Mulheres escravizadas desde a infância como trabalhadoras domésticas são o tema do Repórter Record Investigação desta quinta-feira (06/04)
Foto: Antonio Chahestian/Divulgação Record TV
Nos últimos seis anos, 74 pessoas foram resgatadas da escravidão doméstica no Brasil. Em quase todos os casos, as histórias seguem um roteiro parecido. Luzia, Leda, Madalena e Gildete contam, no Repórter Record Investigação desta quinta-feira (06/04), como ainda crianças acabaram aprisionadas e de que maneira estão reconstruindo a vida após se libertarem.
As quatro foram tiradas de casa na infância e entregues a famílias em troca de comida e acolhimento. A promessa de uma vida melhor não foi cumprida. Durante décadas, elas enfrentaram jornadas exaustivas de trabalho, sem direito à remuneração e impedidas do convívio social.
Na reportagem exclusiva, os jornalistas Aguiar Júnior, Giselle Barbieri, Rodrigo Favero e Enéas dos Santos entrevistam os mais preparados especialistas e estudiosos em trabalho escravo doméstico contemporâneo. E mostram os traumas da escravidão doméstica, revelados em histórias como a de Madalena Santiago da Silva. Maltratada pela patroa, ela passou 53 anos em uma prisão sem grades. "Era uma escravidão comigo ali dentro. Sem férias, sem salário, não podia ir para lugar nenhum", conta.
Luzia Geraldo, escravizada por 36 anos, explica a dinâmica da casa em que ficou: "Eles diziam que eu era da família. A patroa dizia que eu era a filha mais velha, que ela tinha dois filhos, a menina dela e eu".
Aos nove anos, Leda Lúcia dos Santos foi "adotada" por uma família com melhor condição financeira. "Eu tomava conta do filho da patroa, que tinha um ano, mas eu fazia de tudo: lavava prato, limpava a casa e segurava o menino. Depois eu fui fazendo mais coisas. Cozinhava. Nunca tive salário", revela.
Antes de ser libertada, Gildete Jovina Santana viveu 63 anos presa dentro da casa dos patrões. Nunca teve chance de formar a própria família, porque estava sempre à disposição das pessoas que a "adotaram". "Minha patroa dizia que patrão não falava com empregada, que empregada não podia sentar à mesa", relembra.
O Repórter Record Investigação, apresentado por Luiz Fara Monteiro, vai ao ar quinta-feira (06/04), às 22h45.