Provoca entrevista historiador Paulo César Garcez Marins

Foto Margareth Dias

Nesta terça-feira (6/6), o Provoca recebe Paulo César Garcez Marins, historiador, doutor em história social pela FFLCH/USP e chefe técnico de acervo e curadoria do Museu do Ipiranga. No programa, comandado por Marcelo Tas, ele fala sobre o Museu do Ipiranga, memória e como acredita que a história vivida hoje será retratada. No ar às 22h, na TV Cultura.

Sobre a relação da sociedade com o Museu do Ipiranga e como as pessoas se posicionam, ele diz: “o museu público é o museu de todo mundo. A gente tem que se preparar pra essa diversidade, porque ela muitas vezes é antagônica, nem sempre é simpática. Às vezes ela é crítica, que deve sempre ser, às vezes é agressiva”.

“A gente tem que cuidar com muito carinho daquelas memórias que estão em suportes da nossa vida privada, porque às vezes elas são as últimas”, afirma ao contar sobre propostas de doação que recebem de coisas "comuns". Como, por exemplo, uma coleção de 5 mil rótulos de produtos industrializados, que representam a memória de quem coleciona, mas também o trabalho e história do design gráfico do país.

Ao ser provocado por Tas, que pergunta de que forma ele acredita que a sociedade de hoje será retratada na história, responde: “De uma maneira muito fragmentada, com muito menos documentos do que no século 17, 18, 19”. O historiador explica que, com o aumento da produção de artefatos, a qualidade diminuiu e "a perda da qualidade de matérias faz com que as coisas sumam”.

E continua ao dizer que, para manter as informações vivas, será necessário investimento financeiro. "E aí, certamente, as desigualdades do nosso planeta vão reaparecer”, porque países com mais recursos manterão a história guardada, enquanto os que têm menor condição perderão a memória.

Sobre Paulo César Garcez Marins

Historiador, Doutor em História Social pela FFLCH/USP e docente do Museu Paulista da USP, instituição em que integra o corpo de curadores desde 2004. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: museus de história, história cultural, história urbana, história da arquitetura no Brasil, identificação e gestão do patrimônio cultural. Chefe técnico de acervo e curadoria do Museu do Ipiranga.

É membro do International Council of Museums (ICOM-BR), do International Committee for University Museums and Collections (UMAC/ICOM-BR) e do Internacional Council of Monuments and Sites (ICOMOS-BR).