Foto Lara Asano |
Nesta terça-feira (21/2), o Provoca reapresenta a edição com o rapper MV Bill. O premiado músico, ator, ativista e escritor, que lançou uma autobiografia, conversa com Marcelo Tas sobre a liberação do uso de armas, como o ócio favorece a maldade em áreas carentes, e sobre sua juventude. A edição vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.
MV Bill, que tem como um de seus projetos mais reconhecidos o documentário Falcão - Meninos do Tráfico (2006), gravado do final dos anos 90 até meados dos anos 2000, conta as experiências que teve quando era jovem, e recebia convites para se envolver com atividades criminosas: "às vezes você está ali sem ter almoçado, e aí vem esses convites...tem que ter muito foco naquilo que você quer para poder ir por caminhos diferentes", ele observa.
Durante o programa, o músico revela o medo que a favela vive com o número crescente do porte de armas, e sua preocupação com a ambiguidade do artigo da Constituição que abrange a legítima defesa. Na opinião do carioca, que cresceu na Cidade de Deus, bairro onde reside, "se o cidadão de bem estiver cismado com a minha cara e achar que eu sou um potencial perigo...pá, ele dá um tiro, ele mesmo chama a polícia, e diz que se defendeu", aponta o cantor.
O rapper surpreende Tas, ao contar que teve sua primeira relação sexual aos 22 anos. Atribuindo o "atraso" à sua timidez e seu caráter "sisudo", por ter sido chamado de feio quando era mais novo, MV Bill conta ter passado a infância e juventude inteiras invisível: "ser invisível na rua, na sociedade, no asfalto, pra mim já era normal. Mas ser invisível na escola era muito ruim...na festa black, no baile funk sabe?" ele relembra para o apresentador, que brinca: "ser invisível com 1,90".