Programa jornalístico da TV Brasil é reconhecido em duas categorias
Pelo segundo ano consecutivo, o Caminhos da Reportagem, atração semanal da TV Brasil, conquistou o Prêmio NHR Brasil de Jornalismo. Desta vez, na edição de 2022, o programa da emissora pública gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi agraciado com duas distinções. Em seu quarto ano, a homenagem prestigia trabalhos da mídia nacional sobre doenças tropicais negligenciadas (DTNs).
A produção ganhou o reconhecimento na categoria Telejornalismo com o episódio "Hanseníase - Marcas do Preconceito" e na categoria especial DTNs com a matéria "Doença de Chagas e Leishmaniose: Retrato do Descaso", ambas da repórter Ana Graziela Aguiar de Oliveira.
As duas reportagens vitoriosas foram exibidas na telinha do canal no primeiro semestre deste ano e estão disponíveis para assistir no app TV Brasil Play. A premiação valoriza conteúdos jornalísticos desenvolvidos pela imprensa sobre os diversos aspectos que envolvem a hanseníase e outras DTNs.
Profissionais comentam desafio jornalístico
Com foco no interesse do cidadão e no cumprimento da missão da comunicação pública, a jornalista Ana Graziela Aguiar de Oliveira pontua a importância de abordar pautas como as recém-premiadas nas edições do Caminhos da Reportagem, veiculadas pela TV Brasil em sua programação dominical.
"Nosso papel é justamente dar voz a histórias desconhecidas e diversas. Quando falamos em doenças negligenciadas, dar voz a essas pessoas invisibilizadas, seja pelo estigma ou seja pela falta de oportunidade de fala, faz-se ainda mais essencial. Somos apenas o elo entre essas histórias e o público. Entre as explicações médicas, as pesquisas e o telespectador", avalia a repórter.
Essa perspectiva é corroborada pela coordenadora de Programas Jornalísticos do Distrito Federal, Cintia Maria Faria Vargas. "Pautas sobre saúde na TV aberta sempre são uma forma de ampliar o debate e garantir que as informações cheguem ao público. É preciso entender que a saúde não é apenas a ausência da doença e sim, um conceito amplo de cuidados, conscientização e prevenção", pondera.
A sensibilidade na seleção e no desenvolvimento dos temas busca contribuir na educação e cidadania para garantir a participação e o acesso social. "Quanto mais cedo o cidadão tiver acesso às informações, mais os casos graves podem ser evitados. Em se tratando de doenças negligenciadas, por exemplo, é imprescindível que as informações cheguem aos espectadores. Nas enfermidades que atingem parte da população mais humilde, a informação assume um caráter ainda mais potente", sugere Cintia Vargas.
A coordenadora aborda a produção de grandes reportagens dessa natureza. "Conseguimos firmar importantes parcerias ao longo do tempo com entidades e organizações sem fins lucrativos que compartilham dos mesmos princípios, fruto de um profícuo trabalho que nos garante liberdade editorial e jornalística. E essa credibilidade também reflete em nossa comunicação e no nosso trabalho jornalístico."
O empenho coletivo é ressaltado pela repórter Ana Graziela Aguiar de Oliveira que agradece a parceria da equipe profissional da EBC. A oportunidade de esclarecer conteúdo de saúde pública é lembrada ao citar entrevistados e familiares que abrem portas e compartilham suas histórias de vida. A jornalista sublinha, ainda, a importância de médicos e pesquisadores que estudam as doenças negligenciadas.
"É uma emoção sem tamanho ser agraciada mais uma vez com este prêmio. É um grande desafio falar sobre doenças negligenciadas pelo poder público, indústria farmacêutica e também a própria imprensa, que quase não trata do tema. O prêmio é o reconhecimento de que estamos no caminho certo, que a nossa luta por pautar assuntos pouco abordados, mas que nem por isso merecem ser sub-noticiados, é o nosso papel enquanto comunicadores públicos que somos", conclui a jornalista.
Caminhos da Reportagem
Contar grandes histórias, com uma visão diferente, instigante e complexa das pautas escolhidas. É essa a missão do Caminhos da Reportagem, um dos mais tradicionais programas jornalísticos da TV Brasil. Em mais de uma década no ar, a produção do canal público é uma das mais premiadas não só da emissora, como também da televisão brasileira.
Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros temas são abordados de maneira única. A proposta é levar conteúdo de interesse para a sociedade com a diversidade regional e de assuntos na cobertura de equipes que percorrem o país de norte a sul.
Para trazer questões pertinentes ao cidadão, os profissionais investigam perspectivas múltiplas e revelam os aspectos mais relevantes de cada pauta. Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pelo time que forma o Caminhos da Reportagem.
O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido no meio jornalístico com inúmeras premiações. Nos últimos dez anos, o Caminhos acumulou mais de 55 prêmios e 25 indicações em importantes premiações de excelência nacional e internacional tais como o Prêmio CICV de Cobertura Humanitária Internacional (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), o Prêmio de Comunicação da CNBB, Prêmio Longevidade Bradesco Seguros, Prêmio Synapsis de Jornalismo e Prêmio TAL – Televisión America Latina, entre outros.
Exibido aos domingos, às 22h, o programa semanal disponibiliza as matérias especiais no site e no YouTube do canal. As edições anteriores do Caminhos da Reportagem também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS.
Confira as edições premiadas do Caminhos da Reportagem
Reportagem: "Hanseníase - Marcas do Preconceito"
Acesse: TV Brasil Play, site da TV Brasil e YouTube da TV Brasil
Prêmio NHR Brasil de Jornalismo 2022 na categoria Telejornalismo
Exibição original: 8 de maio de 2022
Ficha Técnica
Reportagem: Ana Graziela Aguiar
Produção: Ana Graziela Aguiar, Flavia Peixoto, Tiago Bittencourt
Apoio à produção: Aline Beckstein
Imagens: Alexandre Silva, Sigmar Gonçalves
Apoio às imagens: Marcelo Padovan, Ronaldo Parra
Auxílio técnico: Alexandre Sousa
Apoio técnico: Yuri Freire
Edição de texto: Flávia Lima
Edição de imagens e finalização: Jerson Portela e Rivaldo Martins
Artes: Eudes Lins
Agradecimentos: Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi)
Reportagem: "Doença de Chagas e Leishmaniose: Retrato do Descaso"
Acesse: TV Brasil Play, site da TV Brasil e YouTube da TV Brasil
Prêmio NHR Brasil de Jornalismo 2022 na categoria especial DTNs
Exibição original: 10 de abril de 2022
Ficha Técnica
Reportagem: Ana Graziela Aguiar
Produção: Ana Graziela Aguiar e Tiago Bittencourt
Apoio à produção: Aline Beckstein
Imagens: Alexandre Silva e Sigmar Gonçalves
Apoio às imagens: Ronaldo Parra
Auxílio técnico: Alexandre Sousa
Edição de texto: Flávia Lima
Edição de imagens e finalização: Rivaldo Martins
Artes: Eudes Lins
Agradecimentos: Iniciativa medicamentos para doenças negligenciadas (DNDi)
Prêmio NHR Brasil de Jornalismo 2022
A quarta edição do Prêmio NHR Brasil de Jornalismo busca reconhecer produções da mídia nacional sobre os diversos aspectos que envolvem a hanseníase e outras doenças tropicais negligenciadas (DTNs). Além da categoria profissional, o concurso de 2022 incluiu uma específica para trabalhos realizados por estudantes universitários da área de comunicação.
O objetivo do concurso é estimular a disseminação de conteúdos que contribuam para o enfrentamento da hanseníase e o combate ao preconceito relacionado à doença no Brasil, país que concentra o segundo maior número de casos em todo o mundo. As inscrições contemplaram projetos publicados no período de 20 de agosto de 2021 a 25 de outubro de 2022.
Na categoria profissional, a premiação distingue trabalhos de jornalistas e outros profissionais de imprensa em cinco divisões. O processo engloba formatos de obras do jornalismo impresso, webjornalismo, telejornalismo e radiojornalismo, além de uma subcategoria especial. Já entre os universitários, a seleção valoriza estudantes de graduação de Jornalismo, Cinema, Rádio e TV.
O prêmio é uma iniciativa da NHR Brasil (Netherlands Relief Brasil), organização social que apoia projetos de combate à hanseníase no país desde a década de 1990. Com atuação em setores de alta endemicidade para a hanseníase, a organização dedica esforços para a quebra de transmissão da doença com abordagens integradas de prevenção de deficiências, desenvolvimento inclusivo e redução do estigma.
Os vencedores do Prêmio NHR Brasil de Jornalismo foram anunciados este mês durante cerimônia de abertura do 57º Congresso MedTrop, organizado em parceria da NHR Brasil com a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). O evento presencial promovido no Pará teve transmissão ao vivo pela internet.
A NHR Brasil é o escritório de representação da NLR (Netherland Leprosy Relief, na sigla em inglês), uma organização não-governamental (ONG) holandesa fundada em 1967 para combater a hanseníase em 14 países ao redor do mundo.
A entidade estrangeira trabalha por um mundo livre do sofrimento causado pela hanseníase e pela deficiência física através da promoção e apoio para a detecção precoce e tratamento integral, a prevenção das incapacidades e a reabilitação física.
Já a NHR Brasil aplica esta missão e expande as linhas de atuação para a inclusão social, o combate às doenças tropicais negligenciadas e o fortalecimento institucional de organizações do terceiro setor. Também apoia projetos para promover empoderamento, participação social, saúde e qualidade de vida.