“Pod Pai Pod Filho” – Jair Ventura revela objetivo de treinar clube no exterior, fala de relação de carinho com o Botafogo e relembra vice da Copa do Brasil pelo Corinthians
(Foto: Divulgação/SBT)
Assista ao ‘Pod Pai Pod Filho’ com Jair Ventura: https://www.youtube.com/watch?v=QphXdg5_L5Q
Toda segunda-feira, às 19h (de Brasília), no YouTube do SBT Sports e no próprio canal do “Pod Pai Pod Filho” é dia de ficar ligado em uma nova entrevista feita por Téo José e o seu filho Alessandro com um convidado especial. Dessa vez, dando sequência a temporada carioca do podcast, Jair Ventura é quem conversa com a dupla.
Logo de cara, o treinador revela que, após um período de descanso depois do seu último trabalho como técnico do Goiás, está pronto para assumir um novo desafio. E o seu objetivo principal é que ele aconteça no exterior.
“Tenho um objetivo agora que é sair um pouco do país. Saí bastantes vezes quando era mais jovem para jogar. Estive na Holanda, Grécia, França e Gabão. Mas nunca saí como treinador. Da nova geração (de treinadores), acho que fui o único que não saí. Tenho esse sonho de trabalhar fora do país e venho trabalhando para isso. Tive algumas conversas que bateram na trave, outras a gente achou que não era o momento de sair, mas espero que possa concretizar”, afirmou.
“Esse é o meu principal (objetivo), mas nada impede de se chegar um projeto que eu ache legal no Brasil, trabalhar. O tempo de descansar já passou”, completou.
Jair Ventura carrega no sangue a paixão pelo futebol. Tentou seguir os passos do pai, Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970, mas viu que o seu futuro era mesmo à beira do gramado. Em comum, o fato de que ambos viveram boa e parte de suas vidas profissionais no Botafogo, o primeiro como atleta e ele fora das quatro linhas.
“O Botafogo tem uma história muito grande com o meu pai. Foram 13 anos que ele jogou e eu fiquei 10 anos. Então, hoje, tudo que a família Ventura tem é do Botafogo. Não tem como não ter carinho e gratidão por isso. O clube que me formou. Cheguei lá estagiário, depois fui efetivado como o quarto preparador físico e saí como treinador principal, com 99 jogos e disputando a Libertadores. Mudou completamente a minha vida”, disse.
Das suas passagens por vários clubes, Jair Ventura também destaca o rápido, mas intenso período em que comandou o Corinthians, quando foi vice-campeão da Copa do Brasil de 2018. O título, aliás, por pouco não veio. Pedrinho chegou a marcar o gol que daria a taça ao time alvinegro, mas, após consulta do VAR, o árbitro anulou o tento e o Cruzeiro acabou levando a melhor.
“Ali seria uma virada de chave. Não foi falta. O Dedé olha, está levantando e quando a bola entra ele cai. Um golaço do Pedrinho que poderia ter mudado a história. Foi o primeiro ano do VAR. Ele chegou para tirar o meu título (risos)”, lamentou.
“Aquela situação acabou mudando a minha vida. Um título é muito importante. O vice, para alguns não vale nada, para outros vale. Nós tivemos um treinador do Corinthians agora que foi vice da Copa do Brasil e teve a opção de renovar ou ir para o Flamengo. Eu fui vice e tive a opção de ir para casa só. A mesma medalha de prata, qual o critério?”, acrescentou.
Apesar de ter ficado no Corinthians apenas três meses, Jair Ventura faz questão de elogiar o então presidente Andrés Sanchez ao ser questionado por Téo José se realmente é diferente treinar a equipe paulista.
“É diferente. Bom pra caramba. O tamanho. A (Pressão) é maravilhosa. O Andrés é um dos melhores presidentes com quem já trabalhei. Nunca falou nada de escalação, de jogar. Por mais que o Corinthians seja gigante, você é blindado no seu trabalho. Você entra, vai para sua sala e não tem cinco ou seis diretores entrando, dando pitaco. O Andrés é um caro fantástico, direto. Não tem história, é verdade olhando nos olhos”, declarou.
Entre vários outros assuntos, Jair Ventura também comenta sobre a busca por um novo treinador para a Seleção Brasileira e dá sua opinião sobre a chegada de um possível estrangeiro.
“Sou a favor de bons treinadores em todos os lugares. Só não acho certo uma pessoa sair na frente de outra pela cor de um passaporte ou idade. Existem bons treinadores jovens e experientes, brasileiros e estrangeiros. Falando de Seleção Brasileira, os cinco títulos que nós temos foram com treinadores brasileiros. Você falar que o trabalho do Tite foi ruim é analisar só resultado”, opinou.
“O resultado foi ruim na Copa do Mundo, que, lógico, era o mais importante, mas olha tudo o que ele fez. Qual foi o último treinador no Brasil campeão mundial? O Tite, um brasileiro. Então, assim, não vejo problema nisso. Acho que tem que ir um grande treinador. Você vai trazer o Pep? Vamos trazer o Pep Guardiola que é um grande treinador, agora botar que tem que ser um estrangeiro, tem que ser jovem. Essa coisa de tem que ser. Tem que ser bom”, finalizou.