No 'Profissão Repórter', quatro meses após tragédia, vítimas das chuvas no Litoral Norte de São Paulo continuam morando em áreas de risco

Foto: Globo/Divulgação

Há quatro meses, 65 pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas após fortes chuvas devastarem o Litoral Norte de São Paulo. Foi o maior acumulado num período de 24 horas que se tem registro no país: 682 milímetros. Desde então, a equipe do ‘Profissão Repórter’ acompanha a retomada dos moradores da região após a tragédia e, no programa desta terça-feira, dia 20, os repórteres Chico Bahia, Julia Sena e o assistente Carlos Oliveira mostram famílias que ainda buscam por uma nova moradia e que continuam morando em áreas de risco porque não têm para onde ir.

Uma das medidas anunciadas pelo Governo do Estado de São Paulo foi a construção de casas populares no município de São Sebastião, um dos mais atingidos. As residências farão parte do programa "Minha Casa, Minha Vida" e serão financiadas pelos próprios moradores. Os jornalistas também visitaram áreas que sofreram com os deslizamentos e receberam pouca atenção dos órgãos públicos, como o morro do Esquimó. O programa exibe ainda imagens feitas pela repórter Danielle Zampollo, que estava aproveitando a folga de Carnaval na região e foi primeira jornalista a chegar ao local da tragédia. "A chuva começou no sábado à tarde e não parou mais. Durante a madrugada nossa casa começou a alagar e ficamos sem saber o que fazer. Passamos a noite toda acordados", conta Danielle.

Quando amanheceu, a repórter começou a fazer registros dos estragos com o celular. A casa vizinha a que ela estava desabou por causa dos deslizamentos de terra. O caseiro Douglas, de 18 anos, morreu soterrado. As estradas que davam acesso à região foram bloqueadas pela lama e não havia sinal de internet ou telefone. "Tentei ligar inúmeras vezes para o Corpo de Bombeiros e para a Defesa Civil, mas as chamadas não completavam. Decidi então buscar ajuda na rua”, disse Danielle.

O único ponto que estava oferecendo socorro às vítimas naquele momento era o Instituto Verdeescola, uma ONG localizada na Vila Sahy, onde havia 25 corpos. "Eu me senti em um cenário de guerra. Muitas pessoas começaram a me pedir socorro e eu dizia a elas: o socorro de vocês sou eu! Precisei engolir o choro e trabalhar", lembra Valesca Couto, a primeira profissional de saúde a chegar ao Instituto.

A equipe do Profissão também volta ao Morro do Bumba, em Niterói, no Rio de Janeiro, onde, em 2010, um antigo lixão, que havia sido urbanizado, desmoronou depois de uma chuva intensa. O repórter Thiago Jock e a repórter cinematográfica Gabi Vilaça mostram como estão as famílias atingidas pelo deslizamento. Nos conjuntos habitacionais onde muitos passaram a viver há rachaduras e vazamentos que fazem os moradores temerem os dias de chuva. No Morro do Caramujo, vizinho ao Morro do Bumba, a prefeitura de Niterói faz obras de contenção nas encostas. A equipe visitou uma das obras, que deveria ter sido concluída em dezembro de 2022, antes do período das chuvas, mas até agora nada.

O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar nesta terça-feira, dia 20, depois da série ‘Aruanas’.
No 'Profissão Repórter', quatro meses após tragédia, vítimas das chuvas no Litoral Norte de São Paulo continuam morando em áreas de risco No 'Profissão Repórter', quatro meses após tragédia, vítimas das chuvas no Litoral Norte de São Paulo continuam morando em áreas de risco Reviewed by Pablo on junho 19, 2023 Rating: 5
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