca-POR, levando o time a UEFA Conference League, com a quinta colocação no Campeonato Português, melhor posição do clube na história. A Téo José e Alessandro, o treinador contou os motivos que o fizeram vir trabalhar no Brasil.
“É óbvio que existem muitas diferenças (em relação a Portugal) e são elas que me fizeram vir para o Goiás. Acho que é um upgrade para a nossa carreira esportiva. Tenho muito a aprender e estou aprendendo pelas dificuldades que são colocadas”, explicou.
Entre as dificuldades encontradas, Evangelista citou o calendário do futebol brasileiro.
“Acho uma loucura, por exemplo, a quantidade de jogos existentes nas várias competições no Brasil. Cheguei e já tivemos que sair por dez dias. Não tive tempo para treinar. Só dava para viajar, jogar, viajar e jogar. Nem para Goiânia viemos”.
“Não sou eu que vou mudar isso (quantidade de jogos). Eu vim para cá por isso, porque esse tipo de experiência nos desafia e é nas dificuldades que a gente cresce. Mas, em um primeiro momento, já vivi uma situação que não estava habituado. Senti a fadiga e o desgaste dos jogadores, sem dúvida”, finalizou.