Foto Lara Asano |
O Persona deste domingo (12/3), finalizando a programação da Semana da Mulher, recebe a cantora e compositora Ana Cañas. Na edição, ela conta sobre sua paixão pela música, relembra a infância, o período em que estudou na USP, como decidiu seguir a carreira artística e as implicações que isso gerou. Com Atilio Bari e Chris Maksud, vai ao ar, inédito, às 22h, na TV Cultura.
Ao falar de sua avó, Ana conta: “A música foi o lugar que minha avó escolheu para transmutar essas dores. E comecei a entender que a música tem um poder, a arte, de salvar vidas”. A artista também lembra do período da escola, em que sofreu bullying por se relacionar com outras meninas e como encontrou no teatro independente uma forma de se posicionar.
Prestes a completar a maioridade, Ana começou a estudar na Escola de Comunicação e Artes da USP. Na época, morava em um pensionato só para mulheres que, tempos depois, descobriu que eram profissionais do sexo. “(Lá) eu fui ter um espectro da vida real, porque eu vinha de uma classe média baixa, pra uma realidade muito mais dura”.
Ainda sobre a época da faculdade, diz: “Eu não era feliz nessa escolha, mas parecia a escolha menos pior pra mim”. Para sobreviver, a artista começou a cantar em bares na noite paulistana e após fazer um show em homenagem a Elis Regina, na faculdade, entendeu seu lugar na música. “Vivi uma faculdade de vida”, conta a artista sobre o período.
Após já ter assinado contrato com sua primeira gravadora, a cantora lembra da época em que perdeu seu pai em decorrência do alcoolismo e depois disso começou a beber compulsivamente. “E isso tem implicações muito graves. Eu estava num momento onde a gravadora estava apostando em mim. (...) Deu tudo errado. Porque eu comecei a fazer shows muito alcoolizada. Passei carão, passei vergonha, caí do palco, tropecei no monitor, foi muito louco”.
A virada de chave de sua vida e veio por meio de Ney Matogrosso, que aproximou dela e aconselhou a parar de beber. Depois disso, Ana assinou com outra gravadora e sua carreira seguiu crescendo. “Eu estou no melhor momento da minha vida, mas eu tive um começo bastante conturbado e atípico”.
Rumo ao final , o programa fala sobre a personalidade multiativista e engajada em diversas causas sociais de Ana, que comenta: “O conceito de democracia, pra mim, tá muito ligado a isso: a você entender a realidade do outro, você sair da sua bolha, buscar realidades que não necessariamente são a sua e você contribuir como pode”.
O Persona conta ainda com depoimentos de algumas pessoas que são importantes para Ana. São eles: Rafael Rios, mestre em teatro; Alexandre Fontanetti, produtor musical; Ney Matogrosso, cantor e diretor musical; Lee Taylor, ator; Vera Egito, cineasta; e Carmen Silva; líder do Movimento dos Sem Teto do Centro.