A noite em que Israel Adesanya nocauteou Alex Poatan para voltar a deter o cinturão dos médios do UFC foi emblemática por muitas razões. Para o nigeriano, a volta ao topo da divisão também significou uma revanche contra o brasileiro, que levava vantagem no histórico do duelo. Para o mercado de streaming, o evento, o UFC 287, representou uma tendência de comportamento. Naquele dia 8 de abril, 99% da base de assinantes se conectou para assistir as lutas ao vivo no UFC Fight Pass, plataforma de conteúdo exclusiva que a organização de artes marciais mistas lançou no Brasil no início de 2023. Grande aposta do UFC em âmbito nacional, o UFC Fight Pass completou três meses de uma operação em que os números positivos têm muito a ver com os eventos ao vivo.
“A semana do UFC 287 trouxe um aumento de 30% no número de assinantes, o que é extremamente significativo. Em três meses de UFC Fight Pass, temos um sucesso acima do esperado, com engajamento alto, principalmente com os eventos ao vivo e a programação original. Ainda estamos implantando várias funcionalidades, como métodos de pagamento e distribuição em parceria com empresas de telecomunicação. Então, a expectativa é seguir crescendo e ampliando o alcance. É só o começo, mas demos um primeiro passo definitivamente positivo”, avalia Eduardo Galetti, Vice-presidente Sênior do UFC na América Latina.
A tendência de comportamento de um público que prioriza eventos ao vivo já havia sido registrada no dia 4 de março, quando 95% da base se conectou à plataforma para ver Jon Jones finalizar Ciryl Gane. Para “Bones”, apelido da lenda norte-americana, a vitória marcou um retorno aos octógonos e a estreia no peso-pesado.
Além do alto percentual de pessoas conectadas, os eventos têm funcionado como fatores de atração de público. Desde o lançamento, os dias que mais geram conversões para o UFC Fight Pass são sexta e sábado -- véspera e dia de lutas do UFC, respectivamente.
Outro fator comportamental curioso é que o segundo conteúdo mais visto na plataforma é a UFC TV. O canal 24/7 apresenta aos usuários o melhor do universo das lutas e conversa diretamente com os hábitos de quem está acostumado com a dinâmica da TV -- ou seja, não é necessário escolher o que assistir, mas apenas aproveitar a programação do canal. Mesmo em um streaming, esse recorte mostra que um volume considerável de pessoas prefere ser guiado na hora de consumir conteúdo.
Em 2023, o UFC também iniciou no Brasil uma parceria com a TV Bandeirantes para exibição de eventos em rede aberta com alcance nacional. “Começamos o ano com o primeiro card principal em TV aberta com suporte da Band, que criou uma exposição de marca e awareness muito grande para a plataforma. Em seguida, o retorno do UFC ao Brasil após três anos com o card principal exclusivo no UFC Fight Pass”, finaliza Galetti em alusão ao UFC 283, realizado no Rio de Janeiro, que representou o retorno do UFC aos eventos físicos no país após um hiato de quase três anos.
O UFC Fight Pass exibe ao vivo todos os eventos do UFC e de mais de 20 outras organizações de artes marciais. Além disso, conta com um acervo completo de lutas do próprio UFC, além de Pride, Strikeforce e WEC. Entre os conteúdos históricos, o mais visto nos três primeiros meses de plataforma é justamente o UFC 1.