Série 'Documentários', do SescTV, expõe a magnitude das obras de Camões, Ferreira Gullar e Shakespeare
INSÔNIA - TITUS MACBETH - Djin Sganzerla e Dirceu de Carvalho - Foto Cassandra Mello
Literaturas portuguesa e inglesa, por meio de obras de grandes nomes atemporais da expressão escrita nesses idiomas, como Luís de Camões (1524-1580), Ferreira Gullar (1930-2016) e William Shakespeare (1564-1616), constituem o foco da série Documentários que será exibida em janeiro pelo SescTV.
A primeira a ir ao ar, em 7/1/, às 22h, é “8.816 Versos”. Produção original de 2013, tem direção de Sofia Marques, que registrou todas as fases de um desafio proposto pelo ator António Fonseca a si mesmo: decorar e declamar integralmente os 8.816 versos de “Os Lusíadas”. Para registrar este feito, durante mais de um ano Sofia acompanhou e documentou todo o processo, desde os momentos solitários de fixação do texto pelo ator, passando pela preparação do Canto X com a população local, até a apresentação integral da obra em 9 de junho de 2012, em Guimarães, ano em que a cidade-berço da nação portuguesa foi Capital Europeia da Cultura e em que se celebraram os 440 anos da primeira edição deste clássico da literatura universal.
Na semana seguinte, em 14/1 (também às 22h), será exibido “Ferreira Gullar: Arqueologia do Poeta”. Dirigido por Silvio Tendler, o documentário traz um novo olhar sobre a vida e a obra deste que é considerado um dos escritores mais importantes da literatura. Artista de múltiplos talentos, ele publicou poemas, crônicas, críticas, participou da reforma gráfica do “Jornal do Brasil” e foi um atento observador da política brasileira. Por meio de sua vasta obra o espectador pode conhecer e compreender melhor o universo de José Ribamar Ferreira (nome de batismo do autor maranhense), da infância até a sua morte, em dezembro de 2016. O documentário aborda os turbulentos anos da história recente brasileira e latina, suas memórias em São Luís, a ida para o Rio de Janeiro, a clandestinidade na ditadura brasileira, o exílio em Moscou, Lima, Santiago e Buenos Aires, a doença dos filhos, a resistência poética contra o fascismo, o dia a dia das revoluções e as lutas pela redemocratização, assim como seus amores e dores.
O ciclo de janeiro se encerra em 20/1, às 22h, com a exibição de “Insônia - Titus Macbeth”, produção de 2021 dirigida por André Guerreiro. O espetáculo gravado funde duas das mais fascinantes tragédias de Shakespeare, “Macbeth” e “Titus Andronicus”, em um encontro dramatúrgico entre cinema e teatro. Manipulando forças sobrenaturais, Lady Macbeth conduz o público por uma trama de assassinato, ambição e loucura, enquanto Titus inicia seu circo de vingança e violência desenfreadas. Neste episódio, chama a atenção o movimento das câmeras, que, ao circularem livremente entre os atores, geram no espectador a sensação de estar no palco ao lado dos personagens. A trilha sonora binaural completa a experiência, criando efeitos sonoros tridimensionais, com sons e vozes que parecem vir de todas as direções.