Quando a equipe do programa chegou ao hospital de Surucucu, a expectativa era de que o número de pacientes fosse bem menor. O local tem capacidade para atender 30 pessoas, mas recebe hoje cerca de 120 indígenas e registra uma média de cinco remoções todos os dias. São pacientes que sofrem de malária, desidratação e de doenças associadas à fome. Médicos, enfermeiros e profissionais da Força Nacional do SUS não param em meio às condições precárias. “Quando entrei no local, um idoso já estava sendo medicado com soro e, na hora que eu o observo, noto só os ossos cobertos por pele. Precisei sentar em uma mureta e respirar. Parecia que eu tinha tomado um soco no estômago. Depois disso, não consegui mais entrar no ambulatório principal. A situação é desoladora. Todos ali possuem malária e desnutrição severa”, conta o jornalista. João Paulo presencia ainda o momento em que os médicos vão a pé com os pacientes até a aeronave. Para auxiliar no salvamento, ele recebe uma criança das mãos da mãe que, doente, não consegue caminhar mais rápido. “Além de lutarem pela sobrevivência, as mães ainda são separadas dos filhos em uma tentativa de salvá-los. É algo perturbador e chocante”, finaliza.
O Linha de Combate vai ao ar nesta quinta-feira (16), às 23h, logo após a novela Valor da Vida. |